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O consumo reflete a intensidade da sua dor financeira

O consumo reflete a intensidade da sua dor financeira

Existe uma dor financeira crônica e um desespero quando as pessoas olham sua conta bancária e não têm dinheiro nenhum lá. Isso é ainda pior do que ver o limite do cheque especial estourado. Geralmente, quando isso ocorre, ainda há espaço para estourar mais e isso as tranquiliza de certa forma, uma vez que existe um dinheiro para gastar em “emergências”.

Eu costumo dizer que quando você tem dinheiro à disposição, tudo vira emergência. É que é mais fácil. Você gasta agora e depois vê como faz.

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E para mudar isso? Em algum momento você pensou em pegar um ônibus no lugar do Uber porque você tem pouco dinheiro na conta e não sabe quando vai entrar mais, a não ser por uma oportunidade que surge de tempos em tempos, mas nunca quando você mais precisa, certo?

Eu não posso falar que sair das dívidas, arrumar a sua conta bancária e começar a criar seus investimentos é uma coisa fácil, até porque tudo o que envolve a mente é extremamente difícil.

Não adianta você ganhar mais, não adianta você arrumar um dinheiro com alguém para pagar os seus boletos e devolver o dinheiro no mês que vem, porque você simplesmente não vai conseguir se não mudar o seu comportamento – o que é ainda mais árduo.

A verdade é que o saldo bancário pode fazer você passar por um dependente financeiro. No auge da sua crise, você só precisa de algo ali na sua conta para respirar melhor. Um mínimo que seja para comprar algo simples, só pelo prazer de gastar e endorfinar o seu cérebro. Mesmo que por alguns instantes.

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Percebe o quanto isso é problemático? Você deixa de focar na solução para focar somente nos momentos de prazer momentâneo.

Isso é muito grave, ainda mais quando se trata de um comportamento assim em relação ao dinheiro, que é sempre um produto de longo prazo.

Dinheiro: mais emocional do que racional

Isso nos leva a compreender o porquê de o dinheiro ser mais emocional do que racional. Todo excesso esconde uma dor. Uma dívida material está diretamente relacionada a uma dívida emocional.

Curiosamente e inconscientemente, a falta de dinheiro é usada para prender alguém ou afastar alguém, é um fundamento que já foi validado diversas vezes.

Você luta contra as dívidas, faz um esforço tremendo para o dinheiro parar na sua mão, sonha em começar a investir, olha em volta e se motiva com aquilo que você quer, mas no fim você está sempre na mesma situação.

Talvez num passado não muito distante, você tenha construído um trauma silencioso e isso cria uma reação automática inconsciente. O trauma é uma emoção reprimida e quando você não consegue dispersá-la, fica impregnada na sua mente e constrói o seu padrão sem que você perceba.

Por exemplo: imagine que, durante um bom tempo, você viveu um ambiente em que as pessoas te pediam dinheiro emprestado e você, no auge da sua bondade, sempre emprestava. A ponto de se privar de algo para ajudar os outros. Tudo bem, isso é bem comum. Mas, assim como a responsabilidade, também a bondade precisa ser medida.

Depois de um certo tempo, digamos que você cansou, mas não sabe bem como interromper esse ciclo de ajudar as pessoas. Quando resolve se impor, passa a ser visto(a) como uma pessoa ruim, o que é algo que também te incomoda, afinal, a sua imagem é muito importante.

Neste momento você passa a ter uma emoção reprimida e aceita aquela situação como uma pessoa paciente. Mas na verdade, você só evitou potencializar o problema e evitar ser a pessoa ruim de fato. É injusto, eu sei. E, então, o que acontece?

O seu consciente passa a entender que daqui para a frente é mais fácil não ter dinheiro para emprestar do que ter e não emprestar, evitando assim a tal imagem ruim. E como consequência a isso, sempre que sobra algum dinheiro, surge uma força incontrolável de gastar ou uma emergência que o faça desembolsar dinheiro. É por isso que o desejo de consumo faz você se endividar.

Mas você pode, simplesmente, fazer o caminho inverso, poupando para investir. Você investe o dinheiro, justamente para não sobrar e você não ter opção a não ser não emprestar. Pronto, você, inconscientemente, criou um motivo de proteção. Acredite! As peculiaridades da mente refletem diretamente no seu saldo financeiro.

Por Rogério Favalli, assessor de investimentos da EQI

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