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Queda da Selic: diversificar investimentos é a chave para cenário eminente de juros mais baixos

Queda da Selic: diversificar investimentos é a chave para cenário eminente de juros mais baixos

A diversificação da carteira de investimentos é fundamental para o investidor manter seus ganhos nos próximos meses, em que a tendência é a queda da Selic, a taxa básica de juros definida pelo Banco Central, e também da inflação.

A análise foi feita em live realizada pela EQI Investimentos dentro do projeto Investidor Inteligente, com a presença do estrategista da assessoria, Denys Wiese, e do economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz.

Embora a Selic tenha se mantido em 13,75% ao ano nas reuniões realizadas neste ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), o mercado já começa a trabalhar com a possibilidade de queda da taxa. A média de projeções para os juros no fim de 2024 é de 10% ao ano, de acordo com o Boletim Focus atualizado semanalmente pelo BC.

Já a taxa média para o fim deste ano está projetada em 12,50%. Kautz aponta que a EQI Asset ainda trabalha com a projeção de manutenção da Selic em 13,75% ao ano.

Gráfico evolução taxa Selic maio 2023

“Alguns analistas acreditam que o BC vai acabar se vergando às pressões do governo, mas muitos parecem não se dar conta de que o BC é independente, não é obrigado a obedecer ordens do governo. A inflação permanece ainda com uma certa rigidez, o gasto público está aumentando, e não nos parece que essa redução virá ainda este ano”, explica Kautz. 

Ele aponta que a EQI Asset, que liderou a pesquisa Focus sobre as projeções do IPCA, estima uma queda dos juros só em 2024.

“De toda forma, no final da linha a gente se encontra, e a divergência é apenas o início do ciclo de queda”, pondera o economista.

Kautz vê apenas uma possibilidade de redução antecipada dos juros: a manutenção das metas de inflação em reunião do Conselho Monetário Nacional, no fim de junho. O CMN é formado por Campos Neto, presidente do Banco Central, e pelos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento.

A meta deste ano é de 3,25% ao ano, e a partir do ano que vem seria de 3%, com margem de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.

Há forte pressão de setores do governo para uma mudança. “Se a meta da inflação for mantida, não afrouxada, a gente verá sinais de responsabilidade que podem ser bem vistos e provocar uma antecipação da queda dos juros. Temos que ficar de olho nessa reunião”, diz o economista-chefe da EQI Asset.

foto Stephan Kautz
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Queda da Selic: o papel do BC na definição dos juros

Kautz fez questão de enfatizar que a Selic é principalmente um guia para o mercado se movimentar, pois é calculada pelo Copom com o objetivo primário de controlar a inflação.

“Baixar a Selic no curto prazo, no ‘canetaço’, não resolve muita coisa. É importante o governo mostrar sinais de responsabilidade, especialmente no plano fiscal, porque não existe fórmula mágica na economia. A redução forçada da Selic impõe o risco de a inflação continuar alta, e quando você tem incerteza sobre o futuro, o empresário se retrai e não faz o investimento”, explica.

O economista disse que o atual ciclo de alta de juros se iniciou no segundo semestre de 2021, com o objetivo de combater uma inflação que se aproximou dos dois dígitos com o boom da atividade econômica, após o levantamento de restrições causadas pela pandemia de Covid-19.

“O BC determina os juros básicos da economia para tentar mexer nas movimentações de crédito das famílias e das empresas a partir de dados de inflação e atividade econômica. O que vivemos ao longo dos últimos 24 meses foi o BC subindo juros para combater uma inflação muito alta. Agora, temos o BC já parado há muito tempo, a inflação dando sinais de desaceleração e a economia, melhor do que se esperava, mas também com sinais de desaceleração”, diz.

Segundo ele, o mercado, ao enxergar todos esses sinais, começa a antecipar cenários.

“Embora o BC ainda não tenha mexido na Selic, o mercado considera que a tendência é a redução dos juros. O que a gente chama de juros futuros inclui as expectativas dos investidores, bancos e casas de análise a respeito de como será o cenário no futuro”, completa o economista.

Denys Wiese explicou que, na prática, a queda nas projeções de juros impacta na formatação de novos investimentos pelas instituições. “Se você comprar hoje um CDB pré-fixado, ele vai ser projetado com base nos juros futuros, ou seja, já com valores mais baixos de rentabilidade do que estavam três ou quatro meses atrás”, afirma o estrategista.

Queda da Selic: o papel do Governo

Os primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram marcados por constantes críticas à Selic, inclusive com ataques diretos ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Kautz, no entanto, ressalta que o Governo tem um papel fundamental na definição da política monetária, além da pressão política, que é o de apresentar um compromisso de responsabilidade fiscal.

“A discussão fiscal também influencia em como a curva de juros vai se comportar. O governo, com suporte do Congresso, acabou com o teto de gastos, ainda na transição, e prometeu entregar uma nova regra de controle, que ganhou esse nome de arcabouço fiscal, detalha Kautz.

Esse projeto foi entregue em abril e, nesta semana, a Câmara aprovou o regime de urgência na votação, o que deve fazer com que o texto seja votado em plenário na semana que vem.

“Os índices começaram a melhorar e o movimento dos juros começou a acontecer”, aponta o economista.

