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Tesouro IPCA + 6% é oportunidade de compra? Entenda

Tesouro IPCA + 6% é oportunidade de compra? Entenda

O Tesouro IPCA+, também conhecido como NTN-B, está sendo negociado com taxas de remuneração acima de 6%, o que configura uma oportunidade a ser analisada pelos investidores.

É o que afirma Luis Moran, head da EQI Research. “Abriu-se uma uma oportunidade. Ainda não está totalmente claro o porquê dessa taxa, mas é preciso prestar atenção”, recomenda.

Moran afirma que, em uma primeira análise, o risco global, como um todo, subiu recentemente. E, no Brasil, em especial, ele sempre é maior. “A taxa de 6% indica que as pessoas estão pedindo mais remuneração para assumir o risco do título”, explica.

tabela com Tesouro IPCA + 6%
Taxas do Tesouro em 16/4. Fonte: Tesouro Direto

“IPCA + 6% não é comum de acontecer, então é uma oportunidade de compra. Depois, se os juros caírem, você pode negociar este papel no mercado secundário, a preço de mercado. Mas é certeza que isso vai acontecer? Não é. O que podemos afirmar é que estamos, claramente, em um ponto de atenção”, pontua.

O que é o Tesouro IPCA+?

O Tesouro IPCA+ oferece uma proteção contra a inflação. Isso significa que o retorno do investimento é ajustado pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial utilizado para medir a inflação no Brasil. Dessa forma, o investidor não perde poder de compra ao longo do tempo, pois o rendimento do título é corrigido de acordo com a inflação.

Além disso, o Tesouro IPCA+ proporciona uma previsibilidade de retorno. Uma vez que o rendimento do título é composto por uma taxa fixa mais a variação do IPCA, o investidor sabe exatamente quanto receberá no vencimento do título, desde que o mantenha até o final do prazo.

Esta taxa fixa de remuneração é o “plus” (o “+”), que representa o prêmio de juros que o investidor receberá, além da correção pela inflação medida pelo IPCA. Em outras palavras, essa é a taxa adicional que o investidor receberá sobre o valor investido, além da correção pela inflação.

Por exemplo, se você tem um título IPCA + com taxa de remuneração de 6% ao ano, isso significa que você receberá uma taxa fixa de 6% ao ano, além da correção pela variação do IPCA. Se a inflação medida pelo IPCA for de 3% em um determinado ano, o título renderá 9% ao investidor (6% de taxa fixa + 3% de correção pela inflação).

Portanto, o “+”, nesse contexto, indica que o título oferece uma taxa de juros adicional, que é somada à correção pela inflação, proporcionando ao investidor uma proteção contra a inflação e um retorno real sobre seu investimento. E 6% é, historicamente, uma taxa alta. A média de remuneração nos últimos cinco anos foi de 4,87%. E, em 10 anos, de 5,41%.

Tesouro IPCA + 6%: por que a taxa está neste nível?

Como afirma Moran, há riscos crescentes tanto interna quanto externamente.

No exterior, aumenta a expectativa de que o banco central americano, Fed, não baixe a taxa de juros tão cedo. A projeção agora é de apenas dois cortes em 2024, somente no segundo semestre. Juros altos por lá também impactam a política monetária por aqui.  

Fora isso, há riscos geopolíticos com a escalada da tensão no Oriente Médio, após ataque do Irã a Israel e a ameaça de uma retaliação.

Internamente, as projeções para a queda da Selic já não estão tão otimistas, após o Banco Central alterar o comunicado de suas decisões de juros, apontando apenas mais um corte de 50 pontos-base em 8 de maio, preferindo deixar em aberto os próximos passos de política monetária, sinalizando claramente uma incerteza. O Boletim Focus apontou, nesta terça, que a expectativa para a Selic final em 2024 é de 9,13% e não mais 9% (como nas últimas 15 semanas).

Com isso, os juros futuros, que expressam a expectativa futura por parte dos agentes do mercado, aumentaram – ou “a curva abriu”, como dizem os analistas. Dado esse movimento, títulos de renda fixa passaram a apresentar taxas mais elevadas. E o Tesouro IPCA+ (NTN-B), em especial, voltou a atingir taxas próximas de 6% ao ano de ganho real, ou seja, acima da inflação.

Os papéis do Tesouro Direto, vale lembrar, são os ativos considerados os mais conservadores, com menor grau de risco de crédito, já que são emitidos pelo governo. Em outras palavras: qualquer outro investimento, para valer o risco, precisa remunerar acima do Tesouro.

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