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Canadá vai retirar tarifas retaliatórias de 25% sobre os EUA

Canadá vai retirar tarifas retaliatórias de 25% sobre os EUA

Nesta sexta-feira (22), o primeiro-ministro canadense Mark Carney divulgou a decisão de que o Canadá vai retirar tarifas dos EUA, eliminando a maior parte das tarifas retaliatórias de 25% aplicadas sobre produtos americanos. No entanto, setores considerados estratégicos — como automóveis, aço e alumínio — seguem sujeitos às cobranças, pelo menos por enquanto.

Segundo Carney, a medida passa a valer em 1º de setembro. Ele destacou que o Canadá tem hoje “o melhor acordo comercial entre todos os países que trabalham com os EUA”, mas reforçou que a proteção de indústrias-chave continua sendo prioridade.

“Como trabalhamos intensamente com os Estados Unidos, nosso foco está diretamente nos setores estratégicos”, declarou o premiê durante coletiva.

Contexto das tarifas e impactos

As tarifas de 25% do Canadá foram impostas em março, como resposta direta à decisão dos EUA de taxar aço e alumínio canadenses. Estima-se que a lista de produtos afetados pelas medidas anteriores tenha envolvido um volume de comércio de cerca de US$ 21,7 bilhões.

Apesar do alívio anunciado agora, Washington ainda vê o gesto como tardio. Um funcionário da Casa Branca afirmou à NBC News que a ação do Canadá “já deveria ter ocorrido há muito tempo”. Mesmo assim, há expectativa de retomada de negociações em clima mais favorável.

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O gesto ocorre também em um momento em que o Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) está prestes a ser revisado. Para analistas, a retirada parcial das tarifas pode abrir caminho para uma negociação mais equilibrada e menos conflituosa entre os parceiros.

Trump e Carney em sintonia cautelosa

O anúncio foi precedido por uma ligação telefônica entre Carney e o presidente Donald Trump, que classificou a decisão como “boa”. Segundo comunicado oficial, a conversa foi “produtiva e abrangente”, com ambos os líderes mostrando disposição em manter o diálogo aberto.

Trump, que já havia ameaçado elevar tarifas sobre o Canadá para 35%, garantiu a Carney que a retirada das medidas punitivas poderia ser o ponto de partida para novas rodadas de negociação. O republicano também confirmou esperar outro contato com o premiê canadense em breve.

Desafios ainda em pauta

Apesar do gesto positivo, o caminho entre Canadá e EUA não está livre de tensões com as tarifas. Questões ligadas à segurança fronteiriça e ao combate ao tráfico de fentanil continuam pesando nas relações bilaterais. Dados da Alfândega dos EUA apontam que, apenas em 2024, 43 libras da droga foram apreendidas na fronteira norte, com mais 58 libras confiscadas neste ano.

Ainda assim, o governo canadense reforça sua disposição em cooperar. Carney já havia afirmado em julho, em publicação no X, que o país permanece “comprometido em trabalhar junto com os EUA para chegar a um acordo”.

A expectativa agora é que a revisão do USMCA sirva como oportunidade para redefinir pontos de atrito e consolidar um ambiente comercial mais estável. Enquanto isso, setores como o automotivo e o metalúrgico seguem em alerta, aguardando os próximos capítulos da negociação.