O mês de abril trouxe um novo ponto de inflexão para o mercado cripto. A tão aguardada oficialização das tarifas comerciais pelos Estados Unidos, liderada pelo presidente Donald Trump, alterou o humor dos investidores e reacendeu discussões sobre inflação, crescimento econômico e o risco de recessão global.
No centro desse cenário volátil, os ativos digitais – que historicamente reagem de forma amplificada às mudanças no cenário macroeconômico – passaram por movimentos intensos.

Mercado cripto e tarifas: o que mudou?
O pacote anunciado inclui três diretrizes principais:
- Tarifa mínima de 10% sobre todas as importações;
- Imposto de 25% sobre automóveis e computadores importados;
- Tarifas recíprocas de 50% com base nas tarifas aplicadas por outros países aos EUA.
O objetivo declarado é fortalecer a produção nacional e reconquistar a autonomia industrial — sobretudo em regiões historicamente industriais, como Detroit. No entanto, esse movimento tem consequências além das fronteiras comerciais: ele afeta diretamente as expectativas dos mercados.
Além disso, as primeiras retaliações internacionais já começaram:
- A China impôs tarifas em semicondutores, soja e carnes;
- O Japão e a União Europeia sinalizaram resposta diplomática e econômica;
- Canadá e Vietnã buscam acordos bilaterais para atenuar os impactos.
Com isso, o risco de uma guerra tarifária prolongada cresce — e os efeitos econômicos podem se estender por todo o segundo trimestre.
Por que as tarifas geram tanto ruído?
Tarifas têm um impacto duplo: afetam os preços dos bens importados (alimentando a inflação) e desaceleram a economia ao comprometer as cadeias de suprimento globais. Nos EUA, isso significa:
• Pressão nos índices inflacionários;
• Redução no consumo e na confiança dos consumidores;
• Risco de postergação dos cortes de juros pelo Federal Reserve.
De fato, projeções revisadas indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano pode crescer abaixo de 3,8% se a tensão comercial se intensificar. Em paralelo, a expectativa de inflação de 1 ano voltou a níveis superiores a 5%, no entanto, a expectativa de grandes instituições como Goldman Sachs é de que em um cenário de não-recessão eles esperam 3 cortes de 25 bps (iniciando em junho, ante julho) – 3,5%-3,75%. Caso haja recessão, há a previsão de corte de 200bps em 2026.

Cenários prováveis para o segundo trimestre
Diante desse novo panorama, dois caminhos se destacam:

1. Cenário de estresse econômico
Caso os países afetados respondam com retaliações fortes, o ambiente global pode se deteriorar rapidamente. Historicamente, períodos de recessão costumam gerar quedas de cerca de 20% no S&P 500 e correções de até 80% em muitos criptoativos. Nesse caso, o Bitcoin poderia revisitar níveis abaixo dos US$ 60 mil.
2. Cenário de ajuste com estabilização
Se as tarifas forem utilizadas com inteligência política e as negociações prevalecerem, o dano pode ser limitado. Nesse cenário, há espaço para recuperação gradual, com Bitcoin voltando à faixa dos US$ 90 mil a US$ 100 mil ao longo do segundo semestre.
O que os dados on-chain nos mostram?
Indicadores on-chain reforçam a percepção de espera. Os volumes no mercado spot e as taxas de financiamento seguem estáveis, sugerindo que os investidores ainda não estão capitulando, mas também não estão se arriscando demais.
Outro ponto relevante é a resiliência do BTC frente às altcoins — com menor beta, menor volatilidade e menor correlação com ativos mais especulativos. Isso reforça sua posição como reserva parcial de valor dentro do ecossistema cripto.
Para o mercado voltar a ganhar tração, três condições precisam ser atendidas:
- Redução das tensões comerciais — com menor risco de retaliação;
- Estabilização da inflação — que permita ao Fed iniciar cortes de juros;
- Melhora dos indicadores econômicos — restaurando a confiança e a liquidez.
Além disso, a expansão da base monetária global (M2) desde janeiro já antecipa um possível novo ciclo de recuperação. Historicamente, esse crescimento de liquidez precede ciclos de alta em ativos de risco — especialmente cripto.

Estratégia para investidores: foco no longo prazo
A oscilação de curto prazo é inevitável. Nos próximos 3 a 6 meses, o mercado tende a operar de forma lateral, com movimentos voláteis desencadeados por notícias pontuais. Em cenários como esse manter o foco na visão de longo, se arriscar aumentar ainda mais o risco da carteira.
Em momentos de estresse de mercado, é natural que o investidor se sinta tentado a agir, atentativa de acertar o fundo é um dos erros mais custosos do mercado, pois exige uma precisão que nem mesmo os profissionais mais experientes conseguem manter com consistência. Por isso, estratégias como o DCA (Dollar Cost Averaging) e a construção gradual de posição com ajustes táticos se mostram mais eficazes ao longo do tempo, oferecendo proteção emocional e consistência tática.
A história dos ciclos anteriores já mostrou: quem manteve a disciplina durante os períodos de dúvida foi justamente quem mais colheu frutos na recuperação. A construção de grandes retornos raramente acontece em momentos de euforia – ela começa nas fases de incerteza, quando o risco parece maior, mas o valor está escondido. Por isso, mais do que tentar prever o mercado, é hora de se posicionar com estratégia, visão de longo prazo e resiliência diante do caos.

Conclusão: a incerteza de agora é a oportunidade de amanhã
O que está em jogo não são apenas tarifas — mas a reconfiguração do sistema econômico global. O mundo assiste à tentativa dos EUA de redefinir sua relação com o comércio e a produção, com impactos que vão muito além das fronteiras americanas.
A depender da resposta global, podemos entrar em uma fase de fragmentação do comércio internacional, com consequências significativas para a inflação, o crescimento e os investimentos.
Enquanto isso, a incerteza seguirá alta — e os próximos dias serão cruciais para entender se estamos caminhando para uma trégua… ou para uma escalada ainda maior da guerra comercial.
A fase atual representa um verdadeiro teste de convicção. Para quem consegue olhar além do ruído, esse momento pode oferecer excelentes pontos de entrada, principalmente nos ativos com fundamentos sólidos e alta correlação com ciclos de liquidez.
Se o mundo evitar uma recessão profunda, os próximos meses poderão ser lembrados como uma das melhores janelas de alocação do ciclo atual.
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Por Leonardo Ferreira Gonçalves, gestor da área de criptoativos da EQI Investimentos
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