Os ETFs, ou Exchange Traded Funds, são uma boa alternativa para quem quer acessar mercados internacionais, mas sem sair do Brasil.
Para o investidor com perfil para Renda Variável, o exterior pode ser uma excelente alternativa para bons ganhos no mercado financeiro.
Contudo, com ETFs, é possível fazer isso sem adquirir diretamente os papéis das companhias listadas na Bolsa de Valores.
Como vantagens do investimento está a redução de custos, diversificação de ativos e riscos, além da simplificação de estratégias mais complexas.
Isso porque, assim como qualquer outro Fundo, um ETF é gerido por um profissional, que faz as operações de compra e venda. Logo, para aplicar em um ETF, é preciso apenas comprar as cotas.
Saiba agora como investir em ETFs. Diversifique sua carteira de investimentos acessando mercados internacionais.
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O que é ETF?
ETFs (Exchange Traded Funds) são um conjunto de ações de empresas listadas na bolsa e que espelham algum índice.
Em resumo, ETFs são Fundos de Investimento, isto é, uma espécie de “condomínio” de pessoas que visam investir o seu capital em conjunto.
A vantagem é que ele é gerido por uma gestora, que faz as operações de compra e venda, dentro de uma estratégia definida. Isso poupa tempo e dá segurança para quem tem menos conhecimento sobre o mercado de capitais.
“ETFs foram idealizados para permitir que o público geral acesse uma ampla gama de produtos, podendo diversificar sua carteira com apenas um produto. Com o tempo, e dada sua eficiência e baixo custo, o mercado institucional também passou a utilizá-lo”, explica Rodrigo Samaia, head de Produtos da EQI Internacional.
Porém, os ETFs têm algumas diferenças fundamentais que os distinguem dos fundos mais tradicionais, conforme veremos agora em mais detalhes.
Como investir em ETFs: entenda como funcionam
Os ETFs estão sempre ligados a índices de referência, conhecidos como subjacentes.
Na prática, isso quer dizer que o gestor de algum desses fundos adotará alguma estratégia de ação de modo a replicar a do indicador de referência.
Isto é, ajustar a composição do ETF de uma maneira em que ele possua a mesma aparência que o índice em questão e que, por consequência, entregue resultados muito semelhantes ao dele.
ETF: entenda o índice de referência
Digamos que no mercado de ações um investidor comprou o BOVA11. Isso quer dizer que o fundo seguirá o movimento do índice Bovespa.
Se o índice cair ou subir, o conjunto das ações que compõem o seu ETF seguirá esse movimento.
Isso acontece, pois o papel do gestor do fundo, nesse caso, será o de alocar os investimentos financeiros nas mesmas ações e na mesma proporção que constam na carteira do índice.
Negociação dos ETFs é feita na Bolsa de valores
A negociação do ETF é feita no pregão da Bolsa de valores da mesma forma que é feita a negociação de ações.
Dessa forma, é possível comprar e vender ETF através das plataformas de investimento. Para tanto, basta digitar o código do ETF e indicar o valor que você deseja realizar a operação.
Basicamente, o desempenho do fundo escolhido oscilará respondendo à oferta e à demanda pelas cotas no mercado, além, é claro, da já mencionada performance das ações que fazem parte do ETF.
Como escolher em qual ETF investir?
A escolha do ETF certo para investir, segundo o head de Produtos da EQI Internacional, passa pela clareza sobre o objetivo, prazo para atingi-lo e tolerância ao risco do investidor.
Em um segundo momento, de acordo com ele, o investidor deve observar a alocação estrutural entre as classes de ativos e, posteriormente, os produtos que podem ser utilizados para atingir este objetivo.
ETF: para quem é recomendado?
Rodrigo Samaia reforça que o ETF pode ser uma alternativa de investimento para todo perfil de investidor. Isso porque, ele é apenas o veículo, o que é importante é onde ele investe.
