O conceito que melhor se encaixa para descrever a função da reserva de emergência é a proteção do patrimônio frente a acontecimentos inesperados.
Isso porque seu uso é destinado a cobrir situações em que seriam necessários realizar gastos imprevistos, que poderiam levar uma pessoa a contrair uma dívida com juros elevados.
Por exemplo: demissões, problemas de saúde, caso de morte de arrimos de família, entre outras.
Até montá-la, a pessoa deve se considerar um “poupador” e não um “investidor”. Isso quer dizer que é importante ter esses recursos sempre à mão. Essa é uma das regras básicas.
Entre as aplicações que se encaixam perfeitamente para cumprir a finalidade da reserva de emergẽncia estão o Tesouro Selic, um título de dívida pública brasileira.
A aplicação está nos “top melhores investimentos” para essa finalidade, pois tem a segurança do governo federal, com acesso em d+1 e pouquíssima, ou quase nenhuma, oscilação no preço do título.
- Veja também: onde investir sua reserva de emergência?
Diante do sucesso da escolha do Tesouro Selic, com o lançamento do Tesouro RendA+, novo título do Tesouro Direto, muita gente tem se perguntado se o investimento seria ideal também com o objetivo de reserva de emergência.
E então, será que o Tesouro RendA+ serve para reserva de emergência?
Ter clareza sobre isso é importante para evitar erros que podem atrasar a expansão da vida financeira.
Vamos, então, saber mais sobre o investimento e seus objetivos.
O que é Tesouro RendA+?
O Tesouro RendA+ é um novo título do Tesouro Direto, que funciona como uma forma de ampliar a oferta de investimentos para complementar a aposentadoria.
Isso porque o investimento permite que o interessado converta o patrimônio acumulado ao longo dos anos em uma renda mensal, a ser corrigida pela inflação, o que garante o poder de compra.
O novo título foi lançado no fim de 2022 com o nome oficial de NTN-B1. Está disponível para investimento desde 30 de janeiro de 2023.
Tesouro RendA+: como funciona esse investimento?
O funcionamento do Tesouro Direto RendA+ é dividido em duas partes: “acumulação” e “conversão” – também chamada de fase de “renda”.
A acumulação é o período que o investidor vai acumular patrimônio fazendo os seus depósitos mensais.
O período de investimento varia: hoje conta com oito vencimentos diferentes, entre os anos de 2030 e 2065. O comprador estabelece entre um deles para encerrar o seu investimento.
No período de acumulação, o investidor recebe IPCA + juro fixo, que garante um ganho real do seu investimento, que é o ganho acima da inflação.
O período de conversão é o momento de usufruir do investimento feito. Nele, o investidor recebe o saldo proporcional em até 240 parcelas mensais, o equivalente a 20 anos, corrigidas pela inflação.
- Além de RendA+, veja também: Sonha em viver de renda? Então confira o passo-a-passo para chegar até lá!
Quanto rende o Tesouro RendA+?
Ao longo do período de acumulação, o título funciona de maneira parecida com um Tesouro IPCA+, que rende a inflação mais uma taxa real de juros que varia conforme as condições da economia, e que hoje está perto da casa de 6% ao ano.
Tesouro RendA+: qual é o investimento inicial?
O investimento inicial do Tesouro RendA+ é de cerca de R$ 30. Isso significa que, assim como outros títulos do Tesouro Direto, não é preciso muito dinheiro para começar a investir.
- Veja também: quais são os tipos de tesouro direto?
Como investir no Tesouro RendA+? Quais as taxas?
Para comprar o Tesouro RendA+ o investidor deve ir ao site do Tesouro Direto, e responder:
- Quanto tem para investir;
- Quando pretende se aposentar;
- Quanto quer receber de renda.
Depois disso, a calculadora do Tesouro Direto aponta quanto será preciso investir por mês durante o prazo de acumulação para depois usufruir da aposentadoria.
A compra de cada título do Tesouro RendA+ estará disponível até o dia anterior ao início do recebimento do fluxo de renda. Se você quiser receber renda a partir de 2030, por exemplo, você terá até o dia 14 de janeiro de 2030 para comprar o Tesouro RendA+ 2023.
Quanto às taxas, para efeito de comparação, no Tesouro Direto convencional, o investidor paga 0,20% sobre o valor investido anualmente. Ele paga isso de duas formas: metade no primeiro semestre e a outra no segundo.
Já no Tesouro RendA+, o investidor paga um valor no resgate antes do vencimento. Já para quem ficar até o vencimento, a taxa é zero , 100% gratuita.
Vamos ver melhor sobre cada taxa um pouco mais à frente.
É uma boa investir no Tesouro RendA+ para a aposentadoria?
