O Tesouro Nacional anunciou a emissão de títulos em dólares no mercado internacional, com prazo de 10 anos e vencimento em 2035. “O objetivo da operação é dar continuidade à estratégia do Tesouro Nacional de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipando o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira”, informou o órgão em comunicado oficial.
A emissão está sendo conduzida pelos bancos Bradesco ($BBDC4), JP Morgan (JPM; $JPMC34) e Morgan Stanley (MS; $MSBR34). O “initial price talk”, referência inicial de preços para medir o interesse dos investidores, foi fixado em 7,05%, conforme informação do serviço IFR, e posteriormente confirmado por uma fonte ligada à operação.
A equipe econômica enfatiza que as emissões de títulos públicos brasileiros no mercado internacional têm como principal propósito fornecer um referencial para o mercado privado de dívida, sem que o governo dependa diretamente desse financiamento externo.
Atualmente, os títulos públicos atrelados ao câmbio representam uma parcela menor da dívida do país, tendo fechado 2024 em 4,76% do estoque total, sendo a maioria correspondente a emissões soberanas. Para 2025, o Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro Nacional estabelece que esses papéis representem entre 3% e 7% da dívida total, mantendo o mesmo objetivo do ano anterior.
Novas emissões do Tesouro Nacional
Em maio de 2024, o governo solicitou ao Senado a ampliação do limite máximo de emissão de títulos da dívida pública no exterior, elevando-o de US$ 75 bilhões para US$ 125 bilhões, como parte do plano de expansão das emissões de títulos sustentáveis. Na ocasião, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que essa ampliação deveria ser utilizada ao longo de 10 a 15 anos.
A mais recente emissão externa do governo brasileiro ocorreu em junho do ano passado, quando foram emitidos títulos vinculados a compromissos sustentáveis, levantando US$ 2 bilhões.
A nova emissão acontece em um momento de melhora do risco-país, refletida na queda de mais de 20% do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil no acumulado do ano. Esse cenário contrasta com a deterioração observada em dezembro, quando preocupações fiscais e incertezas globais, após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impactaram negativamente os ativos brasileiros.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou recentemente que os mercados demonstraram alívio ao perceber que as tarifas ameaçadas por Trump não foram imediatamente impostas, dissipando temores inflacionários iniciais.
Agora em fevereiro, o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Daniel Leal, reforçou que o governo não tem intenção de influenciar o câmbio por meio de emissões externas de títulos públicos, destacando que a política cambial e monetária permanece sob responsabilidade exclusiva do Banco Central.
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