O Fed, banco central norte-americano,decidiu manter a taxa de juros dos EUA no intervalo entre 5% e 5,25% ao ano, conforme estabelecido na reunião de maio. A decisão, esperada pelo consenso dos analistas do mercado, foi anunciada na tarde desta quarta-feira (14) como resultado da quarta reunião do ano do Fomc, o comitê de política monetária do Fed.
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A decisão interrompeu um ciclo de dez altas seguidas que vinha desde o segundo semestre do ano passado, quando o banco iniciou o processo de aperto monetário para combater a inflação, a mais alta dos últimos 40 anos no país, chegando perto de 10% ao ano.
Taxa de juros dos EUA: informações do Fomc
Segundo a nota do Fomc, os indicadores recentes mostram que não há um risco de recessão à vista, uma vez que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modesto. “Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação continua elevada”, aponta o texto.
O comitê ainda aponta que o sistema bancário dos EUA é “sólido e resiliente”, ainda que condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas possam afetar nos próximos meses os índices de atividade econômica, contratações e também a inflação.
“O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação e busca alcançar o máximo de emprego com inflação à taxa de 2% no longo prazo. Em apoio a essas metas, o Comitê decidiu manter o intervalo da meta estável nesta reunião, o que permite avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária”, diz o texto.
Segundo o Fed, o comitê “levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os fatores econômicos e financeiros”, e também seguirá reduzindo participações em títulos do Tesouro e dívidas de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências.
O texto diz ainda que o Fomc seguirá “preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado” caso surjam riscos que possam impedir o alcance de suas metas, o que abre espaço para uma possibilidade de nova alta dos juros na próxima reunião, em 25 e 26 de julho.
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Taxa de juros dos EUA: projeções dos dirigentes
O Fed divulgou também projeções de seus dirigentes para índices econômicos até o fim deste ano e para 2024 e 2025. De acordo com um gráfico de pontos, nove dirigentes projetam os juros entre 5,50% e 5,75% no fim deste ano, e a mediana das projeções ficou em 5,6%, ante 5,1% na reunião de março.
Para o fim de 2024, dez dirigentes projetam juros ainda acima de 4,5%, enquanto seis apontam um índice entre 4,25% e 4,5% em 2024. A mediana das projeções subiu para 4,6%, ante 4,3% em março.
As projeções foram reduzidas, por outro lado, para a taxa de desemprego ao final deste ano, de 4,5% para 4,1%, e ampliadas para o crescimento do PIB, de 0,4% para 1%.

Taxa de juros dos EUA:: explicações de Powell
O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou várias vezes durante o discurso que o cenário de aperto monetário não será reduzido enquanto a inflação não voltar para o índice próximo de 2% ao ano. O CPI, um dos índices de inflação do país, calculado pelo Bureau of Labor Statistics, ficou em 0,1% no mês de maio, e em 4% no acumulado dos últimos 12 meses.
“A inflação moderou um pouco desde meados do ano passado, mas as pressões inflacionárias continuam altas. É um processo que tem um longo caminho pela frente ainda”, explicou. “Quando conseguirmos ver que o núcleo da inflação está suavizando, saberemos que o aperto está funcionando.”
Segundo Powell, dados recentes que são usados para a projeção das taxas de inflação futuras, como a atividade econômica e a geração de empregos, ainda não deram mostras de chegar a níveis adequados.
“Por enquanto nós vimos apenas apenas os primeiros sinais de desinflação lá, mas ainda há uma aceleração da atividade e um mercado de trabalho muito apertado”, declarou o dirigente, dizendo que nada adianta haver geração de empregos num cenário de inflação alta. “Não teremos condições para que o mercado de trabalho se mantenha sustentável com a inflação elevada”, concluiu.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, disse que a posição hawkish do Fed, que sinaliza para novas altas de juros, foi relativamente surpreendente, especialmente depois dos números do CPI desta semana que mostram um enfraquecimento no núcelo da inflação nos EUA.
“Pelo relatório e pelas projeções, ficou claro que eles preferiram esperar agora, mas que farão um novo aumento na reunião de julho, de 0,25 p.p., e pelo menos mais um até o fim do ano, possivelmente em setembro. Surpreendeu inclusive o foco na meta de 2%, eu parei de contar quando o presidente Jerome Powell citou o número pela sétima vez”, explicou o analista.
Para ele, aos poucos o mercado vai precificar essa possibilidade de ajuste nos próximos meses, enquanto os analistas e fundos de investimentos buscarão um reposicionamento. “É uma postura bastante conservadora, mas o mercado terá que perceber que os juros continuarão subindo e ficarão mais altos por um longo período de tempo”, concluiu.
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