A mais nova biografia de Elon Musk trouxe diversas revelações sobre a vida do homem mais rico do mundo. O livro foi lançado na última terça-feira (12).
Escrita por Walter Isaacson, autor também responsável por biografias de Steve Jobs e Leonardo Da Vinci, “Elon Musk” contém uma série de histórias intrigantes, ultrajantes e surpreendentes, que mostram novos lados do bilionário mais controverso do mundo.
Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, ajudou a construir empresas como Tesla, SpaceX e Neuralink, além de também ser dono do antigo Twitter – agora nomeado como X.
No entanto, para muitos, Musk permanecia um enigma. E aí entra Isaacson.
Durante dois anos, o autor se inseriu na vida de Elon – conversando com familiares, amigos e colegas, participando de reuniões, dando uma espiada em e-mails e mensagens de texto, envolvendo-se em “dezenas de entrevistas e conversas até tarde da noite.”
Com mais de 500 páginas, a biografia de Elon Musk tem conteúdo para todos os tipos de leitores.
Desde aqueles que querem seguir o exemplo e se tornar bilionários, até para os curiosos que querem saber mais sobre a vida de uma das figuras mais emblemáticas do momento.
As cicatrizes psicológicas que Musk carrega, a forma como seu pai o tratou quando criança, a limitação do acesso ucraniano à rede de satélites Starlink para evitar operações militares, e até informações sobre sua vida amorosa e a existência de filhos antes mantidos em sigilo – nada ficou de fora.
Confira algumas das revelações mais marcantes.

Envolvimento no conflito na Ucrânia
Uma das revelações mais comentadas do livro foi um capítulo que descreve o envolvimento de Musk na guerra na Ucrânia.
Nesse capítulo, Isaacson afirma que Elon Musk teria ordenado secretamente que seus engenheiros desligassem a rede de comunicações por satélite Starlink, de sua empresa, perto da costa da Crimeia, no ano passado, para interromper um ataque de drones ucranianos à frota naval russa.
Segundo o autor da biografia, Musk supostamente temia que o ataque fosse como um “mini-Pearl Harbor” depois de falar com altos funcionários russos.
Após o trecho ser publicado pelo jornal The Washington Post, Musk esclareceu o acontecimento em uma série de postagens no X.
Segundo ele, as regiões do Starlink em questão não haviam sido ativadas em primeiro lugar e que a empresa “não desativou nada”.
Em vez disso, houve um pedido de emergência das autoridades governamentais ucranianas para ativar o Starlink em Sevastopol, com a intenção óbvia de afundar a maioria da frota russa ancorada, escreveu Musk.
Após Elon se pronunciar, Isaacson tweetou para esclarecer que o CEO da SpaceX não desligou nenhum acesso existente que a Ucrânia tinha, mas sim recusou-se a estender o acesso deles à Crimeia.
O capítulo explora a inquietação de Musk com seu envolvimento no conflito. “Como estou envolvido nessa guerra?”, Musk pergunta, em trecho do livro.
“O Starlink não foi projetado para ser usado em guerras. Era para as pessoas assistirem à Netflix, relaxarem e se conectarem para a escola e fazerem coisas boas e pacíficas, não ataques com drones.”
O acontecimento evidenciou a posição de Musk em meio aos desdobramentos da guerra na Ucrânia. Intencionalmente ou não, o bilionário havia se tornado uma influência poderosa que as autoridades norte-americanas não podiam ignorar.
Casos de família
Para os que acompanham Elon Musk, a relação conturbada do bilionário com seu pai, Errol Musk, não é novidade.
Errol é descrito como emocional e psicologicamente abusivo, além de ser citado falando de forma depreciativa sobre pessoas negras.
Segundo Tosca, irmã de Musk, a vida com o pai em casa era imprevisível – com constantes mudanças repentinas de humor que levavam a abusos verbais direcionados aos filhos e à esposa.
Apesar de seu relacionamento difícil, algumas das pessoas entrevistadas por Isaacson sugeriram que, em certos momentos, Musk poderia apresentar uma notável semelhança a seu pai.
Quando Musk concordou, em 2016, em encontrar com seu pai, de quem tem se afastado em grande parte, um amigo relembrou a Isaacson que foi a única vez que viu as mãos de Elon tremendo.
Twitter e SBF
O processo de aquisição do Twitter não foi nada tranquilo, e os acontecimentos após a compra também não.
Quedas no site, demissões, o fim do selo azul e sua recente reformulação como X levaram os usuários da plataforma a um verdadeiro caos.
O livro conta como Musk decidiu fazer uma oferta pela plataforma em abril de 2022, depois de passar a noite jogando um novo jogo de guerra e construção de impérios chamado Elden Ring com Grimes em seu apartamento em Vancouver.
A biografia também revela que Musk teria recusado uma oferta de US$ 5 bilhões de Sam Bankman-Fried, dono da plataforma FTX, que estaria desesperado para se juntar à sua aquisição do Twitter.
Quando Musk lançou sua proposta de aquisição do Twitter, ele estava procurando investidores para apoiar o acordo e recebeu um compromisso de US$ 1 bilhão de seu amigo Larry Ellison – co-fundador e diretor executivo da Oracle.
Sam Bankman-Fried, que atualmente está aguardando julgamento por um dos maiores golpes financeiros da história dos Estados Unidos, estava ansioso para se envolver.
SBF – como Sam também é conhecido – teria enviado uma mensagem diretamente para Elon, dizendo que converteria US$ 100 milhões em ações do Twitter que ele possuía em participação na nova empresa assim que Musk a tornasse privada.
Musk, de acordo com a biografia, respondeu: “Desculpe, quem está enviando esta mensagem?”
Em maio de 2022, ainda ansioso para entrar no acordo, SBF ligou para Musk.
Segundo o livro, o “detector de bobagem” de Musk disparou como “um alerta vermelho em um contador Geiger”.
No final, a ligação durou meia hora e Bankman-Fried acabou nem investindo nem transferindo suas ações do Twitter.
Os principais investidores, no final, foram Ellison, Sequoia Capital, a plataforma de câmbio de criptomoedas Binance, um fundo com sede em Dubai e um fundo do Catar.
Parte do acordo para garantir o investimento do Catar foi que Musk participaria da final da Copa do Mundo.
SBF está atualmente sob custódia na cidade de Nova York, aguardando julgamento.
Ele é acusado de fraudar US$ 8 bilhões de clientes e investidores de sua plataforma de câmbio de criptomoedas FTX.

Crise de natalidade e os 10 filhos de Elon Musk
Após o The New York Times dar a notícia de que, conforme a biografia escrita por Walter Isaacson, Elon Musk teria 3 filhos com a cantora canadense Grimes –, o próprio Musk confirmou a história, antes mesmo de a biografia chegar às livrarias.
Segundo o livro, Musk quer incentivar pessoas inteligentes a ter mais filhos e teria, inclusive, se disponibilizado para ser doador de sêmen para Shivon Zilis, executiva da Neuralink, empresa de sua propriedade.
Segundo a publicação, o multimilionário acredita que “uma taxa de natalidade em colapso é de longe o maior perigo que a civilização enfrenta”.
Elon Musk é pai de 10 filhos: os gêmeos Griffin e Vivian, de 19 anos, os trigêmeos Kai, Saxon e Damian, de 17 anos, todos frutos do seu casamento com a autora canadiana Justine Wilson; X AE A-XII, de 3 anos, Exa Dark Sideræl, de 1 ano e meio, e Techno Mechanicus, da relação com a cantora Grimmes; e os gêmeos Strider e Azure, de 2 anos, com Shivon Zilis.
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