O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que desiste da corrida presidencial de 2024, em decisão surpreendente após semanas de pressão para que o democrata de 81 anos desistisse da disputa contra o ex-presidente Donald Trump.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente”, escreveu Biden em uma publicação na rede social X. “E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu renuncie e me concentre apenas em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato.”
Biden planeja falar à nação ainda esta semana para dar mais detalhes sobre sua decisão.
Pressão para desistência aumentou nas últimas semanas
O anúncio ocorre num momento em que um número crescente de democratas pedia que ele se afastasse para permitir que o partido escolha um novo candidato no próximo mês, capaz de concorrer contra Trump.
A menos de quatro meses do dia da eleição, o Partido Democrata agora precisa montar uma nova chapa presidencial. Biden já anunciou apoio ao nome de Kamala Harris, sua vice-presidente.
O próximo candidato enfrentará a chapa republicana de Trump e do senador JD Vance, e precisará conquistar doadores, delegados e outros aliados que foram leais a Biden, além de convencer os eleitores de seu próprio valor para o cargo mais alto do país.
Após um desempenho desastroso no debate contra Trump no final de junho, Biden começou a perder apoio dentro de seu próprio partido. Embora tenha apenas três anos a mais que Trump, Biden parecia e soava consideravelmente pior no palco, com uma postura rígida, olhar vago e respostas pouco claras e sem impacto.
O contraste entre Biden e Trump no debate gerou uma crise entre os democratas. Doadores e apoiadores de alto perfil começaram a pedir publicamente que Biden desistisse, com alguns ameaçando reter contribuições de campanha.
Dias após o debate, o deputado Lloyd Doggett, do Texas, foi o primeiro democrata em exercício no Congresso a pedir que Biden se retirasse da disputa, seguido por quase 20 outros, incluindo o senador Peter Welch, de Vermont, e o deputado Adam Schiff, da Califórnia.
Biden e seus assessores passaram semanas tentando conter a crise. Em sua primeira entrevista pós-debate, Biden declarou estar convencido de que era a melhor pessoa para enfrentar Trump, mas sugeriu que poderia reconsiderar sua decisão de permanecer na corrida se surgisse alguma condição médica. Na quarta-feira, Biden testou positivo para Covid-19.
Atentado contra Trump piorou situação
Além do desempenho fraco no debate, outro acontecimento que impactou na decisão foi a tentativa de assassinato de Donald Trump, no sábado retrasado (13), durante comício em que uma bala acertou a orelha do candidato de raspão. Historicamente, candidatos vítimas de atentado tendem a ter vantagem na corrida eleitoral, o que já começou a ser apontado pelas pesquisas.
Se seguisse na campanha e vencesse a eleição, Biden, que já é a pessoa mais velha a servir a Casa Branca, teria 86 anos ao final do segundo mandato.
O comunicado de Biden
Veja o comunicado na íntegra divulgado pelo presidente Joe Biden ao anunciar a desistência de sua candidatura à reeleição:
“Meus companheiros americanos,
Nos últimos três anos e meio fizemos grandes progressos como nação.
Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para os idosos e na expansão dos cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovou a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeada a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovou a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.
Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos, superamos uma pandemia que ocorre uma vez num século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos a nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo.
Falarei à Nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão.
Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E deixe-me expressar o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositou em mim.
Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos isso juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América!
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