A Golden Goose Group adiou sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de valores de Milão diante de preocupações com as condições de mercado e possível queda dos papéis na estreia. A marca italiana de tênis “surrados” tinha valuation de mais de 3 bilhões de euros (cerca de US$ 3,22 bilhões).
O grupo Permira, majoritário da marca, recrutou sete bancos para trabalhar no que prometia ser um dos maiores IPOs da Europa de 2025.
Os sapatos de luxo da Golden Goose, feitos à mão, com a estrela da marca na lateral, são queridinhos das celebridades e podem chegar a custar US$ 800 (algo em torno de R$ 4.358,64).
IPO da Golden Goose adiado: entenda
As ações oferecidas pela Golden Goose pareciam ter demanda suficiente para realização do IPO. A empresa estava prevista para precificar suas ações a € 9,75, em patamar próximo ao limite inferior de sua faixa, que ia de de € 9,50 a € 10,50.
A possível precificação unida à volatilidade nos mercados de ações da Europa alimentou a preocupação de que as ações cairiam após a estreia na bolsa de valores.
As ações de marcas de luxo têm enfrentado meses de declínios, prejudicadas por dúvidas sobre os lucros. A Golden Goose citou as condições atuais de negociação ao comunicar a decisão de adiar.
No ano, papéis de empresas como LVMH (EPA: MC), Christian Dior SE (EPA: CDI), Kering (EPA: KER) e Burberry (LON: BRBY) sofrem quedas nas respectivas bolsas de valores.
Além disso, o fracasso da listagem da fabricante britânica de botas Dr. Martens (LON: DOCS) em 2021 acendeu um alerta para a Permira. Desde a listagem, as ações recuam 81,64% até esta quinta-feira (20).
O adiamento do IPO da Golden Goose mostra o desafio contínuo enfrentado pelas empresas, diante de um mercado que ainda luta para digerir a diferença entre compradores e vendedores.