Jean-Marie Le Pen, um dos nomes mais polêmicos e duradouros da extrema direita na França, morreu nesta terça-feira (7), aos 96 anos.
A família confirmou a informação à Agence France-Presse (AFP), destacando que ele faleceu ao meio-dia do horário local (às 8h do horário de Brasília), cercado por familiares, após semanas internado em uma casa de repouso devido à saúde debilitada.
Pai de Marine Le Pen, líder atual da extrema direita francesa, Jean-Marie teve uma trajetória marcada pelo radicalismo e pelas controvérsias.
Jean-Marie Le Pen: uma carreira controversa
Fundador da Frente Nacional em 1972, partido que posteriormente se tornou a Reunião Nacional (RN), Jean-Marie Le Pen transformou a legenda em um bastião do nacionalismo e da anti-imigração na política francesa. Apesar de moderar algumas posições ao longo do tempo, o RN ainda carrega traços da ideologia de seu criador.
Figura polarizadora, Le Pen concorreu cinco vezes à Presidência da França, sem sucesso. Sua campanha mais marcante foi em 2002, quando chegou ao segundo turno contra Jacques Chirac, mas sofreu uma derrota esmagadora. Sua retórica anti-imigração e ataques à União Europeia mobilizaram eleitores, mas também despertaram dura resistência de opositores.
Jean-Marie acumulou condenações judiciais por declarações antissemitas, xenófobas e racistas. Em 1996, foi multado por minimizar crimes de guerra nazistas, ao afirmar que as câmaras de gás eram “apenas um detalhe” da história.
Racha familiar e expulsão do partido
Em 2015, Marine Le Pen, então líder da Reunião Nacional, expulsou o pai do partido, após ele reiterar declarações negacionistas sobre o Holocausto.
A ruptura causou um profundo racha na família. Jean-Marie acusou a filha de traição e disse sentir vergonha de ela carregar seu sobrenome.
Legado militar e político
Nascido em 20 de junho de 1928, em La Trinité-sur-Mer, Jean-Marie Le Pen formou-se em direito e serviu como paraquedista nas guerras da Indochina e Argélia. Essas experiências militares moldaram sua visão nacionalista e influenciaram sua carreira política.
Le Pen foi eleito deputado pela primeira vez em 1956 e ocupou cadeiras tanto na Assembleia Nacional quanto no Parlamento Europeu.
Como estrategista político e orador, ele atraiu seguidores fiéis, consolidando-se como uma figura central da extrema direita francesa.
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Reações à morte
Jordan Bardella, atual presidente da Reunião Nacional, lamentou a perda de Le Pen, descrevendo-o como um “tribuno do povo”.
“Engajado sob o uniforme do exército francês na Indochina e na Argélia, tribuno do povo na Assembleia Nacional e no Parlamento Europeu, ele sempre serviu à França, defendeu sua identidade e sua soberania“, afirmou Bardella em uma publicação do X.
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