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Ouro dispara com incertezas quanto à guerra Israel x Hamas

Ouro dispara com incertezas quanto à guerra Israel x Hamas

O ouro disparou com força nesta sexta-feira (13), com o contrato para dezembro escalando 3,11%, cotado a US$ 1.941,50 a onça-troy. Na semana, a alta foi de 5,18%, a maior desde março.

A alta vem em consequência da guerra entre Israel e Hamas, com investidores buscando proteção diante das incertezas do momento.

Ao mesmo tempo, o preço do metal vem sendo influenciado pela expectativa de juros nos EUA. O mercado ainda segue incerto quanto a mais uma alta de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que levaria a taxa ao teto de 5,75% ao ano até dezembro.   

Tradicionalmente, o ouro é uma reserva de valor acionada diante de crises e opera em sentido contrário ao dólar. O dólar, por sua vez, é diretamente influenciado pelas decisões de política monetária.

Se o Fed sobe os juros, o dólar se valoriza mais e o ouro tende a se desvalorizar.

Já se o Fed mantém os juros, isso pode ser interpretado como uma sinalização de fim de ciclo mais próximo, o que faz a moeda americana perder valor, o que, consequentemente, coloca o ouro como a reserva de valor mais procurada.

O conflito entre Israel e Hamas, que completa uma semana no sábado (14), aumenta as preocupações de que os combates possam afetar a produção regional de energia. O Médio Oriente é responsável por mais de um terço do comércio marítimo global de petróleo.

Pela mesma razão, nesta sexta, os preços do petróleo subiram mais de 5%. A Agência Internacional de Energia descreveu as condições do mercado como “cheias de incerteza”, mas disse que a guerra Israel-Hamas ainda não teve um impacto direto no fornecimento da commodity. Israel não é um grande produtor de petróleo e nenhuma infraestrutura petrolífera importante passa perto da Faixa de Gaza.

Vale a pena investir em ouro?

O ouro, como reserva de valor que é, consiste em uma forma de proteger a carteira contra as oscilações do mercado.

Em outras palavras, reserva de valor é quando você não quer perder o poder de compra, em uma determinada moeda. Ou, pelo menos, ter uma proteção em casos de problemas sistêmicos.

Isso porque o ouro é finito, uma commodity. 

Além disso, o ouro é menos volátil do que outros investimentos, além de ser aceito mundialmente, oferecendo maiores possibilidades de negociação para os detentores do ativo. 

A escassez é outro detalhe importante do metal. Seguindo a lógica da oferta e da demanda, quanto mais alta a procura, menor é a disponibilidade do ativo, o que proporciona maior valorização em épocas de maior interesse. 

O ouro também pode ser usado como uma importante estratégia de diversificação da carteira.

Como a rentabilidade dos investimentos é fortemente impactada em épocas de instabilidade econômica, o metal apresenta-se como alternativa para reduzir os prejuízos. Sobretudo para investidores que contam com muitas aplicações em títulos de renda variável, os mais afetados nesses períodos. 

Quais são os riscos?

Embora o ouro apresente-se como um ativo muito valorizado em épocas de crise, o valor do metal pode ser impactado por diversos fatores, como: 

  • política monetária dos países; 
  • oferta e demanda de investidores nas bolsas de valores; 
  • extração do metal afetada por fatores naturais;
  • depreciação da cotação do ativo.

Investir ou não investir em ouro?

Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, revela que é raro o cliente da assessoria que tenha ouro em carteira.

“O ouro é um artigo de ciclo muito longo. Tem gente que comprou na década de 70. E agora colhe uma valorização. Ele é um ativo que não gera renda. Então, é para ser usado como uma reserva de valor mesmo”, afirma.

E alerta: “Ouro não é investimento para se ganhar dinheiro, mas para se proteger. É muito difícil a gente colocar na carteira de um cliente, porque ele é, geralmente, para quem tem muito patrimônio já investido nas demais classes de ativos. Ou, então, é para quem especula mesmo”, frisa.

Uma opção, ele diz, é colocar o ouro dentre os ativos que compõe a parcela internacionalizada da carteira – a recomendação é que esse total seja de 5% a 30% do patrimônio.

Como investir em ouro?

Comprar barras físicas de ouro

Esta alternativa exige o cumprimento de algumas burocracias, como autorização do Banco Central para ter o ativo físico.

Também é necessário escolher um custodiante para guardar as barras de ouro – embora seja possível guardá-las em casa também, o que, obviamente, não é recomendável por questões de segurança.

Contrato futuro

Outra possibilidade é investir em contratos futuros de ouro, negociados na bolsa de valores brasileira, a B3.

Trata-se de um acordo de negociação de determinado volume do metal em uma data de vencimento futura por um determinado preço. O preço do contrato é predeterminado, e você pode se posicionar na compra ou na venda.

Fundos de investimento

Há fundos de investimento com exposição a metais preciosos como o ouro. Eles funcionam como um tipo de condomínio financeiro, que reúne o patrimônio dos investidores interessados e são geridos por um gestor. Para participar, você precisa comprar cotas.

ETF

Os ETFs (Exchange Traded Funds) também são opção de investimento em ouro. A diferença para os fundos é que o ETF replica o desempenho de um índice do mercado financeiro.

Na B3, há fundos de índice que seguem índices financeiros relacionados ao ouro. O GOLD11, por exemplo, é o primeiro ETF de ouro do Brasil. Nos EUA, o mais famoso é o GLD, ou SPDR Gold Shares, da State Street Global Advisors, seguido pelo IAU, iShares Gold Trust, da BlackRock.

Você leu que o ouro dispara com incertezas quanto à guerra. Para mais notícias sobre as consequências do conflito, clique aqui.