“Dependendo, pode ser um ETF composto por ativos de Renda Fixa mais seguros do mundo, como títulos do governo americano, até um ETF focado em empresas de tecnologia na Ásia, muito mais arriscado”, observa.
Contudo, o profissional insiste na importância de o investidor conhecer bem o seu perfil antes de comprar qualquer classe de ativo. “Tem uma frase que diz que se você não se conhece, o mercado financeiro é o local mais caro para fazê-lo”.
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Qual o risco dos ETFs?
Para o head da EQI Internacional, a maior parte do retorno dos ETFs vem da alocação, e não do stock picking. Ele explica que investir em ETF é mais sobre estar na classe certa na hora certa em vez de selecionar um ativo dentro de uma classe.
“Através de ETFs diversificados, o investidor consegue, de forma simples, se expor a uma classe de ativos e eliminar um determinado risco específico”, reitera.
Investir em ETFs: boa maneira de exposição ao exterior
Carlos Takahashi, chairman da BlackRock no Brasil – uma das maiores gestoras do mundo -, recomenda que todo o investidor observe as inúmeras possibilidades hoje disponíveis de investir no exterior, inclusive a de ter ativos a partir da própria B3, como por meio de ETFs ou BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs, ainda uma novidade por aqui.
“A gente fala em mercado externo e pensa em dólar e empresas americanas, mas investir no exterior vai muito além. Você pode acessar mercados direto do Brasil. Temos mais de 100 BDRs de ETFs e temos avanços regulatórios relevantes acontecendo, como fundos offshore disponíveis para o varejo”, aponta.
Takahashi participou ao lado de Victor Arakaki, head of Sales Brazil da Morgan Stanley Investment Management, do “Invista Lá fora”, evento online da EQI Investimentos, realizado em março de 2023.
Eles falaram ao investidor, do ponto de vista dos gestores, sobre como montar o melhor portfólio, com os melhores ativos e as melhores rentabilidades.
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Como investir em ETF: evolução na B3
O ETF já é muito conhecido e desenvolvido em países como Estados Unidos e Canadá. No Brasil, só foi regulamentado em 2002 – tendo sido o primeiro ETF, o PIBB11, lançado em 2004.
Apenas nos últimos anos é que passou a ganhar mais relevância na carteira dos investidores.
Segundo dados do Ibovespa referentes ao 4TRI de 2022, as pessoas físicas hoje são responsáveis por mais de 19% do volume custodiado de ETFs.
Esse total representou 532 mil investidores no período, número um pouco inferior aos 536 mil registrados no 2TRI de 2022.
Investidores brasileiros procuram diversificação
Contudo, os ETFs são uma boa opção de diversificação para os investidores da Renda Variável.
Prova disso é que até 2020, a B3 possuía uma base bastante concentrada exclusivamente em detentores de ações, cenário que se mostra bastante diferente em 2022.
Para efeito de comparação, em 2016, por exemplo, a base de investidores em ações na Bolsa brasileira representava 75%. Em 2022, esse número caiu para 30%.
Nesse período, entre os produtos com maior procura para diversificação, estiveram os Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs), ETFs e BDRs.
Investir em ETFs: cresce oferta na B3
No mercado brasileiro, o interesse pelos ETFs vem se mantendo, ao passo que nos últimos anos, a oferta de produtos vem crescendo. Em 2018, havia no Brasil somente 15 ETFs, sendo todos de renda variável e nenhum de renda fixa.
Atualmente, existem mais de 80 ETFs de renda variável negociados na B3.
Muitos desses fundos estão referenciados em índices como Ibovespa, Índice de Governança Corporativa (IGC), Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), Índice de Dividendos (IDIV) e até S&P 500, um dos principais índices do mercado americano de ações.
Já os ETFs de renda fixa estão geralmente associados ao IMA-B, que acompanha o desempenho de títulos públicos atrelados à inflação.
Carteira de investimentos com ETFs
Ainda conforme levantamento da B3, a inclusão de ETFs na carteira do brasileiro também vem crescendo.
