A disputa envolvendo a Paramount e a Warner Bros. Discovery ganhou um novo capítulo com a revisão da oferta de aquisição apresentada pela Paramount Skydance Corporation. Mantendo o valor de US$ 30 por ação, totalmente em dinheiro, a Paramount buscou responder às preocupações levantadas pelo conselho da Warner, especialmente em relação à solidez do financiamento da transação.
Logo no primeiro movimento, a Paramount deixou claro que não pretende alterar o preço oferecido, reforçando sua convicção de que a proposta é mais vantajosa do que o acordo já firmado entre a Warner e a Netflix. A estratégia adotada foi fortalecer as garantias financeiras e reduzir riscos percebidos pelo mercado e pelos acionistas da Warner.
A oferta segue condicionada à manutenção de 100% do negócio Global Networks da Warner Bros. Discovery, um ponto considerado central pela Paramount para a viabilidade estratégica da aquisição.
O papel de Larry Ellison no reforço financeiro da oferta
Um dos principais ajustes anunciados pela Paramount envolve o apoio direto de Larry Ellison, cofundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo. A empresa informou que Ellison forneceu uma garantia pessoal irrevogável de US$ 40,4 bilhões para o financiamento de capital da operação.
“Larry Ellison concordou em fornecer uma garantia pessoal irrevogável de US$ 40,4 bilhões para o financiamento de capital da oferta e para quaisquer reivindicações de danos contra a Paramount”, afirmou a empresa em um comunicado oficial.
Além disso, Ellison se comprometeu a não revogar o fundo familiar nem transferir ativos que possam comprometer a transação enquanto ela estiver em andamento. A Paramount também publicou informações detalhadas sobre os ativos do fundo, incluindo a posse de aproximadamente 1,16 bilhão de ações da Oracle, como forma de aumentar a transparência.
Críticas do conselho da Warner e embate com a Netflix
As mudanças respondem diretamente às críticas feitas pelo presidente do conselho da Warner Bros. Discovery, Samuel Di Piazza, que havia demonstrado desconfiança quanto ao envolvimento efetivo de Ellison na operação.
“Não estávamos confiantes de que uma das pessoas mais ricas do mundo estaria presente no fechamento do negócio”, disse Di Piazza na ocasião. “Anunciar um acordo é ótimo; fechá-lo de fato é ainda melhor.”
Enquanto isso, a Warner mantém um acordo em andamento com a Netflix, avaliado em cerca de US$ 83 bilhões, envolvendo estúdios e ativos de streaming. A Paramount, por sua vez, afirma que sua proposta avalia a Warner em aproximadamente US$ 108,4 bilhões, incluindo todo o portfólio de redes de TV, e critica a falta de transparência da empresa ao justificar a escolha da oferta da Netflix.
Próximos passos e cenário do setor
Como parte do processo, a subsidiária Prince Sub Inc. estendeu o prazo da oferta pública até 21 de janeiro de 2026. Até meados de dezembro, pouco mais de 397 mil ações da Warner haviam sido apresentadas, número ainda modesto diante do tamanho da operação.
“A Paramount demonstrou repetidamente seu compromisso em adquirir a WBD. Nossa oferta de US$ 30 por ação, totalmente financiada e em dinheiro, foi em 4 de dezembro e continua sendo a opção superior para maximizar o valor para os acionistas da WBD”, disse David Ellison, presidente e CEO da Paramount.
O embate entre Paramount, Warner e Netflix reflete um momento de forte consolidação no setor de mídia e entretenimento, marcado pela disputa por escala, conteúdo e sustentabilidade financeira em um mercado cada vez mais competitivo.
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