Com o aumento do interesse por investimentos em renda fixa, especialmente os ligados à inflação, muitos investidores estão de olho nas opções do Tesouro Direto. Entre elas, estão os títulos Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
Embora ambos sejam indexados à inflação, medida pelo IPCA, a principal diferença entre eles está na forma de pagamento dos juros. Esse detalhe pode ser importante, dependendo dos objetivos de cada investidor.
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Como funciona o Tesouro IPCA+?
Os títulos do Tesouro IPCA+ acompanham a variação do IPCA e oferecem uma taxa de juros prefixada, definida no momento da compra. Essa taxa é o valor que aparece no site do Tesouro Direto ou na plataforma da corretora.
Atualmente, esses títulos estão disponíveis com três prazos de vencimento: 2029, 2040 e 2050. Caso o investidor mantenha o título até o vencimento, ele terá a aplicação corrigida pela inflação, além de receber o rendimento acordado na compra. O pagamento, que inclui o valor principal e os juros, será feito somente na data de vencimento.
Caso o investidor decida resgatar o valor antes do vencimento, o Tesouro Nacional garante a recompra a qualquer momento. Contudo, o valor da recompra dependerá do preço de mercado do título naquele momento.
Como funciona o Tesouro IPCA+ com juros semestrais?
O Tesouro IPCA+ com juros semestrais possui uma característica diferente em relação ao pagamento dos juros. Nesse título, o investidor recebe os juros a cada seis meses, ao invés de esperar até o vencimento.
O retorno do Tesouro IPCA+ com juros semestrais é composto pela correção da inflação mais uma taxa de juros de 6% ao ano, definida pelo governo.
Esse modelo de pagamento semestral significa que, em termos financeiros, o investidor estará antecipando o recebimento dos juros, o que pode ser interessante para quem buscar fluxo de caixa mais regular.
Títulos IPCA+: qual o melhor?
A escolha entre eles depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. De acordo com João Neves, analista de renda fixa da EQI Research, os títulos com juros semestrais tendem a apresentar menos volatilidade antes do vencimento. Isso acontece porque, ao pagar juros a cada seis meses, o impacto de variações nas taxas de juros tende a ser suavizado.
Por outro lado, quem escolhe um título sem juros periódicos pode enfrentar uma oscilação maior, especialmente se as taxas de juros subirem durante o período de investimento.
A escolha do melhor título também depende do apetite ao risco. Se o investidor busca uma opção com menor oscilação de preço e maior previsibilidade, o Tesouro IPCA+ com juros semestrais pode ser a escolha mais adequada. Isso ocorre porque os pagamentos periódicos reduzem o impacto das flutuações de mercado.
Além disso, é importante considerar os diferentes prazos de vencimento. Felipe Paletta, analista da EQI Research, explica que, em alguns casos, um título como o Tesouro IPCA+ 2035 com juros semestrais pode ter um prazo médio de recebimento muito semelhante ao de um Tesouro IPCA+ 2030, que não paga juros semestrais. A principal diferença aqui é que o modelo com pagamentos semestrais pode ser mais vantajoso para investidores que buscam renda passiva.
Ou seja, para quem busca um fluxo de caixa regular e prefere receber rendimentos a cada seis meses, o modelo com juros semestrais pode ser mais atraente. Já quem opta por acumular o retorno até o vencimento pode preferir o título tradicional, sem pagamentos periódicos.
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