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Trump e a nova ordem na economia mundial

Trump e a nova ordem na economia mundial

Como Elon Musk prometeu no dia da eleição de Trump 2.0, estamos vivendo uma nova ordem na economia mundial.

A frase retirada dos poemas do romano Virgílio e estampada na nota de 1 dólar tem um forte significado, com implicações práticas na economia e nos investimentos.

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Ontem, Trump confirmou a imposição de tarifas robustas de 25% ao México e ao Canadá. O nearshoring? Isso ficou para a era passada…

Da mesma maneira que é virtualmente impossível reconquistar o globo no tabuleiro de War com apenas dois países na América do Sul, Trump sabe muito bem que, para implementar um novo ciclo de crescimento sustentado nos EUA, é preciso um choque de gestão. Um rearranjo do ordenamento comercial global.

O primeiro passo é o mais óbvio: começar pelos “amigos” mais próximos, com superávits comerciais mais significativos e com pouco ou nenhum hard power. É o sacrifício em praça pública que precisa ser feito — morder para assoprar mais adiante.

De outra maneira, por que a China não recebeu as primeiras “flechas envenenadas”? Até agora, só foi anunciado uma “modesta” sobretaxa de 10%.

Trump, o empresário, sabe muito bem que, para um bom entendedor, meia palavra basta. Sabe que, quando o chefe chega no escritório, a fofoca acaba e a produtividade dobra. Ele precisa se posicionar assim desde a largada.

Reagindo à confirmação da imposição de tarifas aos vizinhos mais próximos, o mercado americano reagiu mal no final do dia, sobretudo no câmbio e na bolsa norte-americana. O mercado conhece Trump de outros carnavais e sabe que o seu perfil negociador é o de apertar para aliviar. Para quem entende um pouco de Teoria dos Jogos, isso é justamente o que torna o cenário ainda mais complexo.

Como Jerome Powell sinalizou no meio da semana, ao manter inalterada a taxa de juros, esse é o momento de “sentar na própria mão” e aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Tudo, nesse momento, é fruto de especulação.

Qual será o impacto das tarifas na inflação dos EUA?

Melhor ainda: se as massas de deportação forem violentas como Trump defendeu em sua campanha, como reagirá a atividade econômica?

Minha leitura precipitada é que viveremos um cenário de inflação e juros altos mais sustentados por mais tempo, especialmente fora dos EUA. A globalização vindoura passa por inflexão, a Europa se mostra mais frágil do que nunca, a China desacelera a passos largos… O cenário não é bom.

A ideia de um Acordo de Plaza 2.0 não me parece tão contestável como muitos descrevem. Um dólar mais fraco ajudaria na reconstrução industrial de base, contribuindo para o controle dos choques inflacionários.

Tudo isso me deixa mais animado com os EUA do que estive nos últimos anos. Mas não confunda otimismo econômico com otimismo financeiro. Continuo acreditando que grande parte desse movimento já está refletido no preço dos ativos. Qualquer movimento contrário a essas elucubrações é que me preocupa.

Uma exuberância irracional — para citar Alan Greenspan, antigo comandante do Fed — já se formou há algum tempo. Estou “sentado na minha própria mão”.

E o Brasil no meio da confusão?

Por mais que nos esforcemos para ver importância global, o Brasil está na esquina do mundo. Trump parece disposto a comprar a briga com os países liderados por governos de esquerda. Vide a vergonha alheia do presidente colombiano ao tentar se recusar a receber cidadãos ilegais nos EUA.

Por mais que Lula devolva provocações com “agiremos em reciprocidade”, ele sabe que as coisas não são bem assim. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Sou pessimista com o caminho que o Brasil vem trilhando, mas não do ponto de vista financeiro. Os juros longos projetando uma Selic acima de 15% até o final do ano me parecem não tão altos, caso as coisas não melhorem no ponto em que estamos.

A alocação em ações pelos fundos de investimento está menor do que no Dilma II, as ações negociam com descontos bastante relevantes, os Fundos Imobiliários já pagam prêmios acima de 300 bps em cima das NTN-Bs

Para quem tem dinheiro para investir, esse é o momento. Com sorte, as coisas vão melhorar. O Grande Reset político chegará no ano que vem e – quem sabe – teremos momentos vindouros como os que batizaram o governo Temer.

Pós-fixados, FIIs, FI-Infras, ações. Estou olhando para tudo isso e acho que você também deveria. Na última quinta-feira, a bolsa disparou por aqui diante dessa leitura. O mercado só está buscando poucos argumentos favoráveis para correr nesse sentido.

Não acredito nessas superstições, mas já fiquei sabendo que no Ano Novo Lular não se lava o cabelo, senão a prosperidade não vem.

Olhando o comportamento da Bolsa ontem, sugeriria “aposentar o shampoo” por um ano inteiro. Em 2026, corremos atrás do prejuízo.

Por Felipe Paletta, CNPI

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