O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em viagem ao exterior com uma missão estratégica: recuperar o grau de investimento do Brasil. Haddad, que está participando de encontros com agências de classificação de risco em Nova York durante a Semana do Clima, expressou otimismo sobre a possibilidade de o país reconquistar esse selo já no próximo ano. Segundo ele, o governo está confiante de que haverá um aumento na nota de crédito para 2025, o que traria benefícios significativos para a economia nacional.
Mas você sabe o que é grau de investimento? Siga no texto e entenda.
Grau de investimento: o que é
O grau de investimento é um indicador de confiança para investidores internacionais. Ele funciona como um selo de qualidade que atesta a capacidade de um país ou empresa de honrar suas dívidas.
Países que possuem esse certificado conseguem captar recursos a custos mais baixos, o que, por sua vez, facilita o crescimento econômico e a atração de novos investimentos. O Brasil, que perdeu esse status em 2015 durante a crise econômica, vem buscando reverter a situação.
Grau de investimento: o potencial do Brasil
O ministro Haddad destaca que, para muitos investidores internacionais, o Brasil já demonstra solidez suficiente para ter o grau de investimento. Para ele, com 350 bilhões de dólares em reservas internacionais, um superávit comercial de 100 bilhões de dólares, e sendo o segundo ou terceiro destino de investimentos estrangeiros privados no mundo, é difícil entender por que o país ainda não possui esse reconhecimento. “O Brasil é um credor internacional e está sendo procurado por diversos fundos soberanos e países para apresentar seus projetos de investimento”, enfatizou o ministro.
Para o governo, essa discrepância precisa ser resolvida o mais rápido possível, pois o retorno do grau de investimento pode representar uma virada econômica importante. Além disso, Haddad menciona que o Brasil tem cumprido uma série de requisitos fiscais e estruturais que, em sua visão, justificam a revisão positiva das agências de rating.
O papel das agências de rating
As agências de classificação de risco — como Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch — são instituições especializadas em avaliar a capacidade de pagamento de empresas e países. Elas desempenham um papel fundamental no mercado ao fornecer informações sobre o nível de risco envolvido em emprestar dinheiro a esses entes. O rating de crédito emitido por essas agências tem impacto direto nas condições de financiamento, como juros e prazos.
Ao conceder o grau de investimento a um país, as agências estão essencialmente afirmando que o risco de inadimplência é baixo. Isso cria um ambiente de confiança que pode atrair mais investimentos externos, o que é essencial para o crescimento econômico.
Para muitos investidores internacionais, essa classificação é um critério fundamental na hora de alocar recursos. Sem ela, o país é visto como uma opção mais arriscada, o que faz com que os investidores exijam maiores retornos para compensar o risco. Por isso, a reconquista desse selo pode reduzir os custos de financiamento tanto para o governo quanto para empresas brasileiras, incentivando novos investimentos em infraestrutura, tecnologia e outros setores.
Adicionalmente, o aumento do rating pode influenciar positivamente a taxa de câmbio, melhorar a balança de pagamentos e ajudar a consolidar a recuperação econômica que o país tem buscado.
Grau de investimento: quando vem?
Embora o otimismo do ministro seja evidente, ele reconhece que a decisão final cabe às agências de classificação. No entanto, Haddad afirma que os prognósticos da equipe técnica do Ministério da Fazenda são bastante positivos, com expectativa de um aumento da nota já em 2025.
Em todas as três principais agências de risco, o Brasil está a dois degraus do grau de investimento. Pela S&P e Fitch Ratings, em que o sistema de avaliação é muito semelhante, a nota do país é ‘BB’. Já pela Moody’s, que possui diferenças de nomenclatura, o país está avaliado como ‘Ba2’.