Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, os olhos do mundo se voltaram para o rumo de sua administração. Sendo uma potência econômica global, as decisões do novo presidente têm o poder de impactar diretamente a economia mundial e, consequentemente, os investimentos internacionais.
Nesse contexto, os mercados estão cada vez mais atentos aos possíveis efeitos do governo Trump, especialmente no que diz respeito à inflação americana, caso algumas de suas promessas de campanha se concretizem.
Entre os principais pontos de interesse estão a imigração, as tarifas comerciais, a redução de impostos e a regulação governamental, temas abordados durante sua campanha e que já começaram a ser implementados logo no início de seu mandato.
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A “Era de Ouro” e as propostas de Trump
Em seu discurso de posse, Trump proclamou o início de uma “era de ouro” para os Estados Unidos e apresentou propostas como a declaração de uma “emergência nacional” na fronteira com o México, além de planos para deportar milhões de imigrantes.
Ele afirmou que toda entrada ilegal será “imediatamente interrompida” e que o governo começará a deportação de milhões de “estrangeiros criminosos” para seus países de origem.
Segundo William Castro Alves, estrategista chefe da Avenue, durante uma transmissão ao vivo para a EQI Investimentos, “se essa política for implementada, ela pode ter um impacto no mercado de trabalho americano, afetando especialmente setores que dependem de mão de obra estrangeira.”
Outro ponto importante foi a proposta de Trump de tarifas comerciais, particularmente voltadas para países como China, México, Canadá e Brasil.
“A imposição dessas tarifas pode desencadear uma guerra comercial, o que afetaria a dinâmica do mercado global e, consequentemente, os preços e a inflação”, afirmou Castro Alves.
Esses fatores combinados têm gerado um clima de incerteza nos mercados financeiros, impactando as previsões econômicas em escala global.
Desafios para a inflação
Nos Estados Unidos, a inflação, que vinha apresentando queda consistente, agora enfrenta desafios devido às incertezas em torno dessas políticas propostas por Trump. A falta de clareza sobre o impacto dessas medidas pode influenciar a inflação, o crescimento econômico e até mesmo a política monetária.
A ata mais recente do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) mostrou que o Federal Reserve (Fed) prevê que a inflação continue em patamares elevados durante este ano.
O Fomc também abordou as políticas do novo presidente. Segundo o documento, os diretores ainda percebem incertezas em relação à projeção central, embora dentro dos limites observados nos últimos 20 anos, período que inclui momentos de grande instabilidade econômica e mudanças nas políticas federais.
O relatório também ressaltou a alta incerteza entre os participantes do mercado para este ano. Como resultado, as expectativas dos analistas em relação à taxa de juros nos Estados Unidos sugerem que o país deverá reduzir a velocidade dos cortes ao longo de 2025.
Em entrevista ao Wealth Point, programa do NeoFeed, Luiz Osório, gestor internacional da SOMMA Investimentos, apontou que, anteriormente, a previsão era de quatro cortes de 0,12 ponto percentual no ano. Agora, sua expectativa é de que ocorram apenas dois.
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Cenário para a Renda Fixa
Diante desse cenário, a renda fixa nos Estados Unidos se torna atrativa, especialmente porque o dólar deve continuar mais forte em relação ao euro e à libra esterlina.
A vantagem é ainda mais evidente quando observamos moedas de economias emergentes, como o real, que sofreu uma desvalorização de 27% frente ao dólar em 2024.
Rodrigo Samaia, head de produtos internacionais da EQI Investimentos, ressalta que, “não se sabe quando, mas o cenário base ainda é uma redução de juros, criando oportunidades na renda fixa que podem ser aproveitadas de maneira passiva, comprando treasuries ou ETFs, mas preferindo durações mais curtas“.
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