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Recompra de FIIs: como funciona?

Recompra de FIIs: como funciona?

A possibilidade de recompra de FIIs é uma novidade que vem movimentando o mercado desde 2024. A medida, autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), amplia o leque de estratégias que os gestores podem usar para tentar gerar valor aos cotistas sendo válida para FIIs, FIAGROS e FI-Infras. Até então, apenas companhias listadas em bolsa podiam realizar esse tipo de operação.

Com a mudança, os fundos passam a ter uma ferramenta adicional de gestão, que pode ser acionada em momentos específicos, como quando as cotas negociam com grande desconto em relação ao valor patrimonial.

O que é a recompra de FIIs?

Na prática, o fundo pode usar recursos em caixa para recomprar suas cotas no mercado, desde que essa possibilidade seja aprovada em assembleia e formalizada em um programa de recompra.

Como funciona o programa de recompra de FIIs?

O programa de recompra define limite máximo de cotas, prazo de execução e condições de preço. Carolina Borges, analista de fundos imobiliários da EQI Research, explica que “esse programa de recompra de cotas vai informar um limite máximo de cotas que a gestão pode adquirir, qual o prazo e em quais condições de mercado pode realizar essa recompra. É uma opção, não uma obrigação do fundo.”

Ao contrário das empresas, os FIIs não podem manter cotas em tesouraria. Ou seja, as cotas recompradas precisam ser canceladas, reduzindo o número total em circulação. Com isso, a participação proporcional dos cotistas existentes aumenta.

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Quais os impactos para os cotistas?

O primeiro efeito é uma redução no patrimônio líquido do fundo, já que parte do caixa é usado na recompra. Em compensação, o valor patrimonial por cota pode subir quando a operação acontece em períodos de desconto, beneficiando quem permanece investido.

Carolina exemplifica com um caso hipotético: se um fundo com 100 mil cotas recompra 5% delas a um preço abaixo do valor patrimonial, cada cota restante passa a representar uma fatia maior do patrimônio, elevando seu valor.

Porém, o contrário também pode ocorrer. Se o gestor recompra pagando mais caro que o valor patrimonial, o resultado pode ser negativo para o investidor.

Alinhamento de interesses

Outro ponto importante é o impacto nas taxas de administração. Como elas geralmente são calculadas sobre o patrimônio líquido ou valor de mercado, a recompra reduz a receita da gestora. Isso mostra, segundo Carol, que em alguns casos existe alinhamento de interesses entre gestão e cotistas.

Por outro lado, há riscos: como os FIIs crescem via novas emissões de cotas, a recompra pode significar que futuramente o fundo precise emitir novamente, cobrando taxas adicionais dos investidores.

Ferramenta estratégica, não garantia

A recompra de FIIs não deve ser vista como boa ou ruim por definição, depende de como o gestor a utiliza.. “Essa não é uma ferramenta essencialmente apenas boa ou essencialmente apenas ruim. Tudo depende de como o gestor utiliza para gerar valor pro seu cotista”, explica a analista.

Assim como alavancagem ou emissões, a recompra de FIIs pode ser positiva se usada em momentos oportunos, de forma estratégica, especialmente quando há forte desconto em relação ao valor patrimonial, mas também pode destruir valor se mal conduzida.

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