Na última segunda-feira (12), a B3 começou a negociação do contrato futuro do IFIX, sob o código XFI. O IFIX é um índice que reúne os 107 Fundos Imobiliários (FIIs) mais negociados do Brasil.
A nova modalidade de negociação, de contrato futuro, por sua vez, é um título derivativo ou, em outras palavras, é um instrumento financeiro que tem o preço “derivado” das cotações de outro ativo.
O contrato futuro é uma espécie de compromisso de comprar ou vender algo em uma data previamente estabelecida e por um preço pré-definido. Este modelo de negociação já é utilizado em outros papéis, como commodities agrícolas, moedas e até mesmo índices das bolsas. Ele é bastante usado para quem faz day trade, investidores individuais que compram e vendem ações no mesmo dia.
A B3 cita que a novidade oferece uma opção adicional para a proteção da carteira contra a variação diária dos preços dos Fundos Imobiliários, como o Hedge. E não apenas isso, com o contrato futuro, há a possibilidade de alavancagem destes fundos e ter maior liquidez, uma vez que não é preciso pagar pelos ativos no momento da compra.
De acordo com a B3, as vantagens do contrato de IFIX são as seguintes:
- instrumento para estratégia de proteção (Hedge) contra exposição em renda variável.
- possibilidade de replicar o comportamento do índice, sem ter o desembolso financeiro e os custos de transação do mercado à vista.
- utilizar o fator de correlação dos fundos imobiliários com o próprio índice futuro. Dessa forma, é possível fazer operações de proteção contra volatilidade do mercado de fundos imobiliários, mesmo em quantidades diferentes da composição do índice.
- por meio de uma única operação, o investidor pode manter posições altamente líquidas sem negociar os fundos imobiliários individualmente no mercado à vista.
- permite a arbitragem entre o mercado à vista com ações ou ETFs.
Analista da EQI Research explica o contrato futuro de IFIX
Carol Borges, analista de FIIs da EQI Research, avalia que o início da negociação de contrato futuro de IFIX é um marco para essa indústria, o que revela o seu amadurecimento.
- Leia também: É hora de vender os fundos imobiliários?
A analista cita que há cerca de 2 milhões de investidores em Fundos Imobiliários no Brasil, sendo que 74% deles são pessoas físicas. Este número mostra que o mercado de FIIs ainda não é explorado pelos investidores institucionais.
“O contrato futuro pode aumentar a atratividade para os investidores institucionais, justamente por conta da liquidez. Então, o institucional pode, por exemplo, comprar o índice futuro do IFIX sem a necessidade de realizar a compra de toda a cesta que compõe o índice”, explica Borges.
Mesmo com a novidade, Carol recomenda cautela para os investidores pessoa física com o contrato futuro de IFIX. “É importante que ele [pessoa física] aguarde e entenda como funciona o mercado futuro, visto que ele pode operar recursos maiores do que ele possui”, afirma.
Ela sustenta a ideia de que o investidor alavancado poderá sofrer um prejuízo maior que a proteção de sua carteira e ter que pagar por isso sem ter condições financeiras para cobrir o rombo. Em função disso, a analista de FIIs aponta que é preciso entender como o mercado futuro funciona.
“Considero neste primeiro momento que [o contrato futuro] será mais atrativo para investidores institucionais e pode ajudar também na melhora da liquidez do mercado de Fundos Imobiliários”, conclui.
Ouça o áudio da Carol Borges na íntegra:
- Quer investir no contrato futuro de IFIX com uma ajuda profissional? Preencha este formulário para um assessor da EQI Investimentos entrar em contato.
