O mercado de dívida corporativa no Brasil está em plena evolução, representando uma alternativa significativa para empresas que desejam diversificar suas fontes de financiamento. Com base nas observações deste ano, 2024 promete um crescimento ainda maior.
O painel “Experiências Reais e Tendências no Mercado de Estruturação de Dívidas” foi realizado durante a Money Week, evento promovido pela EQI Investimentos, e contou com a participação de Caio Albuquerque, Head de Investment Banking da EQI; Luiz Felipe Hernandez, sócio fundador da Lotus Cidade; Estácio Sá, CFO da Embraed; e Carla Taynara de Brito, CEO da MS Empreendimentos, em Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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Cenário do mercado de dívida no Brasil
O mercado de dívida tem se consolidado como uma opção viável para pequenas e médias empresas (PMEs) que buscam capital para expandir suas operações. Historicamente, muitas PMEs dependiam apenas de empréstimos bancários para financiar suas atividades e expansões. No entanto, esse mercado apresenta uma nova abordagem, oferecendo flexibilidade e potencial para crescimento.
Segundo um estudo realizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “o mercado de dívida corporativa no Brasil vem se desenvolvendo, oferecendo uma alternativa importante para empresas que buscam diversificar suas fontes de financiamento e obter capital em condições competitivas.“
O mercado de dívidas possibilita que empresas emitam títulos de crédito no mercado financeiro, atraindo investidores em busca de retornos por meio de juros e outros mecanismos de remuneração. Essa forma de financiamento se diferencia dos empréstimos tradicionais, proporcionando às pequenas e médias empresas acesso a capital de maneira mais direta e com condições mais favoráveis.
No passado, o mercado de dívidas era majoritariamente representado pela poupança, seguido pelo FGTS e, por último, pelo funding. No entanto, de acordo com a CEO da MS Empreendimentos, esse cenário está em transformação. O CFO da Embraed concorda: “O financiamento utilizando a poupança é algo que está acabando.“
Mercado de CRI
Uma das principais vantagens dessa mudança é a diversificação das fontes de financiamento. As pequenas e médias empresas (PMEs) já não precisam depender exclusivamente dos bancos; agora, elas podem acessar capital por meio de debêntures, notas promissórias, emissões de bonds e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), de acordo com o perfil da empresa e as necessidades do projeto. Essa abordagem reduz a dependência de uma única fonte de financiamento, proporcionando termos mais flexíveis e custos financeiros menores.
A importância desse mercado é evidenciada pelo sócio fundador da Lotus Cidade, cuja sede é em Brasília e que possui apenas um banco que realiza financiamento, o BRB. O mercado de CRIs, especificamente, ajuda e muito no financiamento do setor imobiliário da região.
Apesar disso, a estruturação do CRI ainda enfrenta os maiores desafios. “A emissão do CRI é um processo complexo para todos os envolvidos“, ressalta Hernandez. Segundo ele, o momento mais difícil é a negociação, seguido pelo trabalho dos advogados, e, a partir daí, tudo flui melhor.
Carla de Brito conclui afirmando que é fundamental para o investidor conhecer quem está do outro lado, entender a governança, saber onde está alocando, avaliar a liquidez e verificar se está havendo valorização. Sá reforça a análise: “É importante analisar a empresa e suas atividades. Compreenda qual é a garantia da operação, entenda o mercado regional e o foco da empresa.“
Crescimento de Santa Catarina
O aumento na diversificação das fontes de financiamento é vantajoso para o mercado imobiliário, que, apesar de estar desacelerado neste ano, não afetou o estado de Santa Catarina. Segundo Carla, os investidores notaram que o eixo Rio-São Paulo está mais consolidado e começaram a explorar novas alternativas de investimento, o que abre espaço para oportunidades no estado.
Ela ressalta que “a perspectiva é de que o mercado continue aquecido, uma vez que Santa Catarina é um exemplo de qualidade de vida.“
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