Os Fundos Imobiliários devem ser vistos como uma possibilidade de diversificação do portfólio em busca de uma rentabilidade no médio e longo prazo, e não como única tese de investimento com foco em ganhos rápidos. Essas e outras dicas de investimento em FIIs foram dadas pelo head da EQI Research, Luís Fernando Moran, e pela analista, Carol Borges, especialista de Fundos Imobiliários da casa na análise.

Os dois conversaram em live realizada no perfil da EQI Research no Instagram. E as dicas foram dadas a partir de dúvidas de investidores que acompanharam a conversa. Abaixo, resumimos alguns dos temas abordados.

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Dicas de FIIs: os melhores papéis no atual cenário

Carol Borges lembrou que o atual cenário macroeconômico, com os juros futuros em queda e tendência de novo ciclo para a Selic, costuma favorecer os investimentos de Renda Variável, como os FIIs.

“Quando os juros caem, os valores oferecidos pela Renda Fixa já não são mais interessantes e os investidores tendem a olhar com mais cuidado para investimentos de risco pela chance de obter uma maior rentabilidade”, explicou.

A própria lei de oferta e procura, portanto, faz com que as cotas dos fundos comecem a se valorizar, devido à maior demanda. Como sinal disso, o IFIX também sobe – o índice que mede o mercado de Fundos Imobiliários acumula alta acima de 7,5% durante o ano.

Nesse cenário, explica Borges, os fundos de tijolo, atrelados a imóveis reais, tendem a ter maior valorização sobre os fundos de recebíveis, também chamados fundos de papel, cujo patrimônio é formado por títulos de crédito como os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

“Os fundos de papel têm característica de renda, pensando no prêmio que vai ser recebido por meio dos dividendos. Já os fundos de tijolo tendem a focar na valorização do seu patrimônio e na valorização das cotas, além de buscar essa maior rentabilidade por meio da distribuição dos aluguéis recebidos”, explica Borges.

Moran reforçou a importância de escolher uma boa gestora na hora de avaliar os Fundos. “Um bom gestor vai saber como lidar com o portfólio, vai entender a melhor hora de comprar e vender CRIs, por exemplo, de acordo com a movimentação de mercado”, disse.

Carol reiterou ainda que os fundos de papel chamados de high yield, que oferecem alto rendimento com operações de risco mais elevado, não se colocam hoje como opções ideais de investimento. “Eles oscilam demais no preço, porque o mercado cobra esse prêmio pela insegurança, e o pagamento de dividendos também não faz valer a pena o risco”, aponta a analista. 

Dicas de investimento em FIIs: como começar a investir

Carol, então, citou a planilha de checklist de FIIs, que ela atualiza frequentemente, com todas as informações necessárias para quem está buscando se iniciar no mercado de Fundos Imobiliários. “Ela tem todas as informações que nós coletamos sobre a situação dos FIIs, a partir dos relatórios dos gestores, e tem tudo o que você precisa para decidir quais FIIs vai escolher para comprar”, avisou.

Moran lembrou ainda que, para quem deseja começar com um capital pequeno, a Carteira 200 criada pela EQI Research traz recomendações de fundos com cotas baratas e bom potencial de valorização e recebimento de dividendos. “A ideia é que você possa acumular um patrimônio com aportes mensais de cerca de R$ 200 e do reinvestimento dos proventos distribuídos”, contou o head da EQI Research.

Já os investidores com maior capital podem procurar a Carteira Recomendada da FIIs da EQI Research, que vem acumulando bons resultados nos últimos meses, com rentabilidade média superior à do IFIX. Nesta semana, Carol Borges apresentou mudanças na carteira.

Ela lembrou ainda que seus relatórios setoriais, disponíveis na área logada da EQI Research para quem fizer o cadastro gratuito, apresentam visões detalhadas dos fundos e recomendações de compra e venda.

Os dois participantes da live, no entanto, se apressaram para reforçar o recado: os Fundos Imobiliários não devem compor 100% da carteira de um investidor, tampouco são a alternativa ideal para quem procura retorno em prazo curto.

A um internauta que perguntou se os FIIs eram uma boa opção para retorno em seis meses, Moran afirmou que a Renda Fixa é um investimento mais adequado para essa prazo: “É melhor investir em CDB ou num fundo DI, a própria EQI tem opções melhores para liquidez rápida com rentabilidade”, explicou o head.

Já para o espectador que perguntou se “vale a pena botar tudo em FIIs”, Carol Borges respondeu que o melhor caminho recomendado pela EQI, e pelo mercado, de forma geral, é a diversificação. “Não é bom colocar seu dinheiro em apenas uma opção”, disse a analista de FIIs. “Se você fizer isso abre mão de todas as vantagens que outros investimentos podem render”, completou Moran.

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Dicas de investimento em FIIs: atenção à tributação

Os analistas da EQI Research também abordaram a questão tributária. Moran afirmou achar pouco provável que a taxação sobre os dividendos seja aprovada numa segunda etapa da reforma tributária, e lembrou a palestra feita pela advogada tributarista Carolina Gontijo, a Duquesa de Tax, durante o FII Summit, promovido pela EQI no fim de maio. 

“Como ela falou na nossa conversa, ‘não dá bilhão’. É muita disputa política por pouca arrecadação”, afirmou Moran. O evento pode ser visto no vídeo abaixo.

Carol Borges lembrou, no entanto, que os lucros obtidos na venda de cotas de FIIs devem ser pagos por meio de Darf no mês seguinte à venda, com taxação de 20%. Ou seja, se o cotista comprou R$ 1.000 em cotas e as vendeu por R$ 1.500,00, ele deve declarar o lucro de R$ 500 e recolher 20% junto à Receita Federal, ou seja, R$ 100. “E não pode esperar pela declaração, tem que ser já no mês seguinte”, avisou a analista. 

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