Bill Hwang, fundador da Archegos Capital Management, foi considerado culpado das acusações que envolvem o colapso da empresa. O julgamento durou cerca de sete semanas.
O colapso da Archegos Capital, em março de 2021, resultou no derretimento da fortuna de US$ 36 bilhões de Bill Hwang. O fundador e o ex-CFO, Patrick Halligan, foram condenados por fraudar as contrapartes da companhia. Entre eles, o Credit Suisse e o UBS. Os executivos mentiram sobre o trading da empresa e o nível de risco da carteira, avaliaram os jurados.
Hwang e Halligan foram condenados, ainda, pela participação em uma conspiração de extorsão.
Cada acusação que envolve o colapso da Archegos Capital tem uma pena máxima de 20 anos de prisão. A sentença foi agendada para o dia 28 de outubro.
Bill Hwang permanece em liberdade sob fiança de US$ 100 milhões, garantida por US$ 5 milhões em dinheiro e duas propriedades. Halligan está livre, após pagamento de US$ 1 milhão.
Hwang se declarou inocente da acusação de conspiração para cometer extorsão, das três de fraude, e das sete de manipulação de mercado. Ele foi condenado em 10 das 11. Já Halligan disse ser inocente de uma acusação de conspiração para extorsão e duas de fraude. Ele foi considerado culpado por todas.
Archegos Capital: relembre o caso
As perdas expressivas sofridas pelos bancos com o colapso da Archegos Capital levantaram dúvidas sobre a forma como as instituições concediam crédito a clientes comerciais e os riscos dessas operações. Isso porque a quebra da empresa resultou em uma perda de US$ 36 bilhões em 2021.
O Goldman Sachs (GS; GSGI34) foi um dos bancos capazes de se desfazer de suas participações relativamente rapidamente, saindo ileso do colapso. O Credit Suisse, por outro lado, que tinha US$ 5,5 bilhões em perdas, teve de ser adquirido pelo UBS (UBS; UBSG).
Em 2013, Hwang transformou a Archegos em um “family office”, a fim de administrar seu patrimônio privado. O status isentava o escritório de requisitos de relatórios da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla de inglês) para empresas de investimento.
Historicamente, empresas desse tipo não eram obrigadas a se registrar na SEC, de acordo com uma isenção concedida a companhias com menos de 15 clientes.
Os procuradores federais de Manhattan apresentaram acusações contra Hwang e Halligan um ano após o colapso da Archegos. Para uma acusação bem-sucedida, eles garantiram a cooperação do antigo chefe de operação da Archegos, William Tomita, e do ex-chefe de risco, Scott Becker. Eles se declararam culpados e concordaram em testemunhar contra os demais ex-chefes.
Os advogados de ex-fundador planejavam argumentar que os bancos eram players sofisticados que conheciam os riscos de negociar com a Archegos Capital.