O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, inicia nesta quarta-feira (27) uma missão oficial de dois dias à Cidade do México, acompanhado dos ministros do Planejamento, Simone Tebet, e da Agricultura, Carlos Fávaro. A comitiva também reúne representantes de outros ministérios e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A visita faz parte da estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ampliar a presença brasileira em mercados alternativos diante das barreiras impostas pelos Estados Unidos. Desde a adoção de sobretaxas de até 50% pelo presidente americano Donald Trump, produtos industrializados, agrícolas e da saúde perderam competitividade no país norte-americano.
Brasil busca mercado no México
O ponto alto da agenda será o encontro, na quinta-feira (28), com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, no Palácio Nacional. Segundo Alckmin, a meta é fortalecer laços políticos e ampliar as frentes de comércio e investimento entre as duas maiores economias da América Latina.
“O México é um parceiro importante para o Brasil. Esta visita é uma oportunidade estratégica para aprofundarmos nosso diálogo político e, principalmente, para abrirmos novas frentes de comércio e investimento que gerarão prosperidade para nossos povos”, afirmou o vice-presidente.
Em 2024, o fluxo comercial entre Brasil e México somou US$ 13,6 bilhões, com superávit de US$ 866,1 milhões para o lado brasileiro até julho deste ano, de acordo com o MDIC.
Reuniões bilaterais
A missão começa com um encontro de Alckmin com executivos de 12 empresas brasileiras que atuam no México. A comitiva terá reuniões com autoridades como o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado mexicano, Alejandro Murat Hinojosa, além de três secretários de Estado: Agricultura e Desenvolvimento Rural (Julio Berdegué Sacristán), Relações Exteriores (Juan Ramón de la Fuente) e Economia (Marcelo Ebrard).
Na quinta-feira, após a audiência com Claudia Sheinbaum, Alckmin se reunirá ainda com o secretário de Saúde, David Kershenobich Stalnikowitz, e com empresários locais. Entre os temas em pauta estão comércio, segurança alimentar, energia limpa e biocombustíveis.
Negociações em paralelo com o Canadá
A aproximação mexicana ocorre em paralelo ao anúncio de retomada das negociações de livre comércio entre Mercosul e Canadá, interrompidas desde 2021. O acerto foi comunicado na última segunda-feira (25), em Brasília, durante visita do ministro canadense de Comércio Internacional, Maninder Sidhu.
Estratégia do governo
O Brasil busca seguir uma estratégia dupla: pressionar Washington pela redução das tarifas e, ao mesmo tempo, abrir novos canais comerciais em países que também enfrentam barreiras americanas.
No sábado (23), Alckmin defendeu a continuidade das negociações com os EUA.
“Se depender de nós, o tarifaço acaba amanhã. O trabalho é esse: diálogo e negociação. Entendemos que tem espaço para ter mais produtos excluídos e para ter uma alíquota mais baixa”, disse.
Perspectivas com o México
O México, um dos principais compradores de carne brasileira, tem diversificado sua pauta de importações do Brasil. Com tarifas adicionais impostas também pelos EUA, o país busca fortalecer parcerias regionais.
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