A semana de 5 a 9 de junho termina com a expectativa pela próxima reunião do Federal Reserve (Fed), dias 13 e 14.
Até aqui, domina a projeção de uma manutenção dos juros no patamar atual – 5% a 5,25%. Mas não estão descartadas novas altas para os próximos encontros.
Já no Brasil, a definição dos juros acontece dia 21, uma semana depois, e a Selic deve mesmo ser mantida em 13,75%. No entanto, o mercado se anima na esperança de uma possível queda de juros para agosto. Especialmente após a inflação oficial ter vindo abaixo do esperado.
Confira no resumo da semana o que foi notícia.
Resumo da semana no Brasil
IPCA surpreende
O IPCA, inflação oficial, veio melhor do que o esperado pelo mercado: teve alta de 0,23% em maio, ante 0,61% de abril e expectativa de 0,33%.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, acredita que os números são bons e surpreenderam de forma positiva, especialmente nos itens de alimentação e medicamentos. Mas ele ainda não vê margem para que o Copom possa antecipar para este ano a redução da Selic.
“Embora o mercado espere por essa redução no segundo semestre, os números do núcleo da inflação, que sinalizam as tendências de médio e longo prazo, ainda são mais altos, ficando entre 5% e 6% no cálculo anualizado. Isso deixa o Banco Central numa situação difícil, porque ele trabalha com a meta cheia, mas analisa os dados e percebe que não há uma tendência de que os números de queda vieram para ficar”, explica o analista.
Para ele, no entanto, uma sinalização sobre a manutenção das metas de inflação na próxima reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) pode deixar o cenário mais propício à redução da Selic.
Carro mais barato
A semana também foi marcada pelo anúncio do pacote de desconto para carros baratos do Governo. O subsídio deve reduzir de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço final de carros populares, mas também atinge caminhões e ônibus. No total, o governo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa.
Reforma Tributária avança
O plenário da Câmara afirmou que vota na primeira semana de julho a Reforma Tributária, cujo relatório com as diretrizes da proposta foi apresentada aos deputados. Segundo o que foi apresentado, não haverá aumento de impostos.
Resumo da semana no exterior
Para onde vai o Fomc?
O Federal Reserve (Fed) deverá optar por uma “pausa estratégica” na taxa de juros dos Estados Unidos, na reunião do Fomc na próxima quarta-feira (14), com os juros ficando no intervalo entre 5% e 5,25%.
Porém, relatório do banco BTG Pactual (BPAC11) lembra que, na reunião ocorrida em maio pontuou que o presidente do Fed, Jerome Powell, não fecharia as portas para novos aumentos no futuro.
Juros chineses podem cair?
Os seis maiores bancos comerciais da China cortaram taxas de depósito, o que abre espaço para especulações de queda de juros pelo banco central chinês.
Inflação chinesa melhor que o esperado…
A inflação chinesa em maio veio mais fraca que o esperado para consumidores e produtores. A inflação ao consumidor (CPI) teve alta anualizada de 0,2% em maio, pouco abaixo da previsão de 0,3%. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) caiu 4,6%; ante previsão de 4,4%.
… mas balança comercial decepciona
A China divulgou também os dados da balança comercial, que apontaram queda de 7,5% das exportações em maio, ante previsão de alta de 5,5%.
As importações caíram 4,5%, também pior do que o esperado (recuo de 2,5%). O saldo comercial em maio ficou em US$ 65,8 bilhões, bem menor que o superávit de US$ 90,2 bilhões de abril.
Corte na produção de petróleo
A Arábia Saudita anunciou o corte de 1 milhão de barris de petróleo por dia em sua produção. A decisão visa tentar evitar quedas mais profundas dos preços internacionais.
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