Uma pesquisa conduzida anualmente pela Anbima mostra quem é o investidor brasileiro, e revela uma notável mudança de comportamento.
A 6ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro traz notícias promissoras sobre o cenário financeiro da população, mesmo após os desafios da pandemia.
As pessoas estão demonstrando maior disposição para poupar e investir, e estão mais interessadas em produtos financeiros.
Esse fenômeno foi impulsionado pela aceleração da transformação digital, que estava em curso e ganhou mais força durante o período de isolamento social.
A pesquisa ouviu 5.818 indivíduos de diversas classes sociais, abrangendo todas as regiões do Brasil.
A análises são detalhadas por geração, gênero, orientação sexual, etnia e nível de escolaridade.
Confira a seguir alguns destaques desse estudo.
Quem é o investidor brasileiro? Mais econômico
A pesquisa revelou um aumento significativo no número de brasileiros que conseguiram economizar em 2022, atingindo a marca de 32%.
Isso representa um crescimento de 5 pontos percentuais em comparação com o ano anterior, abrangendo todas as faixas sociais.
Enquanto a redução de gastos e a diminuição das saídas continuaram sendo as medidas mais comuns (44%), é notável que houve uma diversificação nas estratégias de economia em comparação a 2021.
Muitos optaram por evitar compras supérfluas, adotaram um planejamento financeiro mais rigoroso ou reservaram uma parcela de seus salários mensais.
Além disso, houve um aumento na busca por preços mais baixos e uma tendência de evitar o endividamento.
Estes números refletem uma maior conscientização financeira entre os brasileiros.
Quem é o investidor brasileiro? Mais versátil
A caderneta de poupança ainda lidera como a escolha principal de investimento entre os brasileiros, com 26% de preferência.
No entanto, a pesquisa revela um movimento significativo em direção à diversificação da carteira de investimentos.
Em 2022, mais pessoas estão explorando outras opções de investimento, como fundos, títulos privados, criptomoedas e previdência privada.
É notável que o número de pessoas que desconhecem ou não utilizam nenhum tipo de investimento diminuiu, caindo de 66% para 58%.
Isso indica uma crescente conscientização financeira entre os brasileiros.
Quem é o investidor brasileiro? Mais digital
A digitalização está transformando a maneira como investimos.
Em 2022, 43% dos investidores afirmaram usar aplicativos bancários como o principal meio para investir, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.
Isso fez com que a ida pessoalmente ao banco, que liderava até então, caísse para 38%.
Os jovens estão a frente desse movimento, com a maioria preferindo usar seus smartphones para operações financeiras.
Entre a geração Z (16-25 anos), 64% optam pelo aplicativo do banco, enquanto entre os millennials (26-40 anos) esse número chega a 57%.
A revolução digital chegou de uma vez por todas e está mudando a forma como investimos.
Quem é o investidor brasileiro? Mais ativo
O número de brasileiros investindo em produtos financeiros cresceu significativamente.
Passou de 31% em 2021 para 36% em 2022, totalizando cerca de 60 milhões de pessoas.
Esse aumento superou as expectativas, que previam um acréscimo de apenas 3%, e foi visto em todas as classes sociais e faixas etárias.
As mulheres representam 33% dos investidores, enquanto os homens chegam a 40%.
As perspectivas para 2023 continuam positivas, com previsão de um novo aumento de 5 pontos percentuais.
Isso significa mais 9 milhões de pessoas ingressando no mundo dos investimentos, demonstrando uma tendência de crescimento contínuo.
Um novo desafio para o mercado
Neste ano, a pesquisa contou com um escopo mais amplo, permitindo assim uma análise histórica e comparativa do comportamento financeiro dos brasileiros.
Isso nos permite observar as semelhanças e diferenças de atitude ao longo dos últimos dois anos, para todas as classes sociais.
Ao analisar os dados com base nos diferentes âmbitos demográficos, percebemos diferenças significativas.
Isso representa um desafio para o mercado financeiro em oferecer produtos que atendam a essa diversidade.
E além disso, uma necessidade de se reinventar para comunicá-los com clareza e eficácia, informando sobre oportunidades e riscos.
Uma mudança cultural
Com um aumento no número de investidores, atingindo 36% da população em 2022, a educação financeira se torna crucial.
Em 2023, a projeção é que esse crescimento continue.
Portanto, é preciso disseminar o conhecimento sobre produtos financeiros adequados a cada perfil de investidor.
Esse é um passo fundamental para manter um mercado financeiro saudável e inclusivo.
Os dados indicam uma mudança cultural em andamento, com os brasileiros buscando uma melhor gestão financeira e economizando mais.
A pesquisa mostra uma redução significativa na parcela da população que não conhece ou não utiliza nenhum tipo de investimento.
A segurança ainda é a principal vantagem apontada ao investir, mas o retorno ganha destaque, especialmente na geração Z.
Os canais digitais, como YouTube, Instagram e portais/sites, consolidam-se como fontes de informação, com diferenças notáveis entre grupos sociais e etários.
Além disso, existe uma discrepância entre as expectativas e a realidade quanto aos recursos financeiros disponíveis dos “não aposentados” e aposentados.
De olho no futuro
Em resumo, a pesquisa sobre quem é o investidor brasileiro revela um cenário promissor de mudança no comportamento financeiro da população.
Mais brasileiros estão economizando, diversificando seus investimentos e adotando meios digitais para investir.
A crescente conscientização financeira é notável, e o número de investidores está em ascensão, com previsões igualmente otimistas para o futuro.
É um momento inédito para os investidores brasileiros, com oportunidades de crescimento e aprimoramento financeiro à vista.
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