Embora a reação tenha sido boa, Kautz ainda vê problemas no arcabouço quanto ao cumprimento das metas de superávit primário prometidas pelo governo a partir do ano que vem.

“Em tese é uma regra boa, mas depende muito de que a receita continue crescendo para que ela cresça no mínimo mais do que o crescimento do gasto. O relator incluiu algumas regras que dificultam a projeção do que vai acontecer. A gente brinca que ‘o diabo mora nos detalhes’, e quando a gente olha os detalhes adicionais incluídos pelo relator, as regras ficaram mais confusas do que se imaginava no caso da proposta do ministro Fernando Haddad”, detalha.

Segundo ele, as medidas tomadas pelo governo são no sentido de estimular o crescimento da economia por meio de uma ampliação do gasto público, e que a necessidade constante de aumentar a receita pode levar à necessidade de decisões pouco populares.

“Esse formato obriga o governo a gerar receita. Então, sempre há uma pressão de fazer a economia crescer mais ou fazer mudanças na receita, como aumentar imposto e retirar benefício fiscal para algum setor, a fim de manter as contas relativamente sob controle, dado que o gasto tem que crescer”, conclui.

foto de Denys Wiese
Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos

Queda da Selic: longo prazo e diversificação

Para Denys Wiese, o investidor deve olhar para duas possibilidades num cenário em que o rendimento mensal perto de 1% parece estar com os dois contados:

  1. Diversificar os investimentos, buscando opções na Renda Variável, como ações, fundos imobiliários (FIIs) e outras opções que possam oferecer uma rentabilidade maior;
  2. Aproveitar o cenário que ainda persiste e priorizar, na Renda Fixa, os investimentos de prazo mais longo, que prometem sustentar por mais tempo uma rentabilidade que deve ser reduzida ao longo dos próximos meses.

“Um título pré-fixado que esteja oferecendo em torno de 15% ao ano é um excelente investimento, e ainda pode ser encontrado. Se o investidor alongar os prazos, pode garantir a taxa alta por mais tempo, já que, quando for renovar o título, essa taxa não vai ser mais tão boa”, aponta Wiese.

“É preciso colocar o dinheiro para trabalhar para você. Juros reais de 6% ao ano permitem dobrar o patrimônio real, sem novos aportes, em 10 anos. A taxa deve cair mais para a frente, mas projetamos ainda uma opção boa. Claro que cada um tem que olhar seu horizonte de investimento, mas, com a taxa caindo, você vai ter que olhar outras opções para seu portfólio”, completa Stephan Kautz.

Denys Wiese aponta que títulos de Renda Fixa pós-fixados, com rendimentos reais atrelados ao IPCA ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que oscila próximo à Selic), são “a defesa do investidor”.

“Se a situação se inverter, e o juro voltar a subir e a inflação também, você tem uma proteção para seu patrimônio. Por isso, é importante a diversificação”, completa o estrategista.

Os investimentos no exterior também se colocam como uma opção interessante fora da volatilidade do mercado brasileiro. “Lá as taxas de juros ainda estão altas, tem fundo rendendo 7,5% ao ano. É importante ter uma parte no exterior e começar a dolarizar um pedaço do patrimônio”, defende Wiese.

Neste ponto, Kautz destaca o trabalho da EQI Asset com o Atlas Macro, fundo de multimercados administrado pela casa com portfólio no exterior.

“É uma história de sucesso, um fundo com foco no médio e longo prazo para evitar escorregões. É impossível acertar tudo, e o objetivo é acertar bem e errar pouco, para cumprir o esperado pelo investidor. E é o que está acontecendo”, explica.

“Existe um mundo gigantesco lá fora, de outras oportunidades, que não estão relacionadas ao movimento do que acontece no Brasil”, complementa.

Queda da Selic: segurança no mercado de ações

Além de sugerir a carteira recomendada de ações preparada pela EQI Research, os dois especialistas abordaram também a possibilidade de investir em fundos de ações, como os administrados pela EQI Asset, mais seguros do que simplesmente investir em apenas uma empresa que pode estar mais sujeita a imprevistos.

“Num cenário como o atual, há empresas que se beneficiam da queda de juros, seja pela queda nos custos, seja pela aceleração da economia, que tem uma performance melhor com os juros caindo. Quem gosta de bolsa deve dar uma olhada e conversar com seu assessor para entender o funcionamento desses fundos”, aponta Kautz.

Denys Wiese apresentou outra oportunidade vinculada a ações, essa de prazo mais curto: o Smart Hedge Weg, baseado em ações da Weg (WEGE3), mas com uma trava de segurança para o investidor.

“É uma empresa que cresce há muito tempo, até em cenários adversos, mas o investidor que teve a queda pode optar por essa opção, que é uma proteção inteligente. Se daqui a um ano a ação cair, o investidor não perde nada, apenas a inflação do período, já que recebe de volta o valor nominal; se a ação subir mais que um determinado valor, há uma barreira”, explica o estrategista.

Ele encerrou o encontro lembrando que a EQI tem uma gama de produtos de investimento que inclui, além das opções já citadas, Fundos Imobiliários, instrumentos de crédito, Previdência Privada e consórcios. “Fale com seu assessor, pois ele é o hub que direciona o investidor para as suas áreas de interesse”, conclui Wiese. 

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