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Falta de boas práticas com criptomoedas derrubou FTX, diz analista do BTG

Falta de boas práticas com criptomoedas derrubou FTX, diz analista do BTG

O mercado de criptomoedas ainda tenta se recuperar da turbulência das últimas duas semanas, causado pela desvalorização de ativos que culminou com a falência da FTX, a segunda maior corretora de criptoativos do mundo. Enquanto isso, analistas tentam compreender as causas do problema e traçar cenários que evitem novas crises.

Para André Portilho, head de Digital Assets do banco BTG Pactual, faltou a adoção de boas práticas do mercado tradicional, especialmente enquanto não há regulações específicas para o mercado cripto. Aqui no Brasil, por exemplo, a Câmara promete votar na semana que vem a regulação específica do mercado, discussão que se arrasta já há alguns anos.

Portilho disse ao portal Exame que a crise “não teve a ver com cripto, teve a ver com o uso da tecnologia pelos intermediários. Foi uma fraude, um ato criminoso, e isso não tem nada a ver com a tecnologia cripto e os benefícios que ela pode trazer”, explicou o analista, dizendo ainda que “depois que acontece, todo mundo diz que era óbvio, mas não era”.

Enquanto a regulação não existe, defende Portilho, é preciso que “as empresas adotem uma postura de fazer direito sem regras, que é fazer direito por fazer direito e já se preparar imaginando que as regras vão existir, já seguir elas bem antes”. Segundo ele, muitas empresas do mercado já adoram essa autorregulação, “empresas que são sérias e querem ganhar dinheiro sem prejudicar o pequeno investidor”.

Entenda a crise: por que a FTX faliu?

Uma das maiores corretoras do mercado cripto, e detentora inclusive de uma moeda própria, a FTT, a FTX começou a enfrentar acusações de falta de liquidez há cerca de duas semanas, mas a crise transbordou quando Changpeng Zhao, o CZ, CEO da Binance, sua principal concorrente, informou no Twitter que ia se desfazer de suas posições em FTT por causa do risco de liquidez.

A fala de CZ provocou efeito imediato não só na FTT mas em todo o mercado cripto, inclusive com a desvalorização das duas moedas mais famosas, o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH). CZ chegou a dizer que a Binance poderia comprar uma parte da FTX para tentar evitara queda, mas, no dia seguinte, voltou atrás, alegando investigações que mostravam fraudes e riscos bilionários.

No último dia 11, a empresa pediu falência. Investigações nos EUA e nas Bahamas apontam irregularidades no uso de fundos de clientes para operações de derivativos lastreadas em criptomoedas como a própria FTT. Estima-se que cerca de 1 milhão de clientes que investiram na empresa, amargando um prejuízo estimado em US$ 5 bilhões.

O fundador da empresa, Sam Bankman-Fried, foi afastado de suas funções e também está sendo investigado. Entre os investidores que ficaram sem o dinheiro estão nomes como o da supermodelo brasileira Gisele Bundchen e seu ex-marido, o ídolo do futebol americano Tom Brady, entre outros astros do esporte nos EUA.

Para Portilho, do BTG Pactual, essa é uma das boas práticas que foi deixada de lado: a separação entre os fundos de clientes e os da própria corretora: “Dinheiro do cliente é dinheiro do cliente, não toca nele. Tem que ter essa segregação completa, não usar patrimônio do cliente para nada”, alerta.

Controle e prevenção de riscos

Além disso, André Portilho citou na entrevista a importância de haver sistemas de controle e de prevenção de riscos que façam a gestão do saldo dos clientes “de forma decente” e que os clientes devem autorizar expressamente, em contrato, o uso de seus recursos para outrs operações.

O analista diz que a Mynt, corretora de cripto vinculada ao BTG, tem adotado as melhores práticas de gestão e controle, e que isso deve ser uma crescendo num mercado neste momento de muito questionamento por parte dos consumidores. Ele ainda prevê problemas nos próximos meses, e acredita que “o mercado vai ter uma grande limpeza: quem não tiver preparado, provavelmente vai ser expelido do mercado, e quem conseguir atravessar isso vai conseguir sair melhor”, concluiu.

Nesta sexta-feira, por volta das 17j (de Brasília), o Bitcoin era negociado a US$ 16.630,40, alta de 2,2% em relação ao início da semana, mas ainda bem abaixo dos valores do início da crise – no dia 5 de novembro, quando CZ fez seu primeiro tuíte sobre a FTX, a cotação estava acima dos US$ 21 mil.

O Ethereum, por sua vez, era negociado a US$ 1,208,04, valor similar ao do início da semana, depois de perder quase 40% do seu valor desde o último dia 4, quando a cotação chegou a US$ 1.645,59.

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