O caos gerado pela quebra da corretora de criptomoedas FTX tem um custo ainda maior para os clientes da empresa.
A nova equipe contratada para por “ordem na casa” é formada por profissionais independentes, que estão recebendo milhões pelo trabalho, calcula a CNBC.
O novo CEO da FTX, John J. Ray, está recebendo US$ 1.300 por hora, segundo os autos do processo. Pelos cálculos, isso equivale a US$ 2,6 milhões anualizados, supondo que ele trabalhe 40 horas por 50 semanas ao longo de um ano.
Ray foi também quem liderou a Enron em seu processo de falência em 2005, quando o profissional arrecadou US$ 1,2 milhão em um ano.
Para quem não se lembra, a Enron era uma empresa de energia, na qual executivos empregavam práticas contábeis que inflavam falsamente as receitas – com isso, ela chegou a ser considerada a sétima maior corporação dos Estados Unidos.
Outros casos em que o profissional trabalhou foram o da Nortel, em 2009, e do Overseas Shipholding Group, em 2014.
Mas Ray não trabalha sozinho e tem uma equipe de outras três pessoas. Os quatro juntos recebem US$ 4.225 por hora, ou US$ 8,45 milhões por ano.
A reportagem da CNBC lembra que, por serem profissionais independentes contratados, o pagamento deles se sobrepõe a qualquer valor que possa ser devolvido aos clientes da FTX.
A FTX recuperou cerca de US$ 1 bilhão em ativos até agora, mas os credores podem levar meses ou até anos para reaver suas quantias. A reestruturação da Enron, por exemplo, se arrastou por mais de uma década. O processo de falência da canadense Nortel ainda está em andamento, mais de 11 anos depois do escândalo.
A dívida total da FTX junto aos credores é de, pelo menos, US$ 3 bilhões.
O caso FTX
“Uma das maiores fraudes financeiras da história americana”. Foi assim que o procurador-geral de Manhattan, Damian Williams, classificou o caso envolvendo Samuel Bankman-Fried, fundador da corretora de criptomoedas FTX, que foi preso nas Bahamas na segunda-feira (12).
Ele é acusado de fraude eletrônica, conspiração, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro. No total, pode pegar uma pena de até 115 anos.
O ecossistema da FTX era composto por 130 empresas e administrava mais de US$ 50 bilhões em ativos. A maior parte desses ativos garantidos pelo token FTT.
Mas rumores sobre a má gestão dos recursos começaram a circular em 2 de novembro, a partir do vazamento de um balanço, que apontava problemas de liquidez da empresa. A partir daí foi dado início a uma corrida dos investidores para sacar seus valores, o que provocou a quebra.
O caso vem sendo comparado ao do Lehman Brothers, banco que, ao falir, em 2008, provocou uma crise no sistema financeiro global, que ficou conhecida como crise do subprime – você entende tudo clicando no link.
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