A Orizon (ORVR3) anunciou nesta quarta-feira (17) a aquisição da empresa Vital – braço de gestão de resíduos da família Queiroz Galvão, considerada “transformacional” por analistas do BTG Pactual e que fará a companhia praticamente dobrar de tamanho.
Com o negócio, a capacidade de destinação final de resíduos da Orizon saltará de 9 milhões para 14,3 milhões de toneladas por ano, consolidando-a como uma das maiores forças do setor no Brasil e abrindo caminho para novas frentes de crescimento, especialmente em biometano.
A Vital traz para dentro da Orizon 12 aterros, que juntos recebem 5,3 milhões de toneladas anuais, além de contratos de coleta urbana que somam mais 3,4 milhões de toneladas.
Segundo projeções do BTG, a empresa adquirida deverá gerar cerca de R$ 500 milhões em Ebitda em 2025, cifra semelhante à da própria Orizon, o que elevaria o Ebitda combinado para aproximadamente R$ 1 bilhão.
Com a aquisição, a Orizon também entra no segmento de coleta de resíduos, mas principalmente por meio de contratos integrados — aqueles em que a mesma empresa presta tanto o serviço de coleta quanto o de destinação.
A Vital conta com oito contratos desse tipo, geralmente de longa duração, perto de 20 anos, reforçando as barreiras de entrada típicas do setor. Para analistas, a compra cria uma plataforma robusta para ganhos operacionais, diluição de despesas, expansão do portfólio de biometano e novas consolidações no setor.
Como se dará a operação
A operação envolve a emissão de 41,2 milhões de ações pela Orizon, além de 5,65 milhões de bônus de subscrição concedidos aos acionistas da Vital. Ao fim da transação, os atuais controladores da Orizon deterão 30,1% da companhia, enquanto os acionistas da Vital ficarão com 30%.
“A escolha de uma transação de troca de ações também faz sentido, pois mantém a alavancagem sob controle e preserva a flexibilidade do balanço patrimonial para futuras fusões e aquisições e para o desenvolvimento do gasoduto de biometano”, explicam os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Schutz.
O restante, 39,9%, permanecerá em free float. Considerando o preço de fechamento do papel na véspera do anúncio, o valor de equity atribuído ao negócio é de R$ 2,9 bilhões, ou R$ 3,2 bilhões em valor de firma, múltiplo equivalente a 6,6 vezes EV/EBITDA — considerado bastante atrativo diante das 15 vezes EV/EBITDA estimadas para a Orizon em 2025.
Haverá ainda ajuste na governança corporativa: será firmado um acordo de acionistas de 20 anos, com divisão equilibrada de assentos no conselho e preservação da capacidade dos atuais controladores da Orizon de definir diretrizes estratégicas, orçamento e gestão.
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