Os preços do petróleo sobem quase 4%, à medida que o conflito Israel-Hamas avança pelo terceiro dia. Embora haja um aumento nos preços do petróleo, os analistas acreditam que será uma reação instintiva e provavelmente temporária, já que o conflito não coloca diretamente em perigo nenhuma fonte importante de abastecimento de petróleo.
Para que o conflito tenha um impacto duradouro e significativo nos mercados petrolíferos, deve haver uma redução sustentada no fornecimento ou transporte de petróleo, apontam os especialistas.
O estopim da guerra
No sábado (7), houve um ataque surpresa a Israel por militantes palestinos do Hamas.
O amplo ataque do Hamas pegou desprevenidos o sistema militar e de segurança de Israel. Milicianos invadiram por ar, terra e mar, segundo os militares israelenses, penetrando pelo menos quatro bases militares ao longo da fronteira de Israel com Gaza. Israel declarou guerra ao Hamas.
Segundo a NBC NEWS, ao menos 700 israelenses teriam sido mortos. O Ministério da Saúde palestino registrou 313 mortes até agora.
Os envolvidos e o impacto no petróleo: Irã e Hezbollah
Nenhum dos lados é um grande player petrolífero. Israel possui duas refinarias de petróleo com capacidade combinada de quase 300 mil barris por dia. De acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos EUA, o país “praticamente não possui produção de petróleo bruto e condensado”.
Os territórios palestinos não produzem petróleo, mostram dados da EIA.
No entanto, o conflito situa-se à porta de uma região chave de produção e exportação de petróleo para os consumidores globais.
Já o Irã, rico em petróleo, surge como possível país envolvido no ataque. E este sim traz preocupação ao mercado.
Dirigentes de forças de segurança do Irã teriam ajudado o Hamas a planejar o ataque contra Israel, de acordo com uma reportagem do jornal “Wall Street Journal”.
Segundo a reportagem, membros da Guarda Revolucionária do Irã começaram a trabalhar com o Hamas em agosto para organizar o ataque.
O plano seria criar ameaças a Israel em diversas frentes: no norte, os israelenses seriam atacados pelo Hezbollah, e no sul e na Cisjordânia, pelo Hamas e pela Frente de Liberação da Palestina.
“Se os países ocidentais associarem oficialmente a inteligência iraniana ao ataque do Hamas, então o fornecimento e as exportações de petróleo do Irã enfrentarão riscos de queda iminentes”, disse Vivek Dhar, diretor de investigação de produtos mineiros e energéticos do Commonwealth Bank, à CNBC.
“Há também o risco de o conflito se agravar a nível regional. Se o Irã for envolvido, poderá haver problemas de abastecimento, embora ainda não estejamos nessa fase”, afirmou o diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group, Henning Gloystein, também à CNBC.
Para o Rapidan Energy Group, um conflito entre Israel e o Irã poderia elevar os preços do petróleo em US$ 5 a US$ 10.
Outro receio é ser comprovado o envolvimento do grupo militante libanês Hezbollah, também com aumento da área de conflito.
No dia do ataque a Israel, o Hezbollah anunciou apoio ao Hamas contra Israel, afirmando estar em contato direto com líderes de grupos de resistência.
O Hezbollah também disse ter lançado no domingo (8) ataques a três locais nas Fazendas Shebaa – uma faixa de terra que fica na intersecção da fronteira entre o Líbano e a Síria e as Colinas de Golã ocupadas por Israel.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, observou no domingo o “disparo limitado” entre o Hezbollah baseado no Líbano e Israel, mas disse que “é algo que está quieto, mas está sendo observado com cuidado”.

O que é o Hamas?
O Hamas, que assumiu o atentado em Israel, é um grupo extremista islâmico armado que atua nos Territórios Palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
O grupo foi fundado em 1987, por um dissidente de um outro grupo islâmico, a Irmandade Muçulmana.
Hamas é uma sigla para Movimento de Resistência Islâmica. Os preceitos do grupo são três: promover a religião islâmica, praticar caridade e lutar contra Israel.
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