Em Finanças Comportamentais, a heterossugestão pode ser uma armadilha ou uma oportunidade para um salto promissor. Tudo depende da situação emocional em que o indivíduo se encontra.
Primeiro, precisamos entender o que a heterossugestão significa: ela é a sugestão que parte de outra pessoa. Em todas as eras e em todas as partes do mundo, a sugestão é poderosa e desempenha um papel importante e dominante na vida e no pensamento da humanidade.
Quantas vezes você já tomou decisões que foram influenciadas por sugestões, sejam elas positivas ou negativas? Na compra de uma roupa que você gostou e cabe no seu orçamento, fulano sugere uma outra peça mais cara e pagamento parcelado, que você não tenha gostado tanto assim, mas comprou porque a sugestão o fez sentir mais seguro.
Heterossugestão e investimentos
A mesma coisa pode acontecer com os seus investimentos, o que ainda não é raro. Uma sugestão involuntária em um churrasco ou em um encontro de amigos ou ainda em qualquer veículo de comunicação, pode te deixar desconfortável com a sua própria decisão e induzi-lo a tomar uma direção errada simplesmente porque ela foi sugerida pela maioria.
Sim, o comportamento financeiro é absolutamente influenciado quando você não se sente seguro e, mais ainda, quando fica vulnerável por uma série de decisões erradas. Em sua forma positiva, a heterossugestão é maravilhosa, construtiva e magnífica. Na sua forma negativa, constitui um dos aspectos mais destrutivos de moldagem de padrão da mente.
A partir deste entendimento, passamos a notar que o seu cenário financeiro atual nada mais é do que o resultado de padrões mentais que foram construídos durante toda a sua vida através de sugestões daqueles que você tem como referência seja pai, mãe, irmão, avó, tio, amigos ou qualquer outra pessoa que prendia a sua atenção ao falar e fazer algo. Tudo o que você passa de forma inconsciente ficou impregnado na sua mente e funciona como a base para a sua tomada de decisões.
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Heterossugestão: afinal, é bom ou ruim?
Depende. Você se conhece financeiramente? Se sente seguro, focado e determinado ou é tomado pelo anseio do consumo, da dívida e da insegurança para decisões financeiras? Você lida bem como o longo prazo e com o risco dos seus investimentos? Sua vida financeira é saudável de forma que a sua renda termine o seu mês ou vive constantemente se perguntando: “mas e se eu precisar do dinheiro?”
Por isso é muito importante você ter cuidado com quem você anda, conversa ou aceita sugestões. A mente não sabe distinguir o que é certo ou o que é errado. O dinheiro em espécie é só uma representatividade física que se movimenta entre as emoções, dores e alegrias das pessoas. Absolutamente nada além disso.
Desta forma, você sempre vai seguir o coração quando o assunto for dinheiro. O que não pode é deixar de levar a cabeça junto, pois é ali que você vai filtrar uma heterossugestão e não vai se deixar levar pelas impressões de terceiros. É muito mais fácil sugerir a outro aquilo que não vai doer em você mesmo. Então, o primeiro pensamento que você deve ter ao decidir algo que envolva dinheiro é: segura a emoção!
Tenha plena certeza do passo que está dando, busque ajuda somente em situações pontuais que possam embasar aquilo que você está pensando. Confie em você! Se não sente segurança, procure saber mais a respeito do assunto antes de decidir. Ao acolher uma heterossugestão, a consequência positiva ou negativa será inteiramente sua.
Por Rogério Favalli, assessor de investimentos