A ata do Fomc – comitê ligado do Federal Reserve (Fed) – revelou que os membros da autoridade monetária norte-americana esperam que a inflação permaneça em um patamar mais elevado neste ano. Isso graças às políticas a serem adotadas pelo novo presidente Donald Trump, que toma posse em 20 de janeiro e promete taxar importações e combater a imigração ilegal, dois pontos que podem impactar a inflação.
Em suas discussões sobre política monetária, os membros concordaram que indicadores recentes sugeriram que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Por sua vez, as condições do mercado de trabalho melhoraram desde o início do ano, e a taxa de desemprego subiu, mas permaneceu baixa.
De acordo com o documento, os diretores continuam a ver incertezas em torno da projeção de base como dentro do intervalo visto nos últimos 20 anos, um período que inclui uma série de episódios durante os quais a incerteza sobre a economia e as mudanças na política federal ficaram elevadas.
O documento observou ainda que há muita incerteza entre os participantes do mercado para este ano. E por causa disso, as expectativas do mercado com relação à taxa de juros dos Estados Unidos revelam que o país deve ter uma redução intensa no ritmo dos cortes ao longo de todo o ano.
Ata do Fomc: menor ritmo no corte de juros
Na última reunião do ano passado o comitê de política monetária dos Estados Unidos, decidiu reduzir a taxa de juros dos EUA em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,25% e 4,50%. Somente um dos diretores não acompanhou o voto da maioria: Beth M. Hammack votou por corte maior.
A ata de hoje mostrou ainda que os membros do comitê preveem que o ritmo dos cortes nas taxas diminuirá consideravelmente ao longo deste ano, projetando-se 50 pontos-base de cortes para o ano inteiro, frente a 1 ponto porcentual esperado anteriormente.
O documento mostrou ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) real continuou a se expandir em um ritmo sólido no ano passado e as condições do mercado de trabalho melhoraram desde o início de 2024, mas a taxa de desemprego permaneceu baixa. Já a inflação dos preços ao consumidor ficou abaixo da taxa do ano anterior, mas ainda estava um pouco elevada.
“A inflação total dos preços ao consumidor — medida pela variação de 12 meses no índice de preços para despesas de consumo pessoal (PCE) — foi de 2,3% em outubro, abaixo da taxa de 3,0% vista um ano antes. A inflação básica dos preços do PCE — que exclui as variações nos preços de energia ao consumidor e muitos preços de alimentos ao consumidor — foi de 2,8% em outubro, abaixo da taxa de 3,4% um ano antes”, observou a ata.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata do Fomc trouxe duas novidades. “Ela trouxe a informação de que alguns membros já incorporaram efeitos das potenciais políticas de Trump em suas análises. E a decisão da última reunião foi “finelly balanced”, ou seja, eles poderiam ter mantido a taxa já naquele momento. Diversos pontos já haviam sido antecipados por Jerome Powell na coletiva de imprensa da decisão de juros, inclusive a comunicação truncada sobre a taxa neutra. Dizem que estão próximos, mas que a taxa atual é significativamente restritiva”, avalia.
“De modo geral, a comunicação encaminha para uma parada no ciclo de cortes na reunião desse mês e uma retomada dos cortes no encontro subsequente, em linha com o gráfico de pontos da última decisão”, complementa.
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