O processo de fusão entre Mobly ($MBLY3) e Tok&Stok ganhou um novo capítulo turbulento.
Na sexta-feira (9), a Mobly anunciou que assinou um Acordo de Contribuição para adquirir a Tok&Stok. No entanto, a transação, que inclui um aumento de capital, está sujeita à aprovação dos acionistas e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A fusão está sendo conduzida pela Mobly e pelo fundo SPX, que é o principal acionista da Tok&Stok. No entanto, a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, está tentando impedir o acordo.
Ontem (12), Regis Dubrule, seu irmão Paul e sua esposa Ghislaine, acionistas minoritários da Tok&Stok, levaram a disputa para a Justiça. Eles contestam o acordo de fusão, a reestruturação extrajudicial e alegam que há irregularidades na transação.
A SPX rebate as acusações, afirmando que é uma tentativa final dos Dubrule para evitar a fusão.
Os Dubrule argumentam que a venda da Tok&Stok para a Mobly foi um “golpe da SPX” e questionam a “clandestinidade da manobra societária”. Eles citam uma reunião de conselho de 31 de julho, onde a proposta de capitalização de R$ 210 milhões foi aprovada, o que permitiria aos fundadores retomar o controle da empresa.
No entanto, essa reunião foi contestada pelo presidente do conselho, Fernando Borges, da SPX, que convocou uma nova reunião, realizada na última sexta-feira (9), já após o anúncio da fusão com a Mobly.
O conselheiro independente foi substituído e um novo membro, alinhado com a SPX, foi eleito. A ata da reunião que aprovou a capitalização foi registrada na junta comercial.
- Leia também: Mobly (MBLY3) e Tok Stok acertam fusão
A SPX considera essa reunião como uma “encenação”. Os Dubrule tentaram garantir apoio de credores para sua proposta de capitalização, mas não conseguiram apoio suficiente, e um dos credores, a Domus, se manifestou contra a proposta. A Domus agora apoia o acordo com a Mobly.
Na Justiça, os Dubrule exigem que a capitalização da Tok&Stok seja realizada conforme a ata registrada e notificaram a Mobly sobre a situação.
Para os minoritários, a SPX busca evitar uma recuperação judicial, falência ou mudança de controle que mantenha a Tok&Stok como está, para evitar riscos tributários, trabalhistas ou de outra responsabilidade futura que poderia afetar os sócios. Eles acreditam que uma fusão com a Mobly ou outro comprador implicaria em uma nova configuração patrimonial.
Para a controladora, as ações judiciais dos Dubrule representam uma tentativa final de sabotar a transação, movida pelo desejo dos fundadores de retomar o comando da empresa sem pagar pela aquisição.
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