Warren Buffett está se desfazendo de ações. Depois de vender os papéis do Bank of America (BofA) por 12 dias consecutivos, o “Oráculo de Omaha” também aproveitou liquidação do setor de tecnologia em Wall Street e se desfez de quase metade de sua participação na Apple (AAPL; AAPL34).
A Berkshire Hathaway (BRK; BERK34), conglomerado de Buffett, vendeu cerca de 390 milhões de ações da fabricante de iPhones no segundo trimestre, o que corresponde a 49% dos papéis que estavam na carteira do grupo.
Apesar de robusto, o movimento não é inédito. No primeiro trimestre, o megainvestidor já tinha se desfeito de 115 milhões de ações, mesmo com alta de 23% das ações da big tech no período.
Mesmo após a venda, a Apple continua sendo a maior participação acionária do portfólio da Berkshire. Ainda restam 400 milhões de ações da empresa fundada por Steve Jobs, que somadas correspondem a US$ 84,2 bilhões na carteira de Buffett.
Buffett: Vender Apple estava nos planos
Na reunião anual da Berkshire, realizada em maio, o megainvestidor já tinha dado pistas sobre “a nova estratégia”. Segundo ele, vender “um pouco da Apple” este ano beneficiaria os acionistas da Berkshire a longo prazo, vislumbrando um possível aumento do imposto sobre ganhos de capital pelo governo dos Estados Unidos — na tentativa de reduzir o déficit fiscal crescente do país.
O que está por trás das recentes vendas de Buffett?
A Apple e o BofA não foram as únicas empresas a ficarem ‘menores’ na carteira de Warren Buffett. Segundo o resultado financeiro da Berkshire, o segundo trimestre foi o sétimo trimestre consecutivo em que a holding vendeu mais ações do que comprou.
A empresa recomprou apenas US$ 345 milhões de suas próprias ações, em comparação com os US$ 2,57 bilhões do primeiro trimestre — e nenhuma nas três primeiras semanas de julho.
Ainda não está claro o motivo para as recentes vendas de ações, se por motivos da empresa, avaliação de mercado ou por preocupações com a gestão do portfólio.
Contudo, os resultados da Berkshire sugerem que Buffett, de 93 anos, está cada vez mais cauteloso com a economia dos Estados Unidos em geral ou com as avaliações do mercado de ações, cujos preços se tornaram muito elevados.
O caixa da holding cresceu para US$ 276,9 bilhões no segundo trimestre, ante US$ 189 bilhões nos três meses anteriores — até então um valor recorde. A Berkshire vendeu um valor líquido de US$ 75,5 bilhões em ações.
O lucro do segundo trimestre das dezenas de empresas da Berkshire aumentou 15%, para US$ 11,6 bilhões de dólares, ou cerca de 8.073 dólares por ação Classe A, em relação aos US$ 10,04 bilhões do ano anterior.
Quase metade desse lucro veio dos negócios de seguros da Berkshire, incluindo o seguro de automóveis da Geico — empresa que o lucro mais do que triplicou, uma vez que os prêmios aumentaram e os sinistros diminuíram. No entanto, a receita aumentou apenas 1%, chegando a US$ 93,65 bilhões de dólares, com pouca alteração nos principais negócios.
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