O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (2) a imposição de uma tarifa geral de 10% sobre todas as importações. Além disso, reforçou que veículos estrangeiros serão taxados em 25%. As medidas, segundo ele, visam fortalecer a economia americana e combater o que chamou de “anos de pilhagem” contra os EUA.
As tarifas entrarão em vigor à meia-noite, conforme informou Trump em pronunciamento ao vivo. O presidente também assinou um decreto histórico instituindo o que chamou de “tarifas recíprocas”, determinando que os EUA adotarão as mesmas taxas aplicadas por outros países sobre seus produtos. “O que eles fazem conosco, faremos com eles”, declarou.
Donald Trump: política protecionista e impacto econômico
Durante o discurso, Trump criticou ex-presidentes dos EUA por não terem imposto tarifas semelhantes e afirmou que sua decisão marca o início de uma nova era para a economia do país. “Os empregos já estão voltando, vocês estão vendo”, disse. Ele defendeu que a produção nacional será impulsionada, resultando em preços mais baixos e no fortalecimento da indústria americana.
O presidente declarou que o dia 2 de abril de 2025 será lembrado como o momento em que a indústria dos EUA “renasceu” e reforçou seu lema econômico: “Vamos fazer a América rica novamente”.
As novas tarifas devem provocar reações no mercado internacional e entre os parceiros comerciais dos EUA, especialmente diante do impacto que podem ter sobre cadeias de suprimentos globais. A decisão representa um passo significativo na política protecionista do governo Trump, que busca reduzir a dependência de produtos importados e estimular a manufatura doméstica.
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Brasil pagará 10%
Segundo Trump, produtos vindos do Brasil e do Reino Unido serão taxados em 10%, enquanto a China enfrentará uma tarifa de 34%. A União Europeia será submetida a um imposto de 20%, e países asiáticos terão taxas mais elevadas, como Vietnã (46%), Taiwan (32%) e Japão (24%). Outros países afetados incluem a Índia (26%), Coreia do Sul (25%), Tailândia (36%), Suíça (31%), Indonésia (32%) e Malásia (24%).
Durante seu pronunciamento ao vivo, Trump reforçou que as empresas que optarem por produzir dentro dos EUA estarão isentas das tarifas. “Quem produzir nos EUA não vai pagar tarifa nenhuma”, declarou, enfatizando sua política protecionista.
O presidente argumentou que as tarifas impulsionarão o crescimento econômico e pressionarão outros países a reduzirem suas barreiras comerciais contra produtos americanos. “O mais importante é que as tarifas trarão crescimento para os EUA”, afirmou.
Confira a lista completa por país:
- Camboja – 49%
- Laos – 48%
- Madagascar – 47%
- Vietnã – 46%
- Myanmar – 44%
- Sri Lanka – 44%
- Bangladesh – 37%
- Sérvia – 37%
- Botsuana – 37%
- Tailândia – 36%
- China – 34%
- Taiwan – 32%
- Indonésia – 32%
- Suíça – 31%
- África do Sul – 30%
- Paquistão – 29%
- Tunísia – 28%
- Cazaquistão – 27%
- Índia – 26%
- Coreia do Sul – 25%
- Japão – 24%
- Malásia – 24%
- Costa do Marfim – 21%
- União Europeia – 20%
- Jordânia – 20%
- Nicarágua – 18%
- Filipinas – 17%
- Israel – 17%
- Noruega – 15%
- Turquia – 10%
- Peru – 10%
- Costa Rica – 10%
- República Dominicana – 10%
- Emirados Árabes – 10%
- Nova Zelândia – 10%
- Argentina – 10%
- Equador – 10%
- Guatemala – 10%
- Honduras – 10%
- Egito – 10%
- Arábia Saudita – 10%
- El Salvador – 10%
- Marrocos – 10%
- Trinidad e Tobago – 10%
- Brasil – 10%
- Cingapura – 10%
- Chile – 10%
- Austrália – 10%
- Colômbia – 10%
- Reino Unido – 10%
Investimentos de US$ 6 trilhões
O presidente dos Estados Unidos disse que o país receberá um total de US$ 6 trilhões em investimentos, transformando a economia americana. Em um discurso ao vivo, Trump destacou que as novas políticas econômicas de seu governo já atraíram aportes bilionários de grandes empresas e prometeu um futuro próspero para os trabalhadores.
Segundo Trump, entre as empresas que já anunciaram investimentos no país estão gigantes da tecnologia, como Apple e Nvidia, que, segundo Trump, gastarão bilhões de dólares para expandir suas operações nos EUA. Além delas, empresas como Meta, Eli Lilly, Johnson & Johnson, Honda e Hyundai também fazem parte do grupo que destinará recursos ao país.
Trump destacou que esses investimentos foram confirmados em apenas dois meses e meio de seu novo mandato, reforçando sua política de incentivo à produção interna e de reindustrialização dos EUA.
O presidente também enviou um recado direto aos países que buscam isenção das tarifas impostas recentemente por seu governo. “Digo aos países que querem isenção de tarifas: retirem as suas tarifas”, afirmou, deixando claro que os EUA só aliviarão restrições comerciais caso outros governos reduzam suas próprias barreiras contra produtos americanos.
Ações de empresas de tecnologia caem no aftermarket
As ações de algumas das maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos registraram queda no pregão pós-mercado nesta terça-feira (2), após o anúncio de novas tarifas comerciais. O setor foi impactado pelas preocupações dos investidores com possíveis retaliações e aumento de custos na cadeia de suprimentos.
A Apple caiu 2,77%, enquanto a Tesla recuou 2,83%. A Nvidia teve uma desvalorização de 2%, e a Amazon registrou queda de 2,32%. O movimento negativo reflete a incerteza gerada pelo pacote tarifário de Trump, que impôs taxas diferenciadas para importações de diversos países, incluindo China, União Europeia, Japão e Coreia do Sul – mercados estratégicos para as grandes empresas de tecnologia.
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