A semana de 19 a 23 de junho chega ao fim com bolsa em leve alta, registrando nove semanas seguidas no positivo, sequência que não se via desde agosto de 2016.
As atenções se voltaram para os bancos centrais, com destaque para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a Selic em 13,75% pela sétima vez.
Confira os destaques do resumo da semana.
Resumo da semana no Brasil
Copom mantém cautela
Na última quarta (21), o comitê manteve na Selic em 13,75% e descartou do comunicado o trecho em que dizia que não hesitaria em retomar a alta de juros, se necessário.
No entanto, ao contrário do que esperava boa parte do mercado, não apontou quando os juros vão, de fato, começar a cair. As apostas, agora, recaem sobre a reunião de setembro.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a queda ou não da Selic ainda este ano depende do que for definido na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), dia 29, que pode alterar a meta da inflação – de 3,25% em 2023 e de 3% em 2024, com 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo de tolerância.
Na próxima terça-feira (7), tem ata do Copom, que pode trazer mais detalhes sobre os próximos passos.

Arcabouço passa no Senado, mas volta à Câmara
O plenário do Senado aprovou na noite de quarta-feira (21) o texto-base do projeto do arcabouço fiscal, que substitui o teto de gastos do governo. Foram 57 votos favoráveis, contra 17.
Com isso, o projeto deve retornar à Câmara dos Deputados, que é a casa de origem, para ser novamente apreciado e somente depois reencaminhado para sanção do presidente Lula (PT). Isso porque houve mudanças no texto original, como a retirada do limite de gastos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).
Reforma Tributária apresentada
O texto preliminar da Reforma Tributária foi apresentado na Câmara e está previsto para ser votado em plenário entre 3 e 7 de julho. O novo texto prevê a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), baseado no modelo de imposto sobre valor agregado (IVA), já aplicado em outros países.
O tributo substituiria duas contribuições – o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – e três impostos – o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Serviços (ISS) e o ICMS. O imposto que vai substituir IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS será dual, ou seja, com uma parcela gerida pela União (CBS) e a outra, por estados e municípios. Haverá um período de transição de oito anos para esses tributos, a começar em de 2026 a 2033.
Zanin no STF
O Senado aprovou, por 58 votos a 18, a indicação do advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal. Ele vai entrar na vaga deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril.
Zanin foi designado para a Corte pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele atuou na defesa de Lula durante os processos da Operação Lava Jato e na campanha ao Planalto em 2022.
Resumo da semana no exterior
Jerome Powell no Congresso
A semana teve dois depoimentos de Jerome Powell no Congresso, reafirmando que, apesar de optar pela manutenção dos juros americanos entre 5% e 5,25%, o Federal Reserve (Fed) prevê mais altas ainda este ano – provavelmente duas de 25 pontos-base.
Índices de atividade
Divulgado na manhã de sexta (23), o Índice dos Gerentes de Compras (PMI) composto da zona do euro caiu para 50,3 em junho, no menor nível em cinco meses e abaixo da expectativa do mercado, de 52,5.
O PMI de Serviços recuou de 55,1 para 52,4 pontos e o Industrial, de 44,8 para 43,6, menor patamar em 37 meses.
Já o PMI Composto dos EUA caiu para 53 pontos na medição preliminar de junho, ante 54,3 do índice verificado em abril. O resultado sinaliza para um crescimento mais leve da atividade econômica.
O PMI de Serviços caiu de 54,9 pontos em maio para 54,1 no levantamento atual, enquanto o PMI Industrial desceu de 48,4 para 46,3 pontos.
Bancos centrais sobem juros
O Banco Central da Inglaterra (BoE) elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, chegando a 5% ao ano. Os bancos centrais da Suíça e da Noruega também promoveram altas, de 0,25 e 0,50 p.p., respectivamente.
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