A semana de 5 a 9 de setembro foi mais curta por conta do feriado da Independência do Brasil na quarta (7) e do Labor Day nos EUA (2).
Ainda assim, teve fatos relevantes, com destaque para o recuo do IPCA, inflação oficial no Brasil, pelo segundo mês consecutivo. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses volta a 1 dígito.
No exterior, a morte da Rainha Elizabeth roubou o noticiário, mas teve ainda forte elevação de juros na zona do euro, e fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), que mexe com as apostas sobre a escalada de juros nos EUA.
Confira os destaques do resumo da semana.
Resumo da semana no Brasil
IPCA de agosto recua 0,36%
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,36%, ante expectativa de deflação de 0,40% em agosto. É o segundo mês de deflação puxada pelo recuo nos preços dos combustíveis.
A queda foi menos intensa do que a registrada em julho (recuo de 0,68%), quando a taxa foi a menor desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 1980. No ano, a inflação acumulada é de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%.
O resultado vem logo após parte do mercado aumentar sua expectativa para a Selic, taxa básica de juros, considerando mais um aumento residual na reunião de 20 e 21 de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Isto se deu depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que inflação ainda não está sob controle e que um corte nos juros está longe de acontecer – para a EQI Asset, ele só virá a partir de junho do ano que vem.

IGP-DI também recua
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) apontou recuo de 0,55% na inflação de agosto.
Economista da EQI Asset, João Paulo de Faria Tavares Rabe disse que os dados configuram uma deflação, e se trata de um número influenciado pelas desonerações ocorridas em junho mais os cortes no preço dos combustíveis promovidos pela Petrobras (PETR3, PETR4).
“A gente teve o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) apresentando uma deflação um pouco menor do que no mês anterior, enquanto o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) Industrial intensificou a deflação, refletindo principalmente os cortes da Petrobras ao longo do mês”, afirmou.
“Além disso, parte do INCC foi puxado para baixo pela mão de obra, tirando a pressão que a gente viu nos meses anteriores, como junho e julho”, complementou.
Resumo da semana no exterior
Morte da Rainha Elizabeth
Quinta-feira (8) marcou a morte da Rainha Elizabeth, do Reino Unido, após 70 anos de reinado. Seu filho Charles assume como Rei.
BCE sobe juros de 0,5% para 1,25%
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou um aumento de 75 pontos base na taxa de juros, levando sua taxa de depósito de referência para 0,75%.
O banco também revisou para cima suas expectativas de inflação – para uma média de 8,1% em 2022 – e disse que espera aumentar ainda mais as taxas, já que “a inflação permanece muito alta e provavelmente permanecerá acima da meta por um período prolongado”.
“O BCE se mostrou bastante comprometido com o controle da inflação. Pareceu uma comunicação mais dura dessa vez. Devemos ver mais altas de juros nas próximas reuniões”, afirma Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
PIB da zona do euro sobe 0,8%
Na quarta (7) foi divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que teve alta de 0,8% no segundo trimestre, na terceira leitura prévia divulgada pela Eurostat, escritório de estatísticas oficial do bloco econômico.
Na leitura anterior do 2TRI21, a alta havia sido de 0,6%. No primeiro trimestre, o PIB subiu 0,7%. Na comparação anual, o PIB da zona do euro teve avanço de 4,1%. A estimativa anterior havia sido de 3,9%.

Powell reitera necessidade de manter juros em alta
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reiterou que os juros nos Estados Unidos devem se manter em alta por mais algum tempo até que haja garantias de que a inflação no país esteja controlada.
Ele afirmou que a autoridade monetária norte-americana está tentando evitar “custos sociais muito altos” e que o país entre em recessão com as medidas, mas que reduzir a inflação, hoje em patamar aproximado de 8,5% ao ano, é fundamental para evitar que a população se acostume a um cenário de alta constante de preços.
“Posso assegurar que meus colegas e eu estamos fortemente comprometidos com o projeto de redução da inflação e que seguiremos assim até que o trabalho esteja feito”, afirmou o executivo nesta quinta-feira (8), durante evento do Cato Institute, em Washington.
O mercado segue apostando, prioritariamente, em alta de 0,75 ponto porcentual em 21 de setembro, quando Brasil e EUA definem juros, me mais uma Super Quarta.

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