A Toyota (TM; TMCO34) acredita que resolveu dois dos principais obstáculos para a adoção em massa de veículos elétricos: autonomia da bateria e tempo de recarga.
A nova bateria de veículo elétrico da Toyota oferecerá uma autonomia de 1.198 quilômetros, o que equivale a quase uma viagem de ida e volta entre São Paulo e Balneário Camboriú. Além disso, ela levará apenas 10 minutos para recarregar, o que pode ser um verdadeiro marco na adoção de veículos elétricos.
A montadora japonesa já anunciou planos de fabricar uma nova bateria de estado sólido que poderá dobrar a autonomia da maioria dos veículos elétricos, chegando a 1.198 quilômetros, com previsão de lançamento no mercado entre 2027 e 2028.
Em uma entrevista à Bloomberg, o CEO da Toyota, Akio Toyoda, afirmou que os carros elétricos são a “peça que faltava” no portfólio da montadora japonesa e que essa abordagem tem sido bem recebida pelos investidores da empresa.
Embora a autonomia da bateria e o tempo de recarga tenham um grande potencial para tranquilizar os compradores de carros em relação à adoção de veículos elétricos, os fabricantes de veículos elétricos ainda terão que enfrentar outra preocupação que os consumidores têm em relação a esses veículos: a infraestrutura de recarga deficiente em grande parte do mundo.
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Os EUA, por exemplo, possuem cerca de 57 mil estações públicas de recarga. Este número equivale a menos de 10% do número de estações públicas de recarga que a China possui.
Uma pesquisa do The Post-UMD revelou que 74% dos americanos preferem carros a gasolina para viagens de 250 milhas ou mais, um limite em que a maioria dos veículos elétricos atuais não consegue alcançar sem recarga.
Embora a Toyota tenha desenvolvido uma tecnologia revolucionária para os veículos elétricos, os japoneses ainda precisam encurtar a grande distância que há entre eles e a Tesla (TSLA; TSLA34), do bilionário Elon Musk, e a BYD, as líderes mundiais de veículos elétricos. As duas montadoras estão brigando pela liderança na produção de carros elétricos.
A Tesla deve produzir 2 milhões de carros elétricos, enquanto que a BYD deve ter 3,3 milhões de veículos produzidos.
Custos da bateria ainda é um problema
Nos Estados Unidos, acidentes de trânsito de menor gravidade estão resultando na perda total de veículos elétricos, devido à localização da bateria e, principalmente, aos altos custos de reposição de seus componentes.
Mesmo quando se tratam de veículos elétricos novos, com baixa quilometragem, um impacto um pouco mais forte é suficiente para classificá-los como perda total. Para recuperar parte do prejuízo, as seguradoras estão leiloando esses automóveis para desmonte, enviando a carcaça do veículo para o ferro-velho.
Embora essas colisões sejam consideradas pequenas, situações que poderiam ser facilmente reparadas em veículos a combustão, os elevados custos das baterias tornam a reparação praticamente inviável.
Um estudo conduzido pelo site Element nos Estados Unidos revela que o custo de uma bateria pode representar mais de 30% do valor total do veículo. Isso é evidenciado no caso da RAM 1500 REV Limited.
A RAM 1500 REV Limited nos EUA é avaliada em cerca de US$ 81 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 407,88 mil. O valor da bateria da RAM é de US$ 25,85 mil, o que corresponde a cerca de R$ 130,19 mil, representando 31,92% do preço total do veículo.
Vale ressaltar que esses valores se referem exclusivamente às baterias dos veículos elétricos, sem levar em consideração a mão de obra, os custos associados à substituição e outros componentes periféricos. Portanto, o custo total para o reparo de um veículo danificado tende a ser substancialmente superior ao mero custo de substituição da bateria.