Desde 2020, o número de investidores que possuem investimentos em ações, ETF, BDRs e FIIs, por exemplo, saltou de 1% para 6% em 2021, se mantendo estável desde então.
ETF paga dividendo
Para quem não investia em ETF por não pagar dividendos, agora existe uma novidade lançada pela B3 (B3SA3) em janeiro de 2023, que autorizou a listagem e a negociação de ETFs que pagam dividendos de ações locais e internacionais.
Os dividendos poderão ser distribuídos, no mínimo, de forma mensal, respeitando a periodicidade e a política estabelecida no regulamento do fundo.
Sobre a tributação, esses proventos terão a incidência do Imposto de Renda de 15% sobre os ganhos.
Vantagem de investir em ETF
Saiba agora algumas vantagens dos ETFs:
Diversificação
Os ETFs podem ser a forma mais simples de dar os primeiros passos na bolsa de valores com diversificação.
Ao adquirir cotas de um ETF, o investidor acessa vários ativos já devidamente selecionados por profissionais. Ou seja, ele já inicia suas aplicações com uma carteira das principais ações do mercado.
Qual valor mínimo para investir em ETFs? Quanto custa 1 ETF?
Atualmente, há no mercado cotas a partir de R$ 100, o que torna os ETFs bastante acessíveis.
Em 2020, houve modificações nas regras dos ETFs, que diminuíram o volume inicial exigido para a negociação. Nesse sentido, o lote mínimo passou de dez para uma unidade, o que torna o investimento mais acessível para o público em geral.
Ao adquirir um ETF, é como se o investidor negociasse vários ativos por meio de uma só operação. Então, os custos operacionais desse investimento, como taxas de corretagem, são menores se comparados à compra de várias ações, por exemplo.
Além disso, os ETFs possuem uma gestão passiva, o que reduz a taxa cobrada pelo gerenciamento dos ativos desses fundos.
Internacionalização
Com os ETFs, é possível investir em moeda estrangeira sem precisar enviar recursos ao exterior. Isso porque alguns desses fundos replicam índices de bolsas como a de Nova York (NYSE), por exemplo.
Dessa maneira, o investidor tem acesso a ativos internacionais de uma forma mais acessível do que se adquirisse diretamente os papéis dessas companhias.
Desvantagens dos ETFs
Por outro lado, esses fundos também apresentam algumas desvantagens:
Liquidez
Apesar de serem negociados na bolsa, nem sempre é tão fácil vender as cotas dos ETFs. O motivo é que o volume de negociação desses fundos ainda é pequeno se comparado a outros ativos.
Assim, em alguns momentos, isso pode prejudicar a liquidez desses investimentos.
Tributação dos ETFs
Diferentemente do investimento direto em ações, os ETFs não possuem isenção de imposto de renda para as vendas abaixo de R$ 20 mil. Nesse sentido, eles seguem as regras dos fundos de índices, ou seja, sua alíquota é de 15% sobre o lucro da operação.
Como investir em ETFs: entenda como começar
Antes de mais nada, para investir em ETF é necessário ter conta em uma corretora. Para a escolha da instituição, é importante avaliar fatores como expertise, diversidade de opções, custos e tecnologia da plataforma de negociação.
É possível investir em ETFs tanto pela B3, a bolsa brasileira, ou acessar o mercado diretamente o mercado internacional, sem sair do Brasil.
Uma assessoria especializada pode ajudar na seleção adequada ao perfil de risco do investidor.
Outro ponto importante é contar com as ferramentas que esses profissionais disponibilizam para a escolha dos ativos. Nesse sentido, relatórios de recomendação podem ajudar bastante o investidor.
De acordo com Rodrigo Samaia, para quem está começando, é aconselhável optar por ETFs maiores e mais conhecidos como o IVVB11 (mais detalhes abaixo), pois além de eliminarem o risco específico de ativo, reduzem o risco de liquidez.