O Tesouro RendA+ é um título para quem deseja se aposentar e receber renda do valor acumulado. Sendo assim, o horizonte do investimento tem que ser de, pelo menos 10 anos, para começar a valer a pena.
Os vencimentos do RendA+ disponíveis hoje são:
- 2030
- 2035
- 2040
- 2045
- 2050
- 2055
- 2060
- 2065
Dependendo de quando o investidor pretende se aposentar, o Tesouro vai te indicar qual título é mais indicado para você.
Quais as taxas do RendA+? Vale a pena resgatar antes do prazo?
Saiba agora quais os valores pagos, caso o ivestidor decida resgatar antes do vencimento dos títulos.
Resgate RendA+ antes de 10 anos
Se o investidor resgatar o Tesouro RendA+ antes dos 10 anos, o valor pago em custódia é de 0,5% sobre o valor resgatado.
Resgate RendA+ entre 10 e 20 anos
Se o investidor resgatar entre 10 a 20 anos, a taxa de custódia será de 0,2% sobre os valores resgatados, ou seja, a mesma que o Tesouro Direto já cobra hoje normalmente.
Resgate RendA+ acima de 20 anos
Se o investidor resgatar acima de 20 anos, a taxa de custódia será de 0,1%.
RendA+ até o vencimento
Já se deixar até o vencimento, não paga nada e não terá nenhum custo, sendo 100% gratuito. Isso significa que não adianta querer investir no curto prazo com ela.
Tabela resgate Tesouro RendA+
Até quando o RendA+ é isento de taxa?
A regra de gratuidade do RendA+ só é válida para quem recebe renda de no máximo seis salários mínimos mensais.
Ao ultrapassar este valor, o investidor deverá pagar 0,10% sobre o que exceder.
Por exemplo, se tiver uma renda de 10 salários mínimos, o investidor vai pagar os 0,10 apenas sobre os quatro salários, pois os seis já estão na faixa da gratuidade.
Tributação RendA+: como é o imposto de renda?
O imposto de renda do RendA+ segue a mesma tabela da renda fixa. Só paga IR sobre o valor que receber de juros.
Por exemplo, quem investiu R$ 100,00 por mês durante o período de acumulação e lá no período de renda está recebendo R$ 500,00, o IR de 15% é apenas nos R$ 400 que teve.
Nesse caso, pagará R$ 60,00 de IR. Ou seja, você terá R$ 440 de sobra.
Vale a pena investir no Tesouro RendA+?
O RendA+ é mais uma praticidade para quem deseja um bônus na aposentadoria, com a vantagem de ser uma opção fácil, rápida, que não exige muito tempo em estudos e em conhecimento.
Sem falar, que se trata de título seguro e com rendimento acima da inflação.
Mesmo com a ideia do resgate parcelado em longo prazo, o título guarda as características dos investimentos de renda fixa, como a liquidez.
Isso porque, respeitando os 60 dias da compra, o investidor pode fazer a venda dos títulos pelo valor de mercado.
Tesouro RendA+ serve para reserva de emergência?
Como vimos até aqui, embora seja possível comprar e vender os títulos do Tesouro RendA+ quando o investidor quiser, todas as vantagens deste título são para quem se programa até o final.
Dessa forma, ao vender antes do vencimento, o investidor terá que vender pelo preço de mercado, que pode ser diferente do preço contratado.
Outra questão que precisa ser levada em conta é o investimento do RendA+ tem carência de 60 dias, antes disso não é possível resgatar.
Resumindo: a ideia principal deste título é ficar com eles até o vencimento. Porém, se precisar, pode resgatar antes.
Por que não se deve usar o Tesouro RendA+ como reserva de emergência?
O Tesouro RendA+ não deve ser escolhido para a reserva de emergência, uma vez que os objetivos de ambos são completamente diferentes: um é contar com o dinheiro a qualquer momento e o outro é investir no longo prazo!
“Ter uma reserva de emergência impede que o investidor precise liquidar investimentos em um momento ruim”, comenta Valter Manfro, Head de Produtos Estruturados da EQI Investimentos.
Sendo assim, o investidor deve fazer a sua reserva de emergência, pois assim, estará seguro e não precisará lançar mão de seus investimentos antes da hora. E isso inclui o Tesouro RendA+, caso o investidor opte por ele.
Quais os melhores investimentos para a reserva de emergência?
Alguns dos investimentos preferidos para a reserva de emergência são:
- Tesouro Selic;
- CDBs;
- LCI/LCA.
- Veja também: O que você NÃO deve fazer com a reserva de emergência.
Saiba mais sobre Tesouro RendA+
- Tesouro RendA+ serve para reserva de emergência? Agora você já tem a resposta! Aproveite e monte uma carteira de investimentos adequada para qualquer momento da vida.