Desde a posse do presidente Donald Trump nos EUA, as medidas adotadas pelo governo americano aumentaram o risco e a volatilidade nos mercados financeiros. Tanto pelo aumento da incerteza, dadas as diversas mudanças de direção nas negociações tarifárias, seja pela proposta de Orçamento com forte efeito expansionista dos gastos, o que deverá elevar a dívida pública americana nos próximos anos.
Além disso, riscos geopolíticos têm se tornado mais frequentes, com conflitos e disputas. Assim, uma diversificação dos investimentos externos em mercados além do americano tornou-se uma necessidade de proteção.
O gráfico abaixo mostra a consequência das medidas anunciadas de aumento de tarifas, elevando a tarifa de importação média para patamares observados nas décadas de 30 e 40.
Ou seja, está em andamento nos EUA uma política agressiva de restrição ao comércio internacional, com o fechamento da economia. O motivo dessa postura é explicado, em parte, pela percepção da classe média americana de que a globalização não trouxe benefícios.
As consequências dessa política devem ser um menor crescimento e uma inflação mais alta, dada a perda de produtividade e o maior custo de transação.
Assim, a conclusão principal é de que a taxa de juros nos EUA será mais alta nos próximos anos, em relação ao observado nas últimas décadas.
Com isso, a renda variável americana deve ter mais dificuldade de continuar expandindo na mesma intensidade dos anos recentes.
Além disso, empresas americanas que têm uma importante fonte de receitas nos mercados internacionais devem enfrentar dificuldades em substituir esse fluxo de capitais.
Ainda, a política fiscal aprovada pelo Congresso americano deve elevar a dívida pública nos próximos anos, com déficits fiscais que devem oscilar ao redor de 6% do PIB.
Assim, o risco fiscal embutido nos preços do ativos americanos tem aumentado, influenciando a curva de juros nos vencimentos mais longos.
Mas a variável mais sensível a esse cenário tem sido o dólar.
Vimos uma depreciação da moeda dos EUA nos primeiros 6 meses que só pode ser comparada com o mesmo período no ano de 1973.
A concentração de investimentos nos mercados americanos e a consequente diversificação para outros mercados levaram a moeda americana enfraquecer ante praticamente todas as moedas do mundo.
Nesse cenário, entendemos que buscar ativos em outras moedas e em outros mercados pode trazer uma solidez maior ao portfolio de investimentos dos nossos clientes e leitores.
Quais são as 4 oportunidades de investimento no exterior
Oportunidades interessantes de investimento podem ser observadas:
- Nas bolsas europeias, expostas ao tema de maior armamento global;
- No Canadá, que permanece próximo a economia americana, mas também possui exposição ao ciclo de commodities, que devem se apreciar com o movimento de enfraquecimento do dólar;
- Proteção de longo prazo com alocação em ouro, como reserva de valor;
- Moedas da Suíça e do Japão, como portos seguros de turbulências de mercado e geopolíticas, entra outras.
- Caixa: finalmente, em um mercado mais volátil e incerto, a alocação em caixa/liquidez tem o duplo benefício de reduzir a oscilação da carteira de ativos, mas também de permitir aproveitar oportunidades de mercado que irão aparecer, como foi a forte queda das bolsas americanas no 1º semestre desse ano.
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