Ações do grupo de luxo francês Kering (KER) caíram 14% na terça-feira (19), depois que a empresa comunicou que as vendas da Gucci, uma de suas marcas, devem cair 20% no primeiro trimestre de 2024, na base anual, em meio ao declínio das transações na Ásia. Nesta quarta-feira (20), as ações recuam cerca de 11,91% na Euronext Paris.
O comunicado prevê que as receitas globais do grupo devem recuar 10% nos primeiros três meses de 2024, diferenciando a marca de outras linhas de luxo, como LVMH (MC) e Hermès (RMS), que permaneceram resilientes mesmo diante de um cenário macroecômico desafiador.
“Em um primeiro semestre que a Kering esperava ser desafiante, as tendências atuais levam o Grupo a estimar que as receitas consolidadas no primeiro trimestre de 2024 deverão diminuir aproximadamente 10% na base anual, em relação ao primeiro trimestre do ano passado”, afirmou.
Com o anúncio, a Kering despencou no índice Stoxx 600, que representa cerca de 90% do mercado de ações europeu, arrastando outras marcas de luxo. As ações da LVMH, Christian Dior (CDI) e Hermès caíram mais de 2% no início da sessão, enquanto a Burberry (BRBY) recuou 5,7%. A Kering, por outro lado, caía 14,3% às 8h30 no horário de Londres.
A Gucci, que já foi a queridinha do grupo Kering quando apresentou fortes resultados em 2021, tem lutado para manter sua participação de mercado, já que mesmo os consumidores abastados apertaram os cintos com uma inflação mais elevada. Há, também, uma mudança de comportamento no consumo para o “quiet luxury“.
A Kering reportou uma queda de 6% na receita do quarto trimestre de 2023, com queda nas vendas em todas as suas outras grandes marcas, incluindo Yves Saint Laurent, Balenciaga e Alexander McQueen. As vendas da Gucci caíram especificamente 4% em relação ao trimestre anterior.
Quais são as marcas da Kering
A Kering é uma das empresas mais importantes do varejo de luxo do mundo, dona de diversas marcas relevantes do setor.
Entre elas estão:
- Gucci;
- Brioni;
- Sergio Rossi;
- Bottega Veneta;
- Boucheron;
- DoDo;
- Ginori 1735;
- Yves Saint Laurent;
- Pomellato;
- Alexander McQueen;
- Balenciaga;
- Qeelin.
Como investir na Kering
A Gucci, uma das marcas de luxo favoritas no mundo, também pode ser uma oportunidade de investimento por meio da Kering. A companhia foi adquirida pela holding Pinault-Printemps-Redoute, atual Kering, em 1999, que tem ações listadas na Bolsa de Valores de Paris Euronext sob o ticker KER.
Para comprar ações da Kering, é necessário ter uma corretora habilitada que possa negociar ações da França.
A Kering geralmente paga dividendos de forma semestral. Como a moeda oficial da França é o euro, os dividendos são pagos nessa moeda. O dividendo das ações da Kering está em constante crescimento há mais de 10 anos, com um pico de 10,5 euros por ação em 2018.
Além de ações na bolsa de valores da França, é possível investir na Kering com ETFs especializados no setor de luxo. Com esses ETFs, o investidor tem a oportunidade de se expor a um portfólio diversificado de empresas líderes no mercado de luxo.
Outra opção é o S&P Global Luxury Index, composto por 80 das maiores empresas de capital aberto envolvidas na produção ou distribuição de bens de luxo, além da prestação de serviços de luxo que atendam aos requisitos específicos de investibilidade.
Um ETF apresentado pela Amundi visa replicar o comportamento do S&P Global Luxury Index, um indicador composto por 80 das maiores empresas listadas em bolsa que estão envolvidas na produção ou distribuição de bens de luxo ou serviços de luxo.
- Após saber mais sobre a Kering, veja como investir no exterior e ter rendimentos em dólar com segurança e tranquilidade.
