O Fomc, que é o comitê de política monetária dos Estados Unidos, decidiu manter os juros dos EUA, no intervalo entre 5,25% e 5,50%, dando início à Super Quarta. A decisão do colegiado ligado ao Federal Reserve (Fed) foi tomada de forma unânime.
De acordo com o comunicado, o comitê informou que avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a perspectiva da inflação em evolução e o equilíbrio de riscos.
“O Comitê não espera que seja apropriado reduzir a faixa-alvo até que tenha adquirido maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%”, diz trecho do comunicado.
Além disso, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências e diz que está fortemente comprometido em retornar a inflação ao seu objetivo de 2%.
Ao avaliar a postura apropriada da política monetária dos EUA, o Comitê diz que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. E avalia que estaria preparado para ajustar a postura da política monetária, conforme surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas.
Ainda de acordo com o comunicado, o colegiado fez algumas mudanças com relação à divulgação anterior: a avaliação sobre a inflação, antes vista como “modesta”, passou a ser vista como tendo “algum progresso”.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, disse que o comunicado é fundamental para entender a decisão dos EUA. E avalia quando poderá ocorrer o corte dos juros do país. “Corte somente em setembro”, complementa.
Powell: foco nos dados de inflação e emprego
Em sua entrevista coletiva após a decisão do Fomc, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que viu uma grande desaceleração da inflação, mas o colegido se mantém comprometido em focar na meta de 2%.
Porém, disse que a redução da taxa de juros só virá quando tiver “certeza” de que o caminho está consistente para a meta. “Não pretendemos reduzir os juros até ter segurança de que estamos indo consistentemente para meta de inflação”, comentou ele, completando: “Não decidimos sobre reuniões futuras, inclusive setembro”, disse.
Por outro lado, ele deixou uma porta aberta para considerar, durante a reunião, um possível corte nos juros na próxima reunião. Isso porque os dados de inflação do segundo trimestre corroboram a confiança de que o caminho rumo à meta estabelecida está sendo traçado, conforme disse o presdiente do Fed.
Disse ainda que a autoridade monetária dos EUA mantém o olho atento sobre os dados de inflação e do mercado de trabalho. Sobre este último, ele avaliou que está aquecido, mas não em excesso. Um dos indicadores de emprego, o payroll, apresentou um nível mais moderado na última leitura, conforme Powell comentou.
Fomc: BTG previa sinalização sobre queda dos juros dos EUA
Em relatório divulgado antes da decisão, o banco BTG Pactual (BPAC11) avaliou que apesar de ainda não dar início ao ciclo de afrouxamento da política monetária, o Fed deveria sinalizar o ganho de confiança com a trajetória de desinflação na leitura do comunicado, sobretudo após as leituras de maio e junho.
“Ainda, é esperado que o mercado de trabalho volte a ganhar mais espaço nas discussões do comitê, sobretudo por conta de seu desaquecimento na ponta, fator ressaltado por diversos Fed speakers nas últimas semanas”, diz parte do relatório.
Para a semana, dado considerado relevante para a economia norte-americana ainda serão divulgados.
Isso porque na sexta-feira (2) sai a última leitura divulgado o payroll, referente a julho, para a qual o banco de investimentos espera 201 mil novas vagas (ante consenso de 175 mil e 206 mil na leitura anterior), o que pode sustentar a visão de mercado de trabalho mais equilibrado, ajudando a manter a demanda das famílias e o cenário de pouso suave à frente, conforme relata o banco.
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