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ETFs com exposição internacional
Conheça alguns dos principais ativos:
IVVB11
Criado em 2014, o IVVB11 é negociado pela B3 e replicado pelo índice norte-americano S&P 500, que reúne as 500 maiores companhias de capital aberto daquele país.
Vale destacar que esse ETF é um tipo de fundo com gestão passiva, ou seja, tem a capacidade de replicar uma carteira teórica de um determinado índice que está no mercado.
Esse tipo de gestão tem como vantagens o baixo custo em investimentos, além de uma taxa de administração reduzida no comparativo com outros fundos tradicionais.
Composição IVVB11
O IVVB11 é um ETF composto por grandes companhias dos Estados Unidos, e dentre estas empresas, existe um grande predomínio no setor de tecnologia da informação, o que configura 22,72% do fundo.
Outras áreas também merecem destaque, como é o caso da saúde – que conta com 14%, financeiro com 13%, comunicações, com 10,46% e por último o consumo, que conta com o percentual de 9,65%.
As principais companhias que configuram o fundo de índice são: Apple Inc. (AAPL), Microsoft Corporation (MSFT), Amazon (AMZN), Facebook (FB), Alphabet Inc. A — Google (GOOGL), Alphabet Inc. C — Google (GOOG), Berkshire Hathaway (BRK.B) , JPMorgan Chase & Co. (JPM), Tesla (TSLA) , Johnson & Johnson (JNJ), Coca-Cola, Netflix, Visa, Disney e Nike.
HASH11
O HASH11 é um ETF listado na B3 que replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice que busca refletir globalmente o movimento do mercado de criptoativos.
O fundo busca retornos de investimentos que correspondam de forma geral à performance em Reais (R$), antes de taxas e despesas, do NCI (Nasdaq Crypto Index) – um índice co-desenvolvido pela Nasdaq e pela Hashdex para representar o mercado geral de criptoativos, acompanhando sua evolução.
Como política de investimento, o fundo investe no mínimo 95% de seu patrimônio em cotas do fundo de índice alvo, o Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, ou em posições compradas no mercado futuro, de modo a refletir de modo geral a performance do NCI.
O HASH11 pode receber investimentos de investidores em geral, ou seja, não está limitado a investidores qualificados ou profissionais. Está acessível para qualquer pessoa física ou jurídica.
O fundo é destinado a investidores em geral que aceitem os riscos inerentes ao investimento e busquem rentabilidade condizente com o objetivo do fundo.
As cotas do ETF podem ser adquiridas via qualquer home broker com acesso à B3, com o ticker HASH11.
Composição HASH11
Em sua estrutura, o investidor compra cotas do HASH11, que é constituído no Brasil e regulado pela Instrução 359/02, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Este fundo, por sua vez, investirá em cotas do Hashdex Nasdaq Crypto Index ETF, fundo
constituído nas Ilhas Cayman e listado na Bermuda Stock Exchange (BSX).
Essa estrutura (ETF brasileiro que adquire cotas de ETF estrangeiro) é utilizada por diversos ETFs disponíveis na B3.
Veja o vídeo:
EURP11
O EURP11 tem como objetivo replicar o desempenho da carteira teórica de ativos do índice MSCI Europe.
O produto, desenvolvido pela XP Inc., tem suas cotas negociadas na B3 de forma semelhante às ações.
Porém, ao adquirir tais cotas, o investidor, indiretamente, passa a deter todos os ativos que compõem a carteira teórica do MSCI Europe.
Dessa forma, o EURP11 proporciona mais eficiência aos investidores que buscam diversificação no setor.
XINA11
Um dos primeiros ETFs listados na B3 visando o mercado chinês foi o XINA11. Ele replica o índice iShares MSCI China, que é a da maior gestora global, a BlackRock.
Grandes empresas fazem parte desse ETF, entre elas a Tecent (dona do Wechat), a Meiyuan (equivalente à Amazon) e o próprio Alibaba.
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