O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro chegou a R$ 19,5 trilhões em julho, o equivalente a 158,5% do PIB, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central. O montante representa alta de 0,9% em relação a junho, impulsionado principalmente pela expansão de 0,7% nos títulos públicos de dívida, de 0,4% nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e de 2,3% nos financiamentos externos, influenciados pela desvalorização de 2,66% do real no período. Em doze meses, o crédito ampliado acumula crescimento de 10,5%.
As empresas responderam por R$ 6,7 trilhões desse total, o que equivale a 54,6% do PIB, com avanço de 1,2% em julho. O resultado foi puxado pelos títulos privados de dívida, que cresceram 1,6%, e pelos empréstimos externos, que subiram 2,3% com impacto do câmbio. Na comparação anual, o crédito ampliado às companhias aumentou 9,1%. Já o crédito às famílias somou R$ 4,5 trilhões (36,4% do PIB), alta de 0,7% no mês e de 11,4% em 12 meses, refletindo sobretudo o desempenho dos empréstimos internos.
O volume total das operações de crédito do SFN atingiu R$ 6,7 trilhões, um crescimento mensal de 0,4%. O avanço foi puxado pelo crédito às famílias, que cresceu 0,6% e chegou a R$ 4,2 trilhões, enquanto o crédito às empresas apresentou leve retração de 0,1%, somando R$ 2,5 trilhões. No acumulado de 12 meses, a expansão foi de 10,7%.

Expansão do cartão de crédito à vista, pessoal não consignado e financiamento de veículos
Dentro do crédito com recursos livres, que alcançou R$ 3,9 trilhões, houve crescimento de 0,2% no mês e de 9,4% em um ano. Para empresas, o saldo foi de R$ 1,6 trilhão, queda de 1,0% em julho, influenciada pelas reduções em carteiras de desconto de duplicatas e capital de giro. Já para as famílias, o crédito livre somou R$ 2,3 trilhões, com crescimento de 1% no mês e de 12,1% em 12 meses, com destaque para a expansão do cartão de crédito à vista, do crédito pessoal não consignado e do financiamento de veículos.
O crédito direcionado, por sua vez, alcançou R$ 2,8 trilhões em julho, avanço de 0,7% no mês e de 12,5% em 12 meses. O segmento para empresas cresceu 1,5% no período e 16,1% no acumulado do ano, enquanto o destinado às famílias subiu 0,2% no mês e 10,8% em doze meses.
As concessões nominais de crédito totalizaram R$ 644,1 bilhões no mês, queda de 0,3% após ajuste sazonal. Houve aumento de 2,5% nas operações com empresas e recuo de 2,0% nas operações com famílias. Em doze meses, as novas contratações cresceram 12,3%.
A taxa média de juros das concessões caiu 0,2 ponto percentual em julho, para 31,4% ao ano, mas acumula alta de 3,6 pontos em um ano. Para empresas, a taxa ficou em 21,6% ao ano, enquanto para famílias chegou a 35,9% ao ano. O spread bancário ficou em 20,3 pontos percentuais, recuo de 0,2 p.p. no mês.
Inadimplência atinge 3,8%
A inadimplência seguiu em trajetória de alta. O índice de atrasos acima de 90 dias no SFN atingiu 3,8% em julho, aumento de 0,2 p.p. em relação a junho. No crédito livre, a inadimplência alcançou 5,2%, com altas tanto nas operações com empresas (3,3%) quanto nas operações com famílias (6,5%).
Os dados mostram também que, em junho, o endividamento das famílias representava 48,7% da renda acumulada em 12 meses, com leve queda de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior. Já o comprometimento da renda com o pagamento de dívidas atingiu 27,6%, ainda em tendência de alta em relação ao ano passado.
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