Os analistas políticos dos EUA acreditam que a disputa eleitoral entre Harris x Trump ficará mais acirrada e incerta após a desistência do atual presidente, Joe Biden.
Biden retirou-se da corrida neste domingo (21), pressionado por líderes do Partido Democrata devido ao seu desempenho desastroso no debate.
Além do desempenho no primeiro debate presidencial, o candidato republicano Donald Trump está liderando as pesquisas eleitorais. Inclusive, a vantagem dele aumentou após o atentado na Pensilvânia.
Para a CNBC, o presidente e fundador do Eurasia Group, Ian Bremmer, afirmou que os democratas, com a candidatura da vice-presidente Kamala Harris, têm mais chances e se livraram de uma “derrota esmagadora”.
Ele destacou que a desistência de Biden deu aos democratas uma chance de lutar com o embate Harris x Trump.
Apesar do apoio de Biden, da família Clinton e das principais lideranças democratas, Harris terá que conquistar a nomeação buscando a maioria dos delegados antes da Convenção Nacional Democrata em Chicago, em agosto.
Também na CNBC, o fundador e CEO da APAC Advisors, Steven Okun, explicou que a nomeação de Harris para a disputa presidencial dará um impulso extra, já que ela oferecerá aos democratas uma “reinicialização total”.
Por fim, o historiador Allan Lichtman reforçou que Harris estaria em uma “posição forte para vencer a próxima eleição” em um confronto com Trump.
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Harris x Trump: saída de Biden aumenta as chances dos democratas, diz consultoria
Segundo Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria de risco político internacional Eurasia Group, as chances dos democratas aumentaram após a desistência de Biden.
Contudo, Garman reforça que Trump ainda é o favorito para ocupar a Casa Branca no próximo ano.
Após o debate eleitoral na CNN e o atentado na Pensilvânia, as chances de Trump ser eleito subiram para 75%. Com a desistência de Biden, essa chance caiu para 65%.
“A vantagem de Trump nos estados-chave do meio-oeste está entre 2 e 4 pontos percentuais. Se os democratas ganharem Pensilvânia, Wisconsin e Michigan, eles vencem. Antes do debate, a corrida estava praticamente empatada. Depois do debate e do atentado, a vantagem de Trump subiu para 2 a 4 pontos. Ainda é uma margem relativamente pequena”, explica Garman ao Broadcast do Estadão.
Apesar da melhora nas chances dos democratas, o diretor salienta que a situação deles estava melhor no início do ano. Antes do desgaste gerado pelo desempenho criticado de Biden no debate e gafes posteriores, a Eurasia atribuía 60% de chances de vitória a Trump.
Quem são os outros possíveis candidatos
Além de Kamala Harris, outros nomes são cogitados para substituir Biden na disputa contra Trump. Confira os possíveis candidatos abaixo:
Gavin Newsom
O democrata de 56 anos é ex-prefeito de San Francisco e, há cinco anos, governa a Califórnia, o estado mais populoso dos EUA.
Newson tem a ambição de ser presidente dos EUA. No ano passado, ele fez um deabte presidencial com o governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis — que chegou a anunciar sua candidatura à Casa Branca, mas desistiu e anunciou apoio a Trump.
Nos últimos meses, Newsom viajou com frequência ao exterior, publicou anúncios elogiosos sobre sua carreira e investiu milhões de dólares em um comitê de ação política, além de apoiar democratas fora do seu estado durante as eleições, alimentando especulações de que poderia concorrer em 2028.
Gretchen Whitmer
Outra possível candidata dos democratas é a governadora Gretchen Whitmer. A mulher de 52 anos governa o Michigan, um swing state, que não têm preferência eleitoral definida, que tem três eleitorados que os democratas tentam capturar: operários, afro-americanos e árabes.
Opositora ferrenha de Donald Trump, ela é conhecida por ter sido alvo de um plano de sequestro por uma milícia de extrema direita, denominada Wolverine Watchmen, em 2020.
O bom desempenho do Partido Democrata nas eleições de meio de mandato — usadas como um termômetro para o presidente e são renovados todos os 435 deputados e cerca de um terço do Senado — foi em parte atribuído ao seu governo. Whitmer defende leis de armas mais rígidas, revogação de proibições sobre o aborto e apoia a pré-escola universal.
O estado governado por Whitmer será um dos mais disputados nas eleições presidenciais de novembro, um forte argumento, segundo os seus apoiadores, para designá-la como candidata do partido.
Josh Shapiro
Aos 51 anos, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, está à frente do maior swing state.
Antes de assumir o cargo em 2022, derrotando um rival da direita radical apoiado por Donald Trump, o orador centrista foi eleito duas vezes procurador-geral da Pensilvânia. Neste cargo, ele denunciou as agressões sexuais cometidas por padres católicos contra milhares de crianças e processou o laboratório Purdue, fabricante do opiáceo OxyContin.
Cory Booker
Senador pelo estado de Nova Jersey, o ex-jogador de futebol americano pela Universidade de Stanford ganhou destaque como prefeito da cidade de Newark. Sua popularidade aumentou quando, em 2012, ele salvou um vizinho de uma casa em chamas.
Booker iria concorrer às primárias em 2020, mas deixou a disputa em janeiro para prestar apoio a Biden na corrida democrata que decidiu quem seria o candidato para enfrentar Donald Trump nas urnas naquele ano.
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