Após a crise da Americanas (AMER3) e o impacto da recuperação judicial da Light (LIGT3), as emissões de debêntures voltaram ao patamar do início de 2023.
Um efeito dessa melhora foi o retorno das emissões de institucionais, aquelas não incentivadas, que não contam com isenção de Imposto de Renda (IR) para a pessoa física.
Para quem não tem familiaridade com esse termo, debêntures incentivadas são emitidas por empresas envolvidas com projetos de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, energia, entre outros.
O Estado estimula esses títulos com a isenção do IR para incentivar as empresas do setor de infraestrutura e contribuir para o desenvolvimento do país.
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Recentemente, a B3 ($B3SA3) emitiu R$ 2,5 bilhões em debêntures pagando CDI mais 1,05%. Na última oferta feita pela companhia, em agosto de 2022, a taxa foi mais alta, equivalente a CDI mais 1,3%.
A Eletrobras (ELET6), embora seja uma empresa do setor de infraestrutura, emitiu debêntures não incentivadas com uma taxa de CDI mais 1,55%. Apesar de não ser uma oferta incentivada, a demanda por esses títulos superou em duas vezes o volume ofertado.
Mercado de debêntures: o que motivou a sua melhora
Essa evolução está se refletindo nos spreads das emissões, ou seja, no montante adicional que as empresas estão desembolsando, acima da taxa CDI, para efetivar suas transações. Essa diferença, denominada “gordura”, tem o potencial de atrair investidores de títulos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro.
Após a crise da Americanas, essa diferença retornou aos níveis do início do ano. Os números revelam uma curva descendente. De acordo com uma pesquisa conduzida pelo UBS BB, os spreads estão apresentando uma queda progressiva mês a mês.
Em outubro, esse diferencial alcançou, em média, 1,6%, voltando a níveis próximos aos observados antes da crise na Americanas, que era de 1,51% em 9 de janeiro, data em que o evento relevante tornou pública a crise na varejista.
Em março, esse índice atingiu seu ponto mais alto no ano, chegando a 2,26%, e posteriormente caindo para 1,93% em julho.
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