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Campos Neto se diz contrário a mudança na meta da inflação

Campos Neto se diz contrário a mudança na meta da inflação

Em participação no programa Roda Vida, da Cultura, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou ser favorável à alteração da meta da inflação.

A mudança na meta da inflação vem sendo encarada pelo mercado e pela imprensa como o principal tema da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que será realizada nesta quinta-feira (16).

O encontro será o primeiro do órgão sob a formação atual, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fazem parte do CMN o presidente do Banco Central, mais os ministros da Fazenda (Fernando Haddad) e do Planejamento (Simone Tebet).

Vale dizer que Haddad e Tebet foram nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao passo que Campos Neto está no cargo desde 2019, tendo sido nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele tem mandato até 2024, segundo o que define a autonomia do Banco Central.

“Nunca propus para o governo mudança de meta. O que eu disse ao governo é que, se houver o desejo sobre mudança de meta, podemos discutir aprimoramento do sistema. O aprimoramento do sistema será debatido no CMN. É o ministério da Fazenda que apresenta propostas sobre meta”, disse.

E justificou que a elevação da meta poderia gerar um efeito inverso ao esperado: “Se você aumenta a meta em um momento como esse, em que a meta está um pouco desancorada, o que vai acontecer é que os economistas e os analistas vão projetar uma meta que é igual à nova meta, mas como a meta foi aumentada em um momento em que você não está atingindo a meta, ela vai pedir um prêmio de risco maior ainda. Então, você não só não vai ganhar flexibilidade, como vai perder”.

Campos Neto também negou qualquer atuação política de sua parte, apesar de ter sido indicado para o cargo por Bolsonaro.

Espero poder sempre conversar bem com qualquer governo. Este governo é de coalizão, é hora de se unir. Farei tudo o que puder para aproximar o Banco Central do governo”, afirmou.

Qual a polêmica Campos Neto x governo?

Roberto Campos Neto vem sendo fortemente criticado por membros do governo há duas semanas, devido à manutenção da Selic, taxa básica de juros, em 13,75%, na decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

O tom do comunicado pós-reunião não agradou ao governo, enfatizando a desancoragem das expectativas de inflação.

“A revisão do arcabouço fiscal diminui a visibilidade sobre as contas públicas para os próximos anos e introduz prêmios nos preços de ativos e impacta as expectativas de inflação”, afirmou o Copom.

Mas a ata da reunião, publicada na terça (7), ponderou que a decisão não levava em conta ainda os efeitos do chamado pacote Haddad.

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata trouxe um tom mais positivo do que o comunicado para o governo, ao dizer as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meados de janeiro, como o fim das desonerações dos combustíveis, poderiam trazer algum tipo de compensação ao fim do teto de gastos com a PEC da Transição. 

O próprio Haddad classificou a ata de “amigável”. Mas, ao mesmo tempo em que a imprensa circulava a possibilidade de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ser exonerado

E, em entrevista ao final do mesmo dia, o presidente Lula fez novas críticas ao BC. Ele disse que Campos Neto devia explicações ao Congresso.

Na quarta-feira (8), a crise foi, aparentemente, amenizada, após o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmar que “não há no governo qualquer ação para mudar a Lei de Autonomia do BC”. 

No entanto, outro tema entrou no radar do mercado: a possibilidade de revisão da meta da inflação.

Mas, afinal, qual é a meta da inflação?

Para 2023, a meta de inflação é de 3,25%, mas existe um intervalo, para cima ou para baixo, de 1,5 ponto. Logo, ela estará oficialmente cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

Já para 2024 e 2025, a meta é 3% – e será cumprida se ficar no intervalo entre 1,5% e 4,5%.

Campos Neto fala novamente nesta terça

Nesta terça-feira (14), Campos Neto fala novamente, no CEO Conference, evento do BTG Pactual. E você acompanha tudo por aqui

banner CEO Conference com Roberto Campos Neto

Mas o dia promete ainda mais repercussões, sendo que o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontram, pela manhã, no Palácio do Planalto, para debater uma eventual mudança na meta, segundo a imprensa. 

Além disso, parlamentares governistas planejam lançar a campanha #JurosBaixosJá, no Salão Verde da Câmara, com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hofmann. 

Quer saber como a crise entre governo e Banco Central e a meta da inflação impactam os seus investimentos? Fale com a EQI.