Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
É improvável grau de investimento ainda no governo Lula, diz Stephan Kautz

É improvável grau de investimento ainda no governo Lula, diz Stephan Kautz

A agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito do Brasil na última terça-feira (1) de Ba2 para Ba1, deixando o país a apenas um nível de alcançar o grau de investimento. O anúncio foi recebido com otimismo por parte do governo, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que o Brasil pode atingir esse patamar até 2026.

Contudo, para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, essa meta dificilmente será alcançada até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Kautz destaca que, embora a revisão da Moody’s tenha sido positiva, há muitos desafios que tornam improvável a obtenção do grau de investimento no curto prazo.

“O principal motivo da revisão foi o crescimento apontado pelo Produto Interno Bruto (PIB). Eles esperavam desaceleração e não ela veio, com crescimento esperado próximo a 3% neste ano. No entanto, a continuidade desse crescimento é incerta, assim como a política fiscal, que segue preocupante”, afirma o economista.

A Moody’s justificou a elevação da nota do Brasil devido ao desempenho robusto da economia e às recentes reformas econômicas e fiscais, como a reforma tributária, que prometem melhorar o ambiente de negócios no longo prazo. Além disso, a agência destacou o compromisso do governo com a estabilização da dívida pública, o que favoreceu a melhora do rating.

Publicidade
Publicidade

A melhora na nota de crédito coincide com viagem de Haddad ao exterior, para a Semana do Clima em Nova York, quando o ministro se reuniu com diversas agências de classificação de risco, entre elas a Moody’s, em busca justamente do grau de investimento.

Incertezas sobre crescimento e fiscal pesam

Kautz alerta para a incerteza que paira sobre as finanças públicas, o que pode impedir uma nova alta da nota no curto prazo.

A Moody’s manteve a perspectiva positiva, o que indica a possibilidade de uma nova revisão em 12 a 18 meses. Porém, achamos pouco provável, dadas as incertezas com a política fiscal e os desafios de crescimento para 2025“, diz. O economista também citou o impacto da alta dos juros e o cenário internacional, que devem culminar em menor crescimento do Brasil, fator que pode dificultar a melhora da nota.

Grau de investimento: duas agências precisam conceder rating

Para o mercado financeiro, o impacto dessa elevação de nota será limitado. Kautz explica que, para que o Brasil seja efetivamente considerado grau de investimento, é necessário que duas das três principais agências de classificação de risco — Moody’s, Fitch e S&P Global — concedam essa avaliação.

A Moody’s está mais otimista que Fitch e S&P, que mantêm a perspectiva estável. Para os mercados, não traz grandes consequências, porque grandes fundos de pensão exigem que duas agências confiram o grau de investimento para direcionar seus investimentos ao país“, afirma Kautz.

O potencial fluxo de investimentos de alocação global de fundos de investimento não está no horizonte próximo“, completou.

Ouça o áudio na íntegra:

Grau de investimento: o que é

O grau de investimento é um indicador de confiança para investidores internacionais. Ele funciona como um selo de qualidade que atesta a capacidade de um país ou empresa de honrar suas dívidas.

Países que possuem esse certificado conseguem captar recursos a custos mais baixos, o que, por sua vez, facilita o crescimento econômico e a atração de novos investimentos. O Brasil, que perdeu esse status em 2015 durante a crise econômica, vem buscando reverter a situação.

Você leu sobre o grau de investimento do Brasil. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!