Olá, Investidor Inteligente!
Nos últimos meses, o mercado vem melhorando. Os juros futuros não estão mais tão altos e nossa bolsa de valores está se aproximando de seu topo histórico.
Atualmente, o Ibovespa está a apenas 8% de seu recorde, cotado em 118-119 mil pontos.
No entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira (21) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, surpreendendo a todos com um comunicado mais duro do que o esperado…
Isso frustrou as expectativas de cortes para agosto. Até os mais otimistas agora estão projetando que os cortes se iniciem só em setembro.
E, olha que interessante…
Por um lado, o mercado vinha precificando juros cada vez mais baixos e uma bolsa mais alta.
No entanto, do outro lado, o Banco Central acabou com a alegria da turma, adotando um tom austero e deixando claro que precisa de mais indicativos de que a inflação está sob controle antes de iniciar os cortes na taxa Selic.
E o que devemos fazer?
Devemos saber separar o que é ruído do que é estrutural. E entender que há uma tendência de queda dos juros.
Como investir se Selic só cai mais adiante?
Ao meu ver, pouco importa se a taxa Selic vai começar a cair em agosto, setembro ou no final do ano.
O que realmente importa é a direção de médio e longo prazo, pois isso é o que deve definir nossa estratégia de investimento.
O noticiário diário não deveria influenciar nossas decisões de alocação de maneira significativa…
Já estamos falando há um bom tempo sobre a queda das taxas de juros, a importância de estender os prazos de vencimento e aproveitar os altos spreads de crédito nos títulos privados. Esse é o caminho de médio/longo prazo que devemos ter em mente.
Porém, nosso país é a terra da incerteza e ninguém tem todas as respostas certas…
Por isso, é essencial manter uma boa diversificação de classes de ativos em nosso portfólio. Esses ativos devem ter baixa correlação entre si, funcionando como contrapesos uns dos outros.
Se um investimento não vai bem, o outro pode ter um desempenho positivo e compensar as perdas anteriores.
No dia 15 de junho, o BTG divulgou seu relatório sobre estratégias em renda fixa. Você pode acessar o relatório completo clicando aqui.
Eis um resumo dos principais pontos citados:
- Cenário Macro:
O ambiente doméstico está mais favorável, com uma melhora na inflação e maior probabilidade de cortes nas taxas de juros.
- Desempenho de Mercado:
Os ativos de duration longa têm um desempenho melhor com o fechamento da curva de juros.
- Estratégia de Alocação:
O Timing ainda é positivo para ativos de duration longa.
- Crédito Privado:
Os spreads continuam atrativos e acima da média histórica.
Além dos pontos citados acima, o relatório do BTG trouxe um estudo interessante.
Nele, foram analisados os 4 últimos ciclos de queda da taxa de juros (Selic) e verificada a rentabilidade das diferentes classes de renda fixa. Vamos observar o histórico da taxa Selic:
Agora, vamos verificar as rentabilidades:
Nos ciclos de 2009 e 2011, a classe que mais rendeu foi o IMA-B5, que representa os títulos públicos IPCA+ com mais de 5 anos de duration. Em contrapartida, a classe que menos rendeu foi o CDI.
Já nos ciclos de 2016 e 2019, a classe que mais rendeu foi o IDkA Pré 5y, que representa os títulos públicos federais prefixados com vencimento de 5 anos.
No entanto, no ciclo 2016-2018 a classe que menos rendeu foi o CDI, e no ciclo 2019-2020 foi o IDA-DI, que representa debêntures atreladas ao CDI.
Os tópicos apresentados no relatório, ao meu ver, devem nortear as decisões estratégicas dos investidores nos próximos meses.
Como aproveitar esse cenário de inflação mais baixa e juros em queda?
Vamos a alguns exemplos:
Quanto à direção do mercado, os ativos prefixados e IPCA+ tendem a performar melhor em ciclos de quedas dos juros. Então, se você ainda não possui uma boa parte de seu patrimônio nessas classes, pode ser interessante aumentar.
Quanto ao alongamento de vencimento, temos inúmeras oportunidades, tanto em títulos públicos quanto privados.
As NTNs-B longas com vencimento em 2060, por exemplo, oferecem uma taxa em torno de IPCA+5,5% a.a.
Porém, essa taxa é o “carrego”, isto é, quanto o investidor vai ganhar se carregar até o vencimento.
No cenário de “fechamento de taxa” (queda dos juros), os títulos longos podem oferecer ganhos de capital adicionais, na venda antecipada.
Fale com um assessor de investimentos sobre essa possibilidade.
Quanto aos spreads de crédito, que ainda estão altos, temos oportunidades de títulos (debêntures, CRIs, CRAs, etc.) rendendo, por exemplo:
- IPCA+10% a.a.;
- CDI + 4% a.a.;
- 14% a.a. prefixado.
Para saber mais sobre essas ofertas, não deixe de falar com um assessor de investimentos.
Por fim, quero ressaltar que a renda fixa ainda apresenta retornos muito interessantes – acima de 1% ao mês.
Esse cenário poderá mudar logo, logo…
Com isso, o investidor que não alocar o “máximo que der” em renda fixa, baseado em seu perfil, estará deixando na mesa uma grande oportunidade.
Até a próxima coluna!
Por Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos
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