O Senado dos Estados Unidos rejeitou uma resolução que pretendia impedir o governo de Donald Trump de realizar ataques em solo venezuelano sem autorização prévia do Congresso. O texto, apoiado majoritariamente por senadores democratas, foi derrotado por 51 votos a 49, mantendo a autonomia da Casa Branca sobre decisões militares.
“O presidente Trump tomou medidas decisivas para proteger milhares de americanos de narcóticos letais”, afirmou o republicano Jim Risch, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, ao justificar a decisão.
Escalada de tensões no Caribe
A derrota da resolução ocorre em meio a um período de aumento das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. Trump acusa o regime de Nicolás Maduro de facilitar o tráfico de drogas para o mercado norte-americano e, em resposta, ordenou o deslocamento de forças navais e aéreas para o Caribe.
De acordo com fontes do Pentágono, os militares norte-americanos vêm realizando operações contra embarcações suspeitas de transportar drogas, integrando uma ofensiva mais ampla para pressionar o governo chavista.
Além das ações militares, Trump autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, incluindo campanhas de informação, apoio à oposição e possíveis sabotagens ao regime.
Planos em estudo no Pentágono
Entre as propostas apresentadas ao presidente americano estão três principais estratégias. A primeira prevê ataques aéreos contra instalações militares venezuelanas ligadas ao narcotráfico, com o objetivo de enfraquecer o aparato de defesa de Maduro.
Outra alternativa envolve o envio de unidades de elite — como a Força Delta e o SEAL Team 6 — para capturar ou eliminar o líder venezuelano, sob o argumento de que ele comanda uma organização narcoterrorista.
Uma terceira opção, mais complexa, contempla a tomada de aeroportos e campos de petróleo estratégicos, o que representaria uma intervenção direta em território venezuelano e riscos elevados para tropas e civis.
Capacidade de resposta venezuelana
Apesar de contar com um arsenal diversificado, composto por armamentos russos, chineses e iranianos, analistas apontam que a Venezuela enfrenta sérias limitações logísticas e de preparo.
O país possui cerca de 150 mil militares ativos, além de grupos paramilitares conhecidos como “coletivos” e da Milícia Bolivariana — civis armados que atuariam como força de resistência em caso de invasão.
Especialistas em segurança afirmam que o regime chavista poderia recorrer à guerra urbana e a táticas de guerrilha, transformando Caracas em um campo de batalha de difícil controle.
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Trump mantém discurso duro
Em entrevista ao programa 60 Minutes, Trump afirmou não acreditar em uma guerra direta com a Venezuela, mas reforçou que “os dias de Maduro estão contados”. O presidente americano evitou confirmar possíveis ataques em terra e defendeu as operações navais como parte da política antidrogas: “Cada barco derrubado evita 25 mil mortes por overdose nos EUA.”
Trump também associou o endurecimento das ações no Caribe à queda no fluxo de imigrantes ilegais e à redução do tráfico de entorpecentes.





