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Mobly (MBLY3) recusa oferta de fundadores da Tok&Stock

Mobly (MBLY3) recusa oferta de fundadores da Tok&Stock

Durante o Carnaval, a Mobly ($MBLY3) recebeu uma oferta pública voluntária de aquisição (OPA) da companhia por parte dos fundadores da Tok&Stok, a família Dubrule. A proposta envolvia a compra de até 100% das ações da empresa ao valor de R$ 0,68 por papel, totalizando 122,7 milhões de ações.

No entanto, os acionistas da Mobly rejeitaram a oferta, alegando que os termos apresentados indicavam um desconto expressivo em relação ao valor de mercado e ao valor patrimonial das ações, além de depender de condições que a tornavam inviável. 

Segundo a empresa, o valor oferecido representava um desconto de 51% em relação à cotação de fechamento do pregão de 28 de fevereiro (R$ 1,39) e de 53% em relação à média dos últimos 30 pregões (R$ 1,44). Em termos patrimoniais, o desconto chegava a 82% em relação ao valor registrado em 30 de setembro (R$ 3,87) e a 83% em relação ao de 30 de junho (R$ 4,08), referência do último aumento de capital.

O CEO da Mobly, Victor Noda, afirmou ao Pipeline, do Valor Econômico, que a proposta era inválida e sem precedentes no mercado brasileiro. “Nunca houve uma oferta a 50% do preço de tela sem um racional para esse valor“, disse. 

Ele destacou que a Mobly nunca foi negociada abaixo de R$ 1,30 e que o último preço-lucro (PL) da companhia estava na casa dos R$ 400 milhões, equivalente ao valuation da Tok&Stok na fusão.

Fusão entre Mobly e Tok&Stok e a disputa com os Dubrule

A oferta ocorre em meio a um contexto conturbado na relação entre a Mobly e a família Dubrule. Em agosto de 2024, as duas companhias anunciaram uma fusão, mas os fundadores da Tok&Stok contestaram a operação, alegando irregularidades. A transação foi intermediada pelo fundo SPX, então principal acionista da Tok&Stok, que negociou a fusão via troca de ações.

Os Dubrule acusaram a SPX de orquestrar um “golpe” e alegam que a venda da Tok&Stok foi feita de maneira irregular. 

Em uma reunião do conselho realizada em 31 de julho, uma capitalização de R$ 210 milhões foi aprovada, o que poderia permitir à família retomar o controle da empresa. No entanto, o presidente do conselho, Fernando Borges (SPX), convocou uma nova reunião em 9 de agosto, após o anúncio da fusão, substituindo um conselheiro independente por um nome alinhado à SPX e registrando a decisão na Junta Comercial.

A SPX tratou a reunião dos Dubrule como uma “encenação” e argumentou que o apoio dos credores não foi suficiente para viabilizar a capitalização. A Domus, um dos principais credores, manifestou-se contra a proposta dos Dubrule e apoiou a fusão com a Mobly.

Na Justiça, os Dubrule exigem que a capitalização seja realizada conforme a ata da primeira reunião e notificaram a Mobly sobre o processo. Para a controladora da Tok&Stok, as ações judiciais dos fundadores são uma última tentativa de retomar o controle da empresa sem custos.

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OPA dos Dubrule e impacto no mercado

Em fato relevante divulgado nesta quarta-feira (5), a Mobly revelou que acionistas que representam 40% do capital da companhia já manifestaram oposição à OPA dos Dubrule. Como a família busca obter 69% das ações para retomar o controle, a oferta dificilmente avançará sem ajustes nos termos.

Segundo o Pipeline, o percentual de acionistas contrários à proposta não inclui a holding alemã, maior acionista individual da Mobly, mas abrange fundos brasileiros como SPX e Exploritas. Dessa forma, mesmo que os alemães aceitassem vender suas participações pelo preço oferecido, os Dubrule não conseguiriam atingir o percentual necessário.

No comunicado, a Mobly alertou que a carta dos Dubrule menciona que a OPA pode não ser formalizada, o que levanta preocupações sobre volatilidade no preço das ações. “

É irresponsável porque pode impactar diretamente o preço da ação e sequer há uma oferta oficial, apenas uma carta”, afirmou Noda ao Pipeline. 

O CEO também criticou a falta de comunicação da família Dubrule com a Mobly desde a fusão, destacando que os fundadores da Tok&Stok têm agido de maneira “pouco tradicional” para recomprar o controle da empresa que venderam.

A menos que haja ajustes na oferta, o mercado avalia que a investida dos Dubrule não deve avançar